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sábado, 8 de junho de 2013

Seja feita a Tua vontade, e não a minha

Levados pelos ensinos da teologia de Confissão Positiva, muitos assim chamados Cristãos de hoje esqueceram-se completamente o real significado da oração, e mesmo do uso do nome de Jesus. A maioria destes Cristãos aprendem que eles tem algum poder em suas palavras, e que eles podem criar realidades materiais simplesmente por declarar com suas bocas o que eles desejam. Isso criou nas mentes de muitos a ideia de que nós não mais pedimos, mas declaramos e, pelo poder mágico do nome de Jesus, aquilo que desejamos acontece. Alguns, por outro lado, ainda pedem, clamam e imploram ao Senhor, mas, como os outros, eles também foram seduzidos pela Confissão Positiva e, quando oram pedindo algo ao Senhor, eles enchem a si mesmos de uma certeza de que tal oração será respondida e o que eles pediram em nome de Jesus se tornará realidade. Eles creem que, como Deus é um Deus tremendo e grande, Ele, portanto, fará o milagre acontecer.

O que eles não notam é que muitas vezes Deus não responde às nossas orações bem como não opera o milagre ou o que quer que a Ele tenhamos pedido. Seriam estes crentes honestos com sua teologia e diriam que Deus não é o Todo-Poderoso? Certamente que não. E assim estas pessoas vão vivendo, sempre pedindo e, por muitas vezes, sendo frustradas. Mas, de fato, é verdade que aquele que sabe como orar jamais será frustrado. Ele pode ser contrariado, mas nunca frustrado. Talvez você possa se perguntar o porquê. E eis aqui o motivo: ele jamais será frustrado pois ele pede como Jesus pediu. Pois lemos que Jesus Cristo, sendo Deus, orou assim “Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua.” (Lucas 22:42).

Uma pausa faço. A você que lê o que escrevo, algo deve ser dito: este assunto é, de fato, polêmico. Toca na fé íntima de uma infinidade de pessoas sinceras. Salomão, o sábio, porém disse “leais são as feridas feita por um amigo”. Devemos entender que o que está sendo dito aqui, por mais que lhe fira, está sendo dito para seu crescimento, e para o seu bem. Pois alguns desvios são sutis, sim, mas perigosos. E creio que a doutrina da oração deve estar bem clara no coração de todo Cristão sincero. E as consequências desta teologia errada que agora exponho colocam você invariavelmente em uma situação nada agradável com Deus. É um pecado gravíssimo quando o homem torna-se senhor de sua vontade. Ainda que sem intenção, o pecado é pecado. E precisa ser exposto. Toda a vida cristã resume-se a submetermo-nos aos padrões e vontade de Deus. Quando decretamos, declaramos e proferimos palavras de ordem esperando que Deus nos conceda o que queremos apenas por que pedimos em nome de Jesus estamos nos gloriando diante de Deus por algo que não somos e, evidentemente, estamos negando sua grande e maravilhosa graça, sem a qual nada nos é oferecido.

Voltemos, agora, ao ponto central onde paramos. Temos a oração de Jesus Cristo como modelo. O que há, porém, de tão especial em tal oração? E a resposta é que Jesus, surpreendemente, submeteu sua vontade a Deus. Ele humilhou a si mesmo. Como homem que era, nosso Senhor certamente sentiu profundo terror pelo que estava por vir. Ele sabia que ali, na cruz, enfrentaria a ira de Deus Todo-Poderoso pelos pecados de Seu povo contra si mesmo; toda ela. Nem uma gota ficaria de fora. A ira que levaríamos uma eternidade pagando, pois somos criaturas, nosso Criador a suportou como um peso enorme, em um curto espaço de tempo. Jesus, certamente, não o faria se pudesse. Contudo, podemos dizer que a oração dele certamente foi respondida. Mas sua vontade não foi feita. Sua oração foi respondida pois ele humildemente sujeitou-se a vontade do Pai. Confiou infinitamente na Sua sabedoria e bondade. Jesus sabia que, por mais doloroso o que estava por vir fosse, era o propósito de Deus. E Seus propósitos e vontades são bons, invariavelmente, pois a bondade procede dEle, apenas.

Em nossa vida diária enfrentamos diversidade de situações que seriam impossíveis de enumerar num texto como esse. Dificuldades, afrontas, dores, doenças incuráveis, sofrimento, perdas. Sem dúvida, quando tais situações se apresentram diante nós corremos para o Senhor e pedimos que Ele afaste de nós o cálice, aqui, simbolizando o problema que enfrentamos. É necessário que tenhamos em nós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus: submissão. Embora toda dor que possamos sentir, por vezes a cura ou o livramento não vem. Por vezes apraz a Deus nos manter entre espinhos e inimigos ferozes. E o motivo? Bom, vários podem ser, contudo, de uma coisa temos certeza: Seu nome será glorificado. E nisso devemos nos alegrar. E com esta certeza e disposição interior suportaremos o que nos é dado, confiando que isso produzirá peso de glória na eternidade (2 Coríntios 4:17). Oremos sim, sempre, pela cura dos enfermos, por exemplo, sejam eles nós mesmos ou alguém querido. Oremos pela liberdade dos que estão cativos, pela alegria dos que sofrem e pelo consolo dos abatidos. Contudo, saibamos que a vontade de Deus vem primeiro. E a vontade dele nem sempre é a nossa.

Você está pronto para humilhar a si mesmo, negar seus desejos, mesmo que sejam bons e não maus, e apenas mudar suas orações? Estamos prontos para pedir o que desejamos e, ao fim, humildemente dizermos “não a minha vontade, mas a tua seja feita”? Quando assim o fizermos eu asseguro que jamais seremos frustrados, pois a vontade de Deus sempre prevalecerá, mesmo que nós peçamos o oposto.


Certamente, todos nós precisamos mesmo que um pouco o corrigir nossas orações. Mesmo naquilo que estamos certos saber qual é a vontade de Deus. Estamos enfrentando um vício ou um forte pecado que sempre nos açoita em segredo? Estamos tentando lutar contra este pecado e pedindo ao Senhor  que nos livre destes desejos maus? Você já parou para pensar que Ele pode não nos libertar? Deus pode fazer um filho permanecer em água morna ao invés de lhe dar segurança ou liberdade de tais pecados por completo. Embora eu pense que não é este o caso para a maioria dos Cristãos, há casos em que tal coisa acontece. Você está pronto a enfrentar um inimigo insolente por amor a Cristo e dizer “não a minha vontade, mas a tua seja feita”?

domingo, 2 de junho de 2013

A Culpa é Nossa

Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa.  Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.
Mateus 5:13-16

               Chegamos a um tempo na nação brasileira onde a Igreja deve parar e refletir, olhando para seus atos presentes, olhando para o passado e para as Escrituras. O Brasil tem detenhorado cada dia mais. Violência, corrupção e injustiça são agora praticadas em plena luz. Imoralidade e abominações tornara-se normais e estimuláveis. Não há apreço pela vida humana em nossos governantes, e tampouco em nosso povo. A Igreja, embora tenha crescido numericamente, é motivo de chacota e vergonha. É insossa. Não consegue, embora com tantos membros, produzir uma mudança sequer na sociedade. Estamos sendo literalmente pisados pelos homens, e homens ímpios e imorais.

               Quero que notemos hoje a estrutura do texto que Jesus proferiu no sermão do monte. Ali lemos “e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.” Note que o fato de o sal ter sido desprezado e lançado fora e pisado pelos homens é consequência do fato de que este sal foi insípido. Segue-se, portanto, que precisamos olhar no passado as causas da nossa derrota hoje.

               É de suma importância entendermos o papel que Deus destinou à Sua Igreja durante os últimos dias, isto é, durante o tempo que se seguiria desde a vinda de Jesus até seu Retorno em glória. Jesus disse no sermão da montanha que a Igreja é a “luz do mundo”. Em seguida, o Senhor a compara a uma cidade edificada sobre um monte, a qual é visível a todos, e a uma candeia acesa, que traz luz para todos os que estão na casa. O propósito de tais descrições é explicar o caráter transformador que a Igreja de Cristo deve exercer na sociedade ao ser redor. A linguagem de Jesus indica uma plenitude de influência, isto é, influência em todas as áreas. Veja, por exemplo, que a candeia não ilumina apenas um canto da casa, antes, por estar posta no topo, esta tem o poder de iluminar toda a casa. A casa e os que nela estão são o mundo e suas nações.

               A Igreja Cristã historicamente tem entendido seu papel de transformação da sociedade. Ao invés de demonizar a cultura, as artes, a política e os negócios é dever da Igreja afastar a influência do pecado nestas áreas, redimindo-as e subjugando-as ao padrão eterno de ética e santidade, que é o próprio Deus. E, evidentemente, conhecemos este padrão pela Sua Lei expressa de forma perfeita nas Escrituras.

               Um grande exemplo deste pensamento já encontramos cedo na história, ainda na antiguidade, quando a Igreja era perseguida e esmagada pelos Césares de Roma. Tamanho era o orgulho de tais imperadores que a si mesmos se declaravam Deus e exigiam adoração de seus súditos. Evidentemente, o ódio aos cristãos da época era explicado pelo fato de que eles se negavam a adorar César como Deus. Mesmo em face da morte, não amaram a própria vida. Mesmo em face do questionamento final “quem é teu senhor?” de um soldado pronto a usar sua espada, o cristão da época respondia “Jesus Cristo é o Senhor”. A força destas palavras é sobremodo reveladora. Pois sabemos que Jesus havia dito, pouco antes de ascender aos céus, que todo o poder havia sido dado a Ele no céu e na terra (Mateus 28:18). Paulo ainda ensinou que convém que Cristo reine dos céus até ter todos os inimigos postos debaixo de seus pés, aniquilando toda força contrária ao Seu governo. Por isso mesmo lê-se “Depois virá o fim, quando tiver entregado o reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo o império, e toda a potestade e força. Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés.” (1 Coríntios 15:24-25). A cosmovisão cristã de Paulo era, então, a seguinte: Cristo Reina em poder e autoridade absolutas e só retornará a este mundo depois que toda autoridade contrária a Ele for conquistada e vencida. E temos visto no decorrer do tempo muitos inimigos de Cristo se levantarem e serem abatidos. Sem dúvida Roma era um deles. O Concílio de Nicéia foi o evento mais importante da antiguidade. O que aconteceu ali foi uma humilhação do poder Romano e dos Césares. A Roma invencível militarmente e que mantinha seu poder sobre o mundo governando com mãos de ferro agora foi vencida, não por um exército de outra nação, mas pelo Deus vivo e verdadeiro, o qual entregou à Sua Igreja os inimigos que a resistiam.

               O que nós crentes devemos entender é que existem apenas duas civilizações no mundo: a 
civilização de Deus, formada pelo seu povo remido, santo e vitorioso tendo como Cristo o seu Rei e a civilização dos homens, cujo Rei é Satanás. Somente uma vencerá no fim da história. E tal não é a civilização de Satanás. Qual é, pois, o papel da Igreja onde ela é inserida? O papel da Igreja é salgar o mundo com sua doutrina, ensinar as nações através de sua luz e ser um refúgio sólido no alto de uma montanha onde tais nações encontrem justiça e salvação. Isto quer dizer que a Grande Comissão entregue a nós por Cristo deve ser vista como uma ordem se subjugar às nações ao domínio do Senhor. Para tanto, devemos fazer como fizeram nossos pais, desafiando os ídolos de seu tempo em todas as áreas da vida humana, seja na política, nos negócios, nas artes, educação, enfim, em tudo. Devemos ser ativos culturalmente, não passivos ou isolacionistas.

               Tendo estabelecido esta base, olhemos agora para o que foi a Igreja brasileira desde que aqui chegou. Durante muito tempo tivemos uma igreja santa, comprometida com a salvação de pecadores sim, entretanto, uma igreja inerte culturalmente e isolada. Por muito vivemos num mundo à parte, sempre demonizando coisas ao nosso redor que deveríamos estar dominando. Por muito temos vimos crentes no Brasil demonizarem a mídia e a tencnologia de modo que por vezes tais afirmações seriam cômicas se não fossem trágicas. Como resultado, nunca fizemos nada para também redimir este tipo de atividade humana. Estávamos ocupados demais apenas com a salvação dos homens e nos esquecemos que deveríamos glorificar a Deus em primeiro lugar. E glorificá-lo inclui agirmos como embaixadores do Reino de Cristo, não descansando enquanto houver lugares onde ele não tenha domínio e senhorio. Se ele não tinha na televisão, que trabalhássemos para que tivesse. Se ele não tinha na política, que o fizéssemos ter. Se ele não tinha na academia e ciências, que nós crentes tomássemos este espaço também. O que fazíamos, entretanto, era até mesmo olhar com maus olhos o estudo e a ciência.

               Como vimos, nós fomos insípidos por décadas. Sem gosto, inertes. Somos culpados disso perante o Senhor. Satanás usou os seus para destruir nosso país  e nós permitimos. Como resultado, até mesmo nossa pureza interna foi destruída e tomada. Julgamento de Deus contra nós, sem dúvida. Hoje temos uma igreja brulhenta,  imoral, sem doutrina, apóstata e amante do mundo. Nosso ativismo hoje é extremamente ineficaz. Os líderes levam o povo para uma festa carnal onde crentes fazem barulho, pulam, cantam, gritam e adoram seus ídolos da Central do Brasil até a Cinelândia ou na Avenida Paulista. Nós achamos mesmo que isso fará a diferença? Tolos somos. Queremos conquistar com a força de nosso braço. Esquecemos que é Deus quem nos dará a vitória.

               A resposta correta Deus nos diz e, contudo, não queremos ouvir. E ei-la no livro de Crônicas, onde lemos “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.” (2 Crônicas 7:14) Por que não, como escreveu Ciro Zibordi por estes dias, fazermos uma marcha onde choremos e lementemos pelo mar de iniquidade em que nosso país se encontra? Por que não reconhecermos que se o Brasil está assim é porque nunca fomos o que deveríamos ser? Devemos nos arrepender, ó Igreja brasileira, e chorar diante de Deus pelos nossos pecados. Regeneração e arrependimento devem haver no meio do povo. E mudança de cosmovisão também. E precisamos disso rápido, ou um dia será tarde demais.

domingo, 26 de maio de 2013

E os que nunca ouviram?



Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue? Romanos 10:14

Um dos problemas lógicos que aflige a muitos crentes com uma cosmovisão frágil a respeito da doutrina da salvação (falo com amor, pois já fui um deles) é a eterna questão: se Deus possibilita salvação a todos, como, então, será a situação dos que nunca tiveram a oportunidade de ouvir sobre Jesus e sua obra no dia do Juízo? Existem três posições que alguém poderá tomar diante de tal questionamento. 1) manter a dúvida. 2) aceitar que Deus os julgará segundo a “luz” que receberam. 3) Aceitar que Deus as encerrou eternamente em condenação. Analiseremos cada uma destas respostas bem como a própria validade da questão.

Iniciei dizendo que esta questão surge de uma cosmovisão frágil das Escrituras; pois é exatamente isto que se sucede. Todos os que tem esta dúvida não tem uma compreensão sólida do ensino das Escrituras a respeito da Salvação e, portanto, não conseguem respondê-la com objetividade. Uma questão que é difícil na cosmovisão arminiana (a que crê que Deus deu possibilidade de salvação a todos, cabendo ao homem livremente aceitá-la ou rejeitá-la, exercendo seu livre-arbítrio) é facilmente solucionável na cosmovisão reformada ou calvinista.

Quero demonstrar, de início, que biblicamente esta questão começa de pressuposições erradas, portanto, não tem qualquer validade racional. O motivo desta minha asserção é simples: o questionamento inegavelmente surge da pressuposição de que Deus quer salvar todos os homens e ofereceu possibilidade de salvação a todos. Se esta premissa for falsa, não haverá sequer espaço para a pergunta “e os que não ouviram?”.

São Paulo afirmou “Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer.” (Romanos 9:17-18). Paulo está, neste texto, defendendo a doutrina da Eleição Incondicional, pela qual afirma-se que Deus determinou previamente os que seriam salvos e os que seriam condenados. Desta forma, a humanidade estaria separada em duas classes de pessoas, aquelas destinadas ao céu e aquelas destinadas ao inferno. E Deus, segundo Paulo, tem total direito de fazê-lo, sem que nós ousemos reclamar, pois Ele é justo e nós infratores e merecedores de condenação. É por isso que disse São Lucas que “creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna” (Atos 13:48). E também o próprio Paulo aos efésios, quando diz “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade.” (Efésios 1:3-5).

Fica evidente, portanto, que Deus tem pleno direito de eleger pessoas para condenação e pessoas para salvação. Isto não fere seu caráter, ao contrário, o confirma, pois Ele é infinitamente justo e infinitamente santo. Dado que a premissa para a polêmica questão foi destruída, vemos que ela não tem qualquer base racional. Vamos supor, por um momento apenas, que a premissa seja verdadeira. Analisemos, então, as três respostas que se podem dar a tal controvérsia.

1. Manter a dúvida. Atitude desaconselhável. “Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento.” (Provérbios 3:13).

2. Deus os julgará segundo a luz que receberam. Esta resposta invariavelmente leva você a cometer uma heresia. O Apóstolo Pedro nos afirmou que “em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” (Atos 4:12). Paulo, em Romanos 10:14 (o texto do começo do artigo) coaduna com a doutrina da exclusividade de Cristo, pois supõe que os pagãos que não ouviram ainda não creram. E sequer poderão crer se não ouvirem. Ainda em Romanos 3, Paulo afirma a depravação de todos os homens, e Jesus em João 3 afirma que quem não crê no Filho já está condenado e que sobre tal homem permanece a ira de Deus. Fica difícil, diante de tamanha evidência bíblica, suportar uma resposta que afirme que alguém pode ser salvo sem ouvir de Cristo. Não obstante, os que afirmam isso baseam seu ensino em Romanos 2:10-16, onde se lê:

"Glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego; Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas. Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados. Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados. Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os; No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho." Romanos 2:10-16 

Os que gostam de citar este texto frequentemente frisam os seguintes trechos: “Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas” e “não tendo eles lei, para si mesmos são lei”. Pois bem. A afirmação é a seguinte: Deus colocou um pouco de sua Lei no coração do índio americano que nunca ouviu falar de Jesus de modo que este índio será julgado por esta lei, e pode ser salvo se a cumprir. Agora, o que tais pessoas não percebem, ou desonestamente não gostam de frisar, é a parte do texto onde Paulo afirma “Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão”. Ora, o propósito de Paulo neste texto jamais foi provar que os gentios podem ser salvos sem Cristo, apenas cumprindo a lei escrita em seus corações, outrossim ele contradiria a si mesmo e ao Evangelho. O propósito dele é afirmar que exatamente porque Deus colocou esta lei em seus corações, todos estes gentios serão condenados, pois tornam-se indesculpáveis. A tolice do argumento fica ainda mais evidente quando notamos que se um gentio pode ser salvo cumprindo a lei de seu coração então devemos concluir que um judeu pode ser salvo cumprindo a Lei mosaica. Evidente é que, tanto para um, como para outro, cumprir esta Lei é impossível e, portanto, todos estão debaixo de condenação. O argumento que Paulo inicia ao afirmar que “Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei” é exatamente para provar que eles têm a lei implantada em seus corações, não havendo injustiça nenhuma em Deus condená-los.

3. Aceitar que Deus os encerrou eternamente em condenação. Esta é, para surpresa de muitos, a posição que devemos sustentar se queremos seguir o que nos ensina a Palavra de Deus. Lembrando sempre de confiar em Sua soberana vontade. Deus é justo, nós não. Portanto, Ele define o que é justiça, não nós.

Zelo Espiritual e Verdadeira Piedade


Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação. Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus.
Romanos 10:1-3

Neste texto o Apóstolo Paulo declara seu desejo de que seus irmãos judeus chegassem ao conhecimento da salvação, que é Cristo. Embora estivessem sem Cristo, pois estavam sem salvação, o apóstolo nos afirma que os israelitas tinham zelo por Deus. Isto quer dizer que tais homens e mulheres eram extremamente cuidadosos em cumprir seus ritos e, em muitos casos, devotados à sua religião. Evidentemente, por cumprir tais obrigações, sentiam-se devotados ao próprio Deus e sentiam-se confortáveis, pois pensavam agradá-lo. Todavia, afirma Paulo, o zelo dos israelitas não provinha do conhecimento, ou do entendimento. Literalmente, não era “de acordo com o conhecimento” (segundo as traduções King James e NVI e o texto original).

O peso do ensinamento que este verso apenas nos fornece deve ser causa de reflexão para todo cristão genuíno. O apóstolo está dizendo, entre outras palavras, que existe uma maneira correta de adorar a Deus, uma piedade bem definida. E, pelo uso da palavra conhecimento (ou entendimento), do grego epignosis, percebemos que esta verdade pode e deve ser conhecida. O próprio Deus estabeleceu em Seu livro a maneira pela qual todo cristão deve levar sua vida, a doutrina correta, bem como a maneira como a Igreja deve conduzir sua adoração pública e todos os demais procedimentos em que se envolve. Este conhecimento revelado nas Escrituras é a gnosis divina e ele somente é que produz verdadeira religião, ou verdadeira piedade.

Paulo continua seu argumento afirmando que eles, embora zelosos, não conheciam a justiça de Deus, termo que implica “todas as coisas que agradam ao Senhor”. Os judeus eram ignorantes daquilo que realmente era a vontade ou o ensino de Cristo. Deste modo, implica o apóstolo, sua tentativa de agradá-lo era vã e inútil. O versículo pode ser lido como “porquanto, sendo ignorantes quanto a forma correta de proceder com relação às coisas de Deus, e procurando estabelecer sua própria maneira de agir, não se submeteram àquela que Deus havia revelado”.

Este texto tem ampla aplicabilidade em nossos dias. Vivemos em uma época onde os crentes pensam poder agir como lhe convém no culto. Transformaram o culto num show de entretenimento. Fazem nele o que lhes vier a mente, sem qualquer preocupação: “Deus aceita isto em seu culto”? O conteúdo dos sermões é o que melhor agrada ao público. Poucos pregadores são humildes o suficiente para dizerem a si mesmos “é isso mesmo que Deus quer ensinar?” ou “tem sido este o ensino da Igreja através dos séculos?”. Quando uma forma nova de fazer igreja surge, muitos sedentos por crescimento correm para ela, tendo-a como a nova visão do momento, a vontade de Deus para sua Igreja. Mas sequer têm o trabalho de humildemente checar a gnosis divina, as Santas Escrituras, para ver se as coisas são mesmo assim. Muitos destes são crentes zelosos, que “amam” ao Senhor. Digo assim, pois amor a Deus sem obediência a seus mandamentos é mera ilusão.

O ensino que o Espírito nos dá através do texto em análise é claro: submeta sua religião ao crivo das Escrituras. Seja na esfera pessoal, de conduta, seja na esfera coletiva, de culto e serviços, tenha cuidado de rever cada procedimento, cada meta, cada motivação. Tenha cuidado de olhar para o passado, para os “marcos antigos”, postos por nossos pais, pois Deus não aceita adoração do modo que ele não prescreveu. É melhor ter um pouco de trabalho no estudo do caminho, do que tomar o caminho errado, aquele que mais nos agrada, e no fim ter feito tudo em vão.

sábado, 25 de maio de 2013

O que é a Marcha para Jesus do Rio de Janeiro?



Hoje, 25 de Maio de 2013 realiza-se no Rio de Janeiro mais uma edição anual da Marcha para Jesus, evento gospel organizado pelo Conselho de Ministros do Estado do Rio de Janeiro (COMERJ). Nesta marcha, milhares de evangélicos saem as ruas em passeata de um ponto a outro da cidade, para então receber mensagens de líderes religosos e assistir a performances de cantores gospel.

“Uma passeata, e nada mais”, muitos podem dizer, baseando-se na descrição acima. Embora verdadeira, esta descrição é incompleta. Fazer uma passeata e ouvir algum cantor cantar não é pecado. O problema é que precisamos ir mais fundo e entender o que se faz na marcha, o que a motiva, como ela é e o que se prega, bem como a intenção de muitos ao participar.

Hoje mais cedo postei no Facebook uma frase chamando a marcha de “marcha da apostasia” e dizendo que a mesma nunca foi para Jesus. Pretendo, neste artigo, explicar em mais detalhes o que eu quis dizer, bem como fornecer argumentos para sustentar meu ponto de vista.

A Marcha para Jesus nunca foi para Jesus pois ela é um evento mundano, hipócrita, manipulador das massas e que promove as celebridades gospel ao invés de Cristo. O que se prega lá é o mesmo que se prega nas igrejas que dela participam. Heresias e mais heresias. E o povo que se diz crente aplaude e se alimenta deste lixo teológico, a saber, Confissão Positiva e Teologia da Prosperidade. Muitos tem coração sincero, e realmente esperam algo do evento. Entretanto, por influência das más lideranças da atualidade, a motivação de muitos, bem como suas atitudes no evento, são totalmente contrárias ao Evangelho de Cristo.
Na Marcha para Jesus você encontra idolatria generalizada. A venda de utensílios com nomes de pastores e cantores é impactante. Quando você está naquele meio, você vê o quão pobres são aquelas almas que estão ali, em grande parte, para ver e ouvir seu cantor/pregador favorito. Show mundano. Quando o “cantor do momento” vai se apresentar, a multidão delira inconsequentemente. Qualquer pessoa em sua perfeita sanidade notaria que há não muito tempo atrás a Igreja Evangélica condenaria seus membros que participassem de um show da Ivete, por exemplo, devido à idolatria e estimulo à carnalidade destes eventos. Não condeno concertos musicais decentes. Mas shows mundanos são o que são, mundanos. E hoje? Bom, a Igreja tem os seus próprios. A Marcha para Jesus é só mais um deles.

Incentivada e ensinada por seus líderes, a maioria dos crentes de hoje aprendem a terrível doutrina da Confissão Positiva. É aquela mania moderna do povo evangélico de profetizar isso, determinar aquilo, declarar aquilo outro. Assim, vemos um povo que ainda crê realmente que este evento tenha algum significado espiritual. Dizem todo ano declarar que “o Rio é de Jesus”, que vão estabelecer um trono para ele (isso foi dito na marcha do ano passado) e não percebem que a situação não muda. Nunca. Até parece que esta foi a ordem de Cristo, a saber, que a Igreja saísse por aí em procissões místicas e fantasiosas, repetindo frases de efeito e chamando isso de profecia. Tolice. Enganação. Coisas mais bizarras ainda se vêem. Os mais estranhos tipos de “atos proféticos”, até mesmo colocar pedidos de oração nos sapatos e “marchar” sobre eles para conquistar a vitória. E alguns líderes isto justificam usando o argumento de que a Igreja Católica faz procissão pois entende o significado espiritual de marcar território, indicando que devemos fazer o mesmo. Viramos animais, segundo estes líderes, pois só animais marcam território.

A você que participa deste evento apenas buscando alguma vitória em sua vida. Talvez alguma doença, situação difícil, entenda: misticismo e Cristianismo não se misturam. Este evento é uma mentira e uma afronta  a Cristo. Você não conquista por marchar tantos quilômetros, declarar algo tantas vezes ou profetizar um chavão. Entenda que Deus é soberano sobre tudo e todos. Clame a ele somente em oração e se for da Sua vontade, ele atenderá seu pedido. É de dar lágrimas nos olhos ver o povo evangélico envolvido em superstições e mentiras. E me enche de ira ver os líderes pregando e ensinando esta mentira. Por isso, se você foi a este evento, arrependa-se hoje, busque conhecer o evangelho de fato e de verdade e fuja deste movimento gospel que visa apenas satisfazer a carne e fornecer entretenimento, mas que não atinge o coração, e não cura o pecado.

Odeio, desprezo as vossas festas, e as vossas assembléias solenes não me exalarão bom cheiro. E ainda que me ofereçais holocaustos, ofertas de alimentos, não me agradarei delas; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas.”

Amós 5:21-23

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Uma Resposta ao Papa Francisco



Disse o Papa Francisco: “Todos os que fazem o bem são redimidos, até os ateus”. E ainda "O Senhor nos criou a sua imagem e semelhança, e todos somos imagem do Senhor, e ele faz o bem e nos deu a todos esse mandamento em nossos corações: façam o bem e não o mal. Todos”. “Mas, padre, isso não é católico! Ele não pode fazer o bem.” Sim, ele pode. O Senhor redimiu a nós todos, a todos, pelo sangue de Cristo: todos nós, não apenas católicos. Todos! “Padre… os ateus também? Mesmo os ateus?” Todos! Devemos encontrar-nos fazendo o bem uns aos outros. “Mas eu sou um ateu, padre. Eu não acredito…” “Faça o bem: nos encontraremos lá."

Lindas declarações, não? Enchem de esperança a alma aflita. A humanidade desunida e perdida é confortada com esta declaração: Cristo morreu por todos. Faça o bem, e nos encontraremos lá. Está tudo bem, não é mesmo? Sim, mas seria uma pena se alguém acordasse o papa (e a maioria das pessoas de hoje) deste sonho, desta ilusão. Sim. O que disse o Primaz de Roma é mentira. É ilusão. Não digo “é mentira” como se ele o tivesse dito de má fé. Não creio que o fez. Entretanto, o fato de alguém fazer algo em boa fé não torna esta atitude correta. Assim, o fato de alguém pregar algo em boa fé não torna o conteúdo da pregação verdadeiro. “Seja Deus verdadeiro e todo homem mentiroso”, nos afirmam as sagradas Escrituras.

Quero refutar o que disse o jesuíta Francisco, Papa de Roma, começando a citar a quem eles chamam de primeiro Papa, isto é, São Pedro. Certa vez, após um de seus sermões, perguntaram a Pedro o que fariam eles (para serem salvos) ao que Pedro respondeu “E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2:38). E ainda, no capítulo seguinte, afirma “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor” (Atos 3:19); o motivo pelo qual exige-se arrependimento e conversão (mediante a fé) para a salvação, o mesmo apóstolo responde “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” (Atos 4:12). Certamente, Pedro estava fazendo alusão às palavras de Cristo, quando, sem dúvidas, afirmou “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14:6).

No começo de seu ministério, Jesus enfaticamente afirmou qual é a situação de todos os que não creem nEle conforme Ele é revelado pelas Escrituras “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” (João 3:18). E ainda, com veemência assevera “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece” (João 3:36).

Podemos ainda citar Paulo, o apóstolo. Em sua maravilhosa carta aos cristãos de Roma, Paulo disseca em detalhes as verdades fundamentais sobre a salvação, a fé e a depravação humana. Francisco afirmou que fazer o bem basta para sermos redimidos. Paulo, apóstolo inspirado, por outro lado, afirma sobre a raça humana:

Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma, pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado;
Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.
Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus.
Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.
A sua garganta é um sepulcro aberto; Com as suas línguas tratam enganosamente; Peçonha de áspides está debaixo de seus lábios;
Cuja boca está cheia de maldição e amargura.
Os seus pés são ligeiros para derramar sangue.
Em seus caminhos há destruição e miséria;
E não conheceram o caminho da paz.
Não há temor de Deus diante de seus olhos.
(Romanos 3:9-18)

Paulo aí ataca o orgulho do povo judeu am achar-se mais santo do que os demais por possuir a Lei e os Profetas. Derrubando seu orgulho, Paulo afirma categoricamente que TODOS os seres humanos estão mortos espiritualmente. Dentre seus pecados e depravações, Paulo diz que não há UM sequer que busque a Deus, UM sequer que seja justo (bom, correto diante de Deus), UM sequer que seja útil, UM sequer que fale somente a verdade e a justiça e sequer UM que conheça o caminho da paz. O Papa afirma que devemos nos encontrar no céu se fizermos o bem, e só. Outra vez ele traz à tona toda a divergência central entre o Romanismo e o Protestantismo. Vendo a mentira pregada por Roma da salvação por obras os reformadores bradaram, lançando contra estas densas trevas a luz das Escrituras. O apóstolo Paulo explicou que ninguém é salvo a não ser que se arrependa de seus pecados, creia em Jesus Cristo como o que fez sacrifício expiatório pelos seus pecados e converta-se de seus maus caminhos. Ele nos disse:

Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.
Não vem das obras, para que ninguém se glorie;
Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.
Portanto, lembrai-vos de que vós noutro tempo éreis gentios na carne, e chamados incircuncisão pelos que na carne se chamam circuncisão feita pela mão dos homens;
Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo.
Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto.
Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio.
(Efésios 2:8-14 – grifos meus)

Neste texto São Paulo nos ensina algumas verdades interessantes. Considere-as comigo. Paulo afirma que nossa salvação é um ato de graça provindo de Deus. Isto coaduna com sua epístola aos Romanos quando ele afirma que todos nós estávamos mortos. Deus nos vivificou, gratuitamente, pois, estando mortos, éramos filhos da ira, condenáveis e destinados ao fogo eterno. Paulo diz também que o que une o homem a Deus por meio de Cristo é a fé. Fé em Cristo e em sua obra sacrificial (pois ele suportou a Ira de Deus por nós). Paulo afirma que o verdadeiro crente tem o dever de praticar boas obras, entretanto, que as mesmas não o salvam, apenas demonstram que ele é salvo. Fazer o bem é uma consequência de ser salvo, não a causa. Paulo ainda diz que os cristãos, antes de crerem, estavam SEM Cristo, por consequência, sem esperança e sem Deus. Francisco diz que mesmo os ateus, se fizerem o bem, tem esperança. Francisco está negando Paulo. Paulo, por último, afirma que os que eram antes pecadores e condenados, achegaram-se a Deus pela fé e através do sangue de Cristo, que quer dizer que Ele fez expiação pelos nossos pecados. Somente por isso podemos ser perdoados, pois Deus PUNIU o nosso pecado na Cruz, em Jesus Cristo. E todo aquele que crê recebe a justificação, isto é, é declarado inocente de seus pecados e passa a viver uma nova vida em Cristo. Francisco nega isso e ousa dizer que as obras de bem que praticamos tem poder de fazer Deus esquecer-se de nossos pecados. Ele diz isso pois crê que Jesus pagou na cruz pelos pecados de todos os homens e, não importa o que eles creiam ou façam diariamente, desde que façam o bem, eles terão acesso a este perdão. Francisco nega categoricamente Jesus, Pedro e Paulo. Francisco nega o Evangelho, que “é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego” (Romanos 1:16).

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Moralidade Legislada


Tornou-se comum hoje em dia, sob o pretexto de defender o santíssimo “Estado laico”, o falar-se em moralidada legislada, ou, mais especificamente, que as leis não devem repercutir uma moralidade preestabelecida. Por “moralidade preestabelecida” leia-se moral cristã. Desejo mostrar aos leitores hoje a insanidade deste argumento e, também, demonstrar como não podemos abandonar a moral cristã como base da nossa sociedade, outrossim nossa sociedade se destruiria.

Tratemos primeiro do argumento contra a “moralidade legislada”. O movimento agnóstico anticristão da atualidade (e por que não ler ateísta) deseja remover a qualquer custo todo rastro de cristianismo da nossa sociedade.  Basta um olhar atento aos fatos e esta verdade fica evidente. Para tanto, recusam-se a aceitar que estabelecimentos morais e históricos, de origem majoritariamente cristã, continuem a existir. Daí, tentam legalizar aborto, casamento homossexual e tantas outras coisas mais. Tudo isso ao preço da repressão ao cristianismo. E o argumento: casamento restringido a homem e mulher é “moralidade legislada”.

A insanidade deste argumento deveria ser evidente a qualquer ser pensante que se dispõe a analisá-lo. Não o é, para nossa desgraça, pois na atualidade pensar por si próprio tornou-se coisa rara. Precisamos entender que o princípio inerente à legislação implica necessariamente que toda lei é uma moralidade legislada. Tome como exemplo o seguinte caso: um ladrão entra em uma casa, mata a sangue-frio uma família e leva todo o dinheiro do cofre consigo. Este ladrão deve ser punido? “Evidentemente que sim”, qualquer um responderia. Eis, entretanto, a questão: por quê? “Porque matar e roubar são contra a lei”, alguém responderia corretamente. O que muitos não se dão conta, entretanto, é que matar e roubar são ilegais pois existe um fundamento moral preestabelecido que diz que assassinar um semelhante e tomar algo que não lhe pertence são atitudes moralmente erradas. Cabe, portanto, ao Estado fazer valer esta moralidade, punindo a todos que a desobedecem. Simples assim. Negue que as leis são moralidades legisladas e seja honesto suficiente para requerer a anulação do código penal brasileiro!

Aqueles ativistas que usam deste argumento, então, quando querem derrubar instituições milenares, como o casamento, estão derrubando a moral que sustenta toda nossa lei, que, quer queiram quer não, é a moral cristã. Os que querem “criar novas leis”, portanto, estão automaticamente decretanto, não que as leis não provém de moralidade, mas que a substituição da moral cristã por outra, inventada por eles próprios. E por que devemos temer isso? Simples, pois esta outra moralidade não conhece limites de respeito à vida e à santidade do casamento, por exemplo. O mesmo movimento que tenta hoje legalizar casamento e “direitos” gays em muitos casos já fala abertamente sobre descriminalização da pedofilia. O mesmo movimento que quer legalizar aborto já fala, por conclusão inerente à sua lógica, no direito da mãe matar seu filho recém-nascido. Estes são apenas dois pequenos exemplos de toda uma gama de consequências que virão caso a moral e ética estabelecidas por Deus sejam esquecidas.

Historicamente, moralidade elevada tem a ver com a prosperidade de uma nação. Magistrados romanos sabiam disso e alguns tentaram, sem sucesso, evitar a derrocada moral de Roma. Sodoma e Gomorra sucumbiram nas mãos do justo juízo divino por sua imoralidade. E por que não citar o mundo inteiro perecido no dilúvio? A Europa cristã prosperou grandemente. Hoje tem sido entregue à dominação de inimigos milenares: os islâmicos. E não, não por meios militares. Não haverá uma gota de sangue derramada. Gradativamente o islamismo tem estendido seus tentáculos e dominação cultural. E isto pode se agravar com a doutrina de controle de natalidade amplamente divulgada entre os europeus. O século XXI testemunhará mudanças históricas enormes no continente europeu. E por quê? Pois se esqueceram de Deus e de sua Lei. Andaram em seus próprios caminhos. Tentam por si próprios dizer o que é certo e o que é errado. Temo por isso. E espero que isso não aconteça com a nossa nação.

Insto que você, leitor, deixe a apatia intelectual e busque conhecimento. Aprenda a pensar por si mesmo, e não apenas pelo que a grande mídia dita diariamente a você. Isto é hoje uma questão vital de sobrevivência em um mundo que gradativamente está sendo tragado pela ignorância e manipulação de “elites” intelectuais cujo propósito é um só: substituir a ordem vigente por uma outra em busca de um fim glorioso, porém inalcançável. E inalcançável simplesmente porque é antiético. Matar uma vida inocente é antiético. Casamento é definido pela união de amor entre um homem e uma mulher visando a multiplicação do ser humano. Pedofilia é abominável, e infanticídio mais ainda. Simples assim.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

A Origem e Propósito do Estado


Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.
Romanos 11:36

Um versículo por demais comum na mente de todos os cristãos brasileiros é, sem dúvida, Romanos 11:36. Conhecemos, repetimos e nos alegramos em dizer que tudo é dEle e tudo é por Ele, bem como para Ele.
Uma das deficiências do crente moderno é, entretanto, saber manejar as Escrituras de forma a extrair dela virtude e conhecimento. O que temos na boca da maioria dos evangélicos no Brasil são versos soltos, mal entendidos e, quando não, aplicados erradamente. Isto para não dizer aqueles que são conhecidíssimos porém não nos damos o trabalho de extrair as conclusões lógicas do que o autor quiz dizer. Certamente, Romanos 11:36 faz parte deste último grupo.
Paulo em Romanos nos afirma algo fantástico e sobremodo sério, cujo significado, se entendermos corretamente, exige de nós completa mudança de cosmovisão. O apóstolo inspirado afirma que todas as coisas:

  • Vem de Deus – como Criador de tudo e de todos e Soberano Senhor cujos decretos são altos e sublimes, e governam tudo o que aconteceu, acontece e acontecerá, bem como tudo o que existiu, existe e existirá, Deus é, assim, a fonte primaz de tudo o que acontece.
  • Existem por meio de Deus – Ele não só é Criador mas também mantenedor de tudo e de todos. Sem a determinação de Sua vontade, tudo cessaria de existir imediatamente. Deus sustenta a existência de tudo aquilo que Ele mesmo trouxe à existência.
  • Existem para Deus – Por ser soberano, Deus ordena e chama todas as coisas a render glórias não a si mesmo, mas a Deus. Tudo o que existe deve ser usado para Ele. Todos os seres humanos devem levar suas vidas visando a glória de Deus. Isto inclui a sociedade e suas intituições! Glorificar a Deus com algo, note-se, implica usar-se disso conforme os princípios morais perfeitos expressos em Sua Lei.

Conforme foi exposto, o texto de Romanos exige que todos os seres humanos rendam obediência a Cristo e a Deus em tudo que fazem. Da mesma forma que um homem rebelde contra Deus é aquele que recusa-se a viver de acordo com a Sua Lei, de igual modo precisamos, por honestidade intelectual, aplicar esta verdade aos nossos governos e instituições sociais. Nós todos concordamos que um governo, mesmo que iníquo, deve sua autoridade a Deus. Jesus afirmou a Pilatos que nenhuma autoridade ele teria se do céu não lhe fosse dada. E Paulo com isto concorda quando afirma que a “potestade é ministro de Deus”, e, em nosso texto, evidentemente esta potestade está incluída em “todas as coisas”. Muitos diriam que governos rendendo-se a Cristo é algo impossível por que o “mundo jaz no malígno”. Isto é tão cômico quanto irracional. Eu e você que estamos em Cristo, também, um dia, já estivemos no maligno. Todo ser humano rebelde jaz no maligno e, ainda assim, Deus o convoca a render-se a Ele em obediência e a dar-lhe glória. Por que seria diferente com governos e nações? De fato, não é.
Cristo deve ter domínio sobre todas as coisas. Nós, como dispenseiros dEle, e embaixadores do Reino, devemos trabalhar neste mundo com o fim de subjugar tudo a Seu domínio. A isto referiu-se Judas quando explicou “Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre.” (Judas 25). Da mesma forma a Lei e os Profetas nos dizem “Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra. Servi ao SENHOR com temor, e alegrai-vos com tremor.” (Salmo 2:10-11)
Devemos entender que da mesma maneira que um ímpio será julgado, historicamente e eternamente por seus atos e rebeliões, assim também uma nação será julgada historicamente e eternamente por seus atos e rebeliões. Não devemos ser apáticos e inativos na sociedade, conformando-se com governos cada vez mais corruptos. Antes, proclamemos contra os pecados individuais do povo, bem como os pecados coletivos, e os clamemos contra os ídolos em cada esfera da sociedade, seja na cultura, seja nas Leis, seja na educação ou nos magistrados. Tudo é de Cristo. Tudo veio dEle. E tudo, portanto, tem obrigação de se render à Sua Lei.
Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés.
1 Coríntios 15:25

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Ira Sem Motivos



Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco [tolo, ímpio, desgraçado, condenado, maldito], será réu do fogo do inferno. (Mateus 5:21-22)

É de extrema importância entendermos o sentido deste texto. John Gill em seu comentário bíblico nos elucida que nem todo tipo de ira é aqui proibida. Pois diz "existe uma ira que não é pecaminosa, é em Deus, em Cristo, nos santos anjos; e é mesmo desejável entre o povo de Deus, quando se levanta de um verdadeiro zelo pela religião, a glória de Deus, e os interesses de Cristo; e é dirigida ao pecado, seu próprio, ou de outrem, os vícios, falsas doutrinas e falsa adoração: mas é aqui Cristo condena a ira sem causa como quebra da lei 'não matarás'."

A seriedade deste mandamento deve ser considerada por todo aquele que diz professar o nome de Cristo. Cólera, ira, perda de controle NÃO fazem parte do comportamento de um homem ou mulher nascidos de novo. Nos é dito por meio do apóstolo "aparte-se da iniquidade todo aquele que professa o nome de Cristo."

O ensinamento de Cristo aqui basicamente é que o sexto mandamento, "Não matarás" não restringe-se apenas a um indivíduo tirar literalmente a vida de outrem. Gill explica que o significado do texto depende da expressão "sem motivo".

Esta frase qualifica e explica os três casos a seguir:

1) "encolerizar-se"; isto significa irar-se, ficar com raiva, mesmo que por instantes, de alguém sem motivo JUSTO. Isto certamente abrange pecados de falta de domínio próprio e casos onde por pequenas causas transformamos nossos semblantes e formas de agir. Ainda que não façamos ou digamos nada, somente este sentimento nos torna culpados diante do Deus Altíssimo. Mas não para por aí.

2) "Raca"; esta expressão tem conotação de extremo desprezo e manifestação de ódio. Gill afirma que leva o sentido de "cospir em", o que, bem sabemos, indica em grande desprezo pela dignidade alheia. Note que é válido aqui afirmar o que Deus disse a Noé após o dilúvio: "Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem." (Gênesis 9:6). Note que o mandamento "Não matarás" foi justificado pelo fato de que Deus fizera o homem à sua imagem e semelhança. O homem, ímpio ou justo, carrega em si a "imago Dei", isto é, a Imagem de Deus em si. Ofender e desprezar o nosso próximo, seja ele quem for, constitui, portanto, uma ofensa GRAVÍSSIMA ao Deus Eterno. Devemos tremer diante da menor possibilidade de que isso se abata sobre nós!

3) Louco; o termo aqui, prossegue Gill, não necessariamente quer dizer pessoa sem sabedoria ou conhecimento (tolo, como em algumas traduções). O termo é mais abrangente e significa "ímpio", "desgraçado". Novamente, entendemos isso a luz da expressão "sem motivo". Prosseguindo em sua ira interior, e em seu desprezo inicial manifestado, o assassino, segundo Jesus, pode ainda chegar ao extremo de, sem motivo, ou por motivo injusto, desprezar a condição espiritual e a dignidade do próximo. Termos como "desgraçado", "condenado", "tolo", "perdido", "madito" e semelhantes, carregados do qualificador "sem motivo" tornam o homem que os usa contra outrem CONDENÁVEL AO INFERNO.

Os versos seguintes aos versos que lemos ainda afirmam que se alguém for adorar a Deus com ofertas e tiver "algo contra seu irmão", que deixe sua oferta e concilie-se com ele. Sem dúvida, eu afirmo que é caso grave, passível de disciplina eclesiástica severa, um cristão agir como um assassino, colerizando-se sem motivo. Se este é seu caso, não ouve entrar numa igreja sem se arrepender. Santo Ambrósio de Milão proibiu o Imperador de Roma, sim, o IMPERADOR de Roma (!!!), de fazê-lo pois ele havia matado injustamente. Assim, como quem faz o descrito acima é culpado de matar, eu exorto que a mesma pena aplicada por Ambrósio nos deve servir de alerta e ensino.

A Lei de Deus e a Saúde no Brasil


Bem é sabido de todos nós o caos em que se encontra a saúde pública no Brasil. Também é sabido o descaso quase que generalizado do governo em relação a tal situação. Isto porque, evidentemente, os políticos usam-se deste estado deplorável da saúde como motivo para eleger-se na próxima eleição. Antes de entrar numa discussão de teoria política, se o Estado deve ou não fornecer saúde pública, atenhamo-nos ao fato imediato: o estado brasileiro propõe-se a fazê-lo, e, de fato, tem condições de fazê-lo melhor.

Diante do exposto, como um missionário fiel à Palavra da Verdade, devo dizer que o Governo Brasileiro está acumulando Ira sobre si quando trata com descaso a VIDA humana de milhares de seus cidadãos que morrem nos leitos de hospitais diariamente. Eis o que diz o SENHOR: "Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem." (Gênesis 9:6). E ainda "Não matarás", é o sexto mandamento do decálogo. Podemos citar outros que ensinam o valor da vida humana. Se, por exemplo, em uma briga de dois homens um descuidar-se e ferir uma mulher grávida, e o bebê vier a morrer, tal homem é culpado de assassinato! Olho por olho, dente por dente, vida por vida, nos ensina a Lei.

Os nossos políticos precisam saber que quando qualquer deles se omite neste caso ou, pior, quando o perpetua apenas para fim de promover a si mesmo, tal homem e mulher deverão prestar contas diante do Deus Todo-Poderoso. "Deus não terá por inocente o culpado", nos adverte Moisés, e vocês são culpados de ofender a Deus pelo desprezo à vida! Arrependam-se, e produzi fruto de arrependimento, para que o Senhor não derrame sobre nossa nação Ira tamanha que não possamos suportar!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Precisamos de Avivamento

O Brasil, bem como o mundo ocidental, tem passado por uma crise moral, social e espiritual sem precedentes. Os movimentos politicamente corretos e marxistas querem transformar a sociedade substituindo a moral cristã, que é sua base, por uma moral ateísta e liberal. A nossa base moral, que nos trouxe até aqui, são as Escrituras Sagradas. Se você anda na rua hoje e tem um mínimo de confiança de que os que estão ao seu redor não vão se levantar contra você para roubar as chaves do seu carro ou mesmo para te tirar a vida, é por que está escrito "Não matarás" e também "Não roubarás". Por que então em outras questões queremos negar esta Lei? O liberalismo que se introduziu no século passado começou sutil. No princípio, somente algumas situações eram mudadas, somente alguns comportamentos liberados. Começou com a revolução sexual. O sexo, que biblicamente é lícito dentro do casamento entre homem e mulher tornou-se algo natural fora dele. Mas o que há de mal? Simples: se pecamos num ponto da Lei pecamos em todos. Se abrimos mão de um, logo estaremos abrindo mão de outros. Hoje, sequer o não matarás é respeitado. Chegamos ao ponto dos países legalizarem a abominação do aborto. Milhões de vida são silenciadas anualmente por essas políticas. Mas Deus não está inerte. Pois o Deus de misericórdia também foi o Deus que destruiu Sodoma e Gomorra no fogo por justo juízo. Você se lembra de que Deus é amor? Bom. Mas, lembrar-se-ia você de que Ele também é severo e vingador de toda iniquidade? Deveria.

E a Igreja? Morta, inerte em suas questões internas. O mesmo liberalismo de fora a invadiu. Prostitui-se diariamente com o mundo. Aceita e prega o Evangelho da Prosperidade, assinando sua destruição e condenação, pois este evangelho FECHA a porta da graça para as pessoas. Cegos guiando cegos. Hoje no Brasil temos tele evangelistas trazendo lobos em pele de cordeiro do exterior para seus programas de TV. E para que? Pregar o Evangelho é que não é. Eles vêm para pregar seu evangelho de mentiras. Para pedir "sementes" pela salvação da sua família, sucesso, prosperidade, o que nada mais é do que a velha e abominável heresia de venda da salvação medieval. Envergonham Lutero! Suas quinquilharias fazem a Igreja Medieval parecer pura diante do que eles fazem! E dizem que vivemos um grande avivamento! Ora, me poupem! Que avivamento é este que implica em mudança na sociedade? Que avivamento de sinais estranhos e manifestações ridículas atribuídas ao Espírito Santo? Pessoas caindo, rindo, rolando, em transe, e tudo atribuído ao Espírito Santo! Blasfêmia! São histeria coletiva, isso sim, quando não manifestações demoníacas mesmo. Olhando para tudo isso, até pensaríamos: quem? Quem há que permanece fiel?

"Então aqueles que temeram ao SENHOR falaram frequentemente um ao outro; e o SENHOR atentou e ouviu; e um memorial foi escrito diante dele, para os que temeram o SENHOR, e para os que se lembraram do seu nome. E eles serão meus, diz o SENHOR dos Exércitos; naquele dia serão para mim jóias; poupá-los-ei, como um homem poupa a seu filho, que o serve. Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve." (Malaquias 3:16-18)

Deus tem sempre um remanescente. Lembrai-vos de que achando Elias que era o único fiel em Israel, Deus o mostrou que 7000 haviam que não se dobraram a Baal. Onde estão estes 7000 hoje? Estes são os que tem de orar, clamar, se humilhar, pois fiel é Deus que prometeu "E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra." (2 Crônicas 7:14)

A Ira de Deus precisa ser satisfeita contra tamanha iniquidade! E existem dois meios de fazê-lo: arrependimento ou destruição. Precisamos clamar pela primeira opção.

Por onde olhamos vemos apostasia. Olhem para a Europa. Um continente que um dia irradiou a luz do Evangelho para as nações. Hoje, ateísta, imoral, pioneiro na destruição moral da sociedade. Não tardará o julgamento se não se arrependerem.

Américas? Seguindo pelo caminho do Velho Mundo. Estados Unidos? Mata mais de 3 mil infantes por dia! E usa a ONU para promover suas agendas imorais. Também exporta os falsos profetas da prosperidade, confissão positiva, e tantas outras heresias mais.

Concluo chamando aqueles que conhecem ao Senhor que clamem a Ele por um avivamento urgente. Tornemos para Deus, e Ele se tornará a nós. Convertamo-nos, e Ele nos perdoará. Olhemos para a Lei de Deus com respeito e temor. Ela é a peneira da justiça, que separa certo de errado, moral de imoral.

"Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo, que lhe mandei em Horebe para todo o Israel, a saber, estatutos e juízos."
Malaquias 4:4

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Teologia é Vaidade?

As pessoas acham que podem ler a Bíblia sem o menor auxílio teológico. Chamam a teologia de dispensável, vaidade, enfim, um número incontável de termos injustos e equivocados. Isso seria afirmar que podemos ler o documento que descreve o projeto de um automóvel sem qualquer auxílio dos conhecimentos de Engenharia, Física, Mecânica e outras ciências. São aversos a qualquer tipo de polêmica, contestação ou discussão teológica. Também não lembram que se hoje temos uma sistematização consistente da doutrina da Santíssima Trindade, isso foi somente pois a Igreja debateu, discutiu, e teorizou sobre isso por 400 longos anos![1]

Entendam que a teologia é um auxílio indispensável para quem quer se aprofundar no texto sagrado, ou mesmo para o crente comum. "Mas o crente comum não vai para o seminário, afirmariam alguns". É bem verdade que não, por isso o ensino e tutela da Igreja Local são importantes, e ainda mais o é a apresentação de regras básicas de interpretação de texto. Isso, se feito diligentemente, ainda torna as pessoas mais cultas e aptas a dominar não só o texto sagrado, mas qualquer outra literatura com o tempo.

Ocorre é que vivemos numa época de muita violência aos textos sagrados. Pessoas sobem ao púlpito dizendo que "Deus lhes revelou uma nova visão sobre o texto 'x'". E assim, apresentam sua interpretação, desprovida de qualquer lógica, ou sequer sem uma mínima análise histórica. Perguntam-se, acaso "alguém leu este texto assim nos dois mil anos de história cristã atrás de mim"? Não, não perguntam. Por isso o distanciamento da Igreja Evangélica hoje da Reforma Protestante. Como afirmo a alguns amigos não-evangélicos, afirmarei aqui: o que se chama "evangélico" hoje, dificilmente pode se considerar relacionado logica e consistentemente com o que pensavam Calvino, Lutero e tantos outros santos de Deus do passado.

Afirmo, sem titubear, que não precisamos conhecer a Escrituras hoje. Muitos são os crentes que lêem e relêem o texto sagrados de capa à capa. O que precisamos é reaprender do ZERO à interpretá-lo. Ler as Escrituras não é abrir aleatoriamente num texto e achar que DeUs está falando com você e aplicar de uma maneira totalmente errada e enganosa o referido texto. Não! Isto não é Ler as Escrituras, isto é vidência, prática condenável por elas.

Voltemos às Escrituras. Reaprendamos a interpretá-las. Leiamos sim, textos de outros homens de Deus. Não como tendo a mesma autoridade, mas como muletas, auxílios que apontam o certo caminho.

Paz!


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[1] A Santíssima Trindade foi formalmente definida pela Igreja em seu concílio ecumênico de Nicéia, no qual a Igreja opôs-se à heresia ariana sobre a divindade de Cristo. Deste concílio, surge um dos documentos mais importantes para a Igreja hoje, o Credo Niceno: 

"Cremos em um só Deus, Pai Todo-Poderoso, o Criador do céu e da terra, das coisas visíveis e invisíveis. E em um só Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, o Unigênito de Deus o Pai, o Unigênito, que é da essência do Pai. Deus de Deus, Luz de Deus, Luz verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado e não feito; da natureza mesma do Pai, por quem todas as coisas vieram a existir, no céu e na terra, visíveis e invisíveis. Quem de nós a humanidade e para nossa salvação desceu dos céus, se encarnou, foi feito humano, nasceu perfeitamente da Virgem Maria pelo Espírito Santo.

Por quem Ele tomou corpo, alma e mente, e tudo o que está no homem, verdadeiramente e não na aparência. Ele sofreu, foi crucificado, foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao céu com o mesmo corpo, [e] se sentou à direita do Pai. Ele está para vir com o mesmo corpo e com a glória do Pai, para julgar os vivos e os mortos; do Seu reino não tem fim. Acreditamos no Espírito Santo, no incriado e perfeito, que falou através da Lei, os profetas, e os Evangelhos; que desceu sobre a Jordânia, pregado pelos apóstolos, e viveu nos santos. Acreditamos também em apenas um, Universal, Apostólica, e [Santo] Igreja e, em um batismo de arrependimento, para remissão e perdão dos pecados e na ressurreição dos mortos, no julgamento eterno das almas e corpos, e o Reino dos Céus e na vida eterna.
"

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A Paixão de Cristo


Talvez o filme mais bem produzido sobre as últimas horas da vida de Jesus Cristo, este de Mel Gibson ofende a muitos com a clareza que expõe o sofrimento ao qual Jesus foi submetido. Mas será que Cristo sofreu mais castigos físicos do que qualquer um que já andou sobre a terra? Evidentemente, basta olharmos para as histórias comoventes dos mártires cristãos, de ontem e de hoje, e poremos isto em dúvida. Filósofos gregos foram executados cruelmente e chegaram até a impedir que chorassem por eles. Morreram calados e com coragem. Assim também o foram, conjecturo, muitos cristãos perseguidos pelas mãos de Roma, por exemplo. Mas diz a Escritura que, antes de ser entregue aos sacerdotes judeus, Jesus chorou lágrimas de sangue no Getsemani. Seria o Filho de Deus medroso ou mais fraco que qualquer homem? Aquele que disse que bastava uma palavra e legiões de anjos viriam a seu dispor deveria temer os homens em que? Certamente, eu digo, precisamos saber o que Jesus temia. O que o fez chorar sangue? Disto depende nossa compreensão do Evangelho. Jesus pediu ao Pai que afastasse dele um cálice, uma taça. Mas, o que havia neste copo? A resposta encontraremos nas próprias Escrituras.

Desperta, desperta, levanta-te, ó Jerusalém, que bebeste da mão do SENHOR o cálice do seu FUROR; bebeste e sorveste os sedimentos do cálice do atordoamento.” (Isaias 51:17)

"Porque assim me disse o SENHOR Deus de Israel: Toma da minha mão este copo do vinho do FUROR, e darás a beber dele a todas as nações, às quais eu te enviarei." (Jeremias 25:15)

"Porque na mão do SENHOR há um cálice cujo vinho é tinto; está cheio de mistura; e dá a beber dele; mas as escórias dele todos os ímpios da terra as sorverão e beberão." (Salmo 75:8)

Como vemos, diz a Palavra de Deus que, em sua mão, Deus tem um cálice cheio de FUROR, palavra que significa IRA, RAIVA, SANTA INDIGNAÇÃO. E que dará de beber aos ímpios da terra, aqueles que pecaram contra sua santa Lei. Ainda poderíamos citar outros versos mostrando quão terrível é este cálice, cheio de misturas e lixo, como nos revelou o salmista.

O que Jesus temia? Esta foi nossa pergunta. Não, ele não temia sofrimento algum dos homens. Jesus temia algo muito pior. Jesus temia o que eu e você deveríamos temer. Ele temia aquilo de que hoje muitos zombam, negando sua existência. Jesus temia a IRA DE DEUS! O que ele estava para fazer era tomar voluntariamente o cálice da IRA do Deus Todo-Poderoso. Isto é uma figura de linguagem que descreve que Jesus estava para ser castigado, punido, atormentado pelas mãos do próprio Deus pelos pecados. E pecados de quem? Dele não eram, pois Cristo jamais pecou. Eram pecados dos homens. Imorais, indignos, imundos, violadores da lei. Dia após dia, eu e você pecamos milhares de vezes. Seja nas menores coisas, nos tornamos indignos diante da santidade de Deus. Somos criminosos, violadores dos seus mandamentos.

A resposta teológica mais digna que já ouvi a respeito do motivo pelo qual o pecado do homem merece punição ETERNA no fogo é exatamente que, embora na nossa mentalidade, um único pecado possa ser simples, não se trata do ofensor, e sim do ofendido. Diga mal a respeito de um rei em público e você provavelmente vai preso. Diga mal a respeito de um qualquer e nada te acontecerá. A ofensa torna-se pior devido a magnitude do ofendido. É a lei da proporcionalidade. Cada ato deve ser punido de acordo com a proporção da ofensa. "Olho por olho, dente por dente" nos diz a Lei de Deus. Pecamos contra um Deus infinito em seu ser. Seremos punido com a eternidade de sofrimentos e desgraça. Ai de nós, certamente, pois pecamos não contra um semelhante nosso, mas contra o ETERNO e SOBERANO, e INFINITO Deus.  Merecemos, portanto, punição infinita. Esta seria a única forma de saldar nosso débito com Deus: passando a eternidade no Inferno.

Mas Deus é amor! E por isso mesmo dizem as Escrituras, “Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” (Isaías 53:5). Sim, a Lei de Deus prevê a morte ao infrator, mas também prevê um resgate. Alguém puro e imaculado deveria sofrer a punição no lugar do homem. A Ira de Deus precisa ser satisfeita. Quem? Quem faria isso, senão o Filho do Homem, Jesus, Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem?  E, estajam certos de que ele fez. Bebeu o cálice. E ali na Cruz realizou algo que NENHUM filme conseguirá retratar. Cinegrafistas sequer entendem isso. O maior cargo de Cristo foi na Cruz. Ali, sem ninguém ver, sejam seus discípulos, sua mãe, ou mesmo aqueles que dele zombavam impiamente. Nenhum deles viu a mão invisível que o afligia. Ali, em instantes, ele suportou o Deus Eterno em inimizade contra ele mesmo. Enquanto escrevo isso busco palavras, pois as mesmas faltam. Não há nas línguas dos homens algo que possa descrever com perfeição esta cena. Deus ferindo a Seu Filho, derramando sobre Ele a Ira que eu você levaríamos a eternidade para pagar, em apenas alguns momentos. Isso sim, foi o que o fez chorar sangue. E ele bebeu do cálice. E ali na Cruz pagou total e finalmente pelos pecados do seu povo. Dali em diante, embora possamos muitas vezes não entender, NÃO existe nenhuma dívida ou crime na ficha daqueles que creem em Jesus Cristo. Ela está limpa, nova, branca. Continuamos pecadores miseráveis, sim. A única coisa que diferencia um crente em Jesus de um incrédulo não é a ausência de pecado, mas sim, o sangue que foi posto sobre um e não sobre o outro. E quando Deus olha para este homem sujo de sangue, ele não vê pecado, pois sua ira fora satisfeita. Louvado seja o SENHOR, e a Seu Filho amado, pela Obra da Redenção!!!

Isso me lembra que eu devo dizer algo a três grupos de pessoas:

1) A você que crê em Jesus, por mais que te atormentem os seus pecados, legalmente você está livre. Legalmente não existe condenação sobre você. Descanse na promessa da Redenção. Não digo descanse como se dissesse “não busque viver em santidade” ou ainda “não se incomode com o seu pecado”. Pelo contrário, a marca de um verdadeiro salvo é sua luta por perfeição, é sua guerra contra o pecado que habita em si mesmo. O que eu estou dizendo é que você deve entender que todos os seus pecados já foram perdoados na Cruz! E isso não pode ser tirado de você. As circunstâncias, dores, os males, os anjos maus a serviço do Príncipe das Trevas, todos eles tem nenhum direito de te condenar ou de te tirar o perdão. Ele foi comprado por Cristo, e na autoridade e poder de Cristo é que te foram outorgados. Queira Satanás ou não, “ninguém intentará acusação contra os eleitos de Deus”.

2) A você que não crê, que vive como se não estivesse em oposição a Deus. Pare de desperdiçar sua vida. Acorde de sua cegueira, arrependa-se. E por que isto é tão importante? Pois todos os que não creem em Jesus não recebem os benefícios da Cruz. Se você não crê, isto é, se você ainda não se arrependeu, e tornou-se para Deus e Sua Lei, você está em oposição a Deus e sobre você está a IRA dele! Não espere até a porta da graça se fechar e você abrir os olhos na eternidade sem Cristo, sem estar sujo de sangue! De outro modo você enfrentará aquele cujos olhos são como chama de fogo. Terá de prestar contas diante do Juiz de toda a Terra! E sem Cristo será indesculpável, restando para você o fogo eterno do inferno.

3) A você que é um homem ou mulher religioso, vai a igreja, vive externamente como cristão; já foi batizado, participa da Ceia do Senhor, enfim. Para você mesmo, e talvez aos que estão ao seu redor, você seja um cristão. Mas você pode estar enganado. Eu não ousaria deixar este grupo de pessoas passar em vão. Isto por que eu creio que ele seja um dos mais numerosos. No Brasil estamos vendo um crescimento estrondoso da religião evangélica, entretanto, devo afirmar que não está aumentando o número de pessoas realmente nascidas de novo. Pelo contrário, elas são raras. Permita ofendê-lo por um momento, a você que é evangélico hoje no Brasil, mas por amor a Deus preciso faze-lo. À Lei e ao testemunho! Deixe-me dizer como se fazem novos convertidos no Brasil de hoje:
- convida-se a pessoa a comparecer em alguma igreja local com a desculpa de que Jesus pode mudar sua vida terrena. A pessoa, quando vai, o faz na expectativa de uma melhora de vida material. Seja um marido ruim, um emprego ruim, problemas financeiros, emocionais, na família, enfim, toda sorte de males desta vida. “Vem pra Jesus e sua vida vai mudar!” “Vem pra Jesus, e você que está desempregado conseguirá um emprego.” “Vem pra Jesus, e você será bem sucedido.” “Você nasceu pra vencer e Deus quer te prosperar.” “Aceite Jesus e veja sua vida transformada.” Todas estas frases fazem parte deste tipo de atitude e tentativas de conversão fantasiosas.
- a Igreja colabora com este sistema ímpio e mundano dizendo ao pecador que se ele “adquirir”, sim, ADQUIRIR a Jesus, então ele dará a solução aos seus problemas. Em raríssimas exceções, ou quase nenhuma, em muitos casos, a pessoa é levada a crer que ela tem um problema maior do que os que ela pensa que tem, a saber, que ela está em oposição e rebelião contra Deus. Pelo contrário, a Igreja MENTE a ela, sempre dizendo que Deus está do lado dela, e quer abençoá-la; basta ela conformar-se com duas ou três regras de conduta “evangélicas”, ir à igreja com certa frequência e pronto. E não digam-me que não é assim por que é exatamente isso que acontece. Conscientes disso ou não, nos ESQUECEMOS o que é conversão, arrependimento e salvação. Mas ainda tem mais.
- depois disso, a pessoa vai a Igreja, ouve a mesma pregação centrada não em Cristo, sua Soberania e o problema do pecado, a convocação geral de Cristo para indivíduos e nações submeterem-se a Sua Lei, mas nas suas necessidades terrenas. No fim, ela é convidada a fazer uma oração induzida, a famigerada e terrível “oração do pecador”. É convidada a dar uma chance para Jesus mudar a sua vida (!!!!). E, se ela fez a oração pela primeira vez, é convidada a ir a frente. Senão, está apenas afastada. Basta fazer de novo e voltar pra Ele. Para os evangélicos de hoje, este é o rito de passagem. Por um passe de mágica, a pessoa agora é declarada crente, convertida! Que loucura! Não existe heresia tão terrível quanto esta!
- uma vez “salva” a pessoa é, então, batizada sem qualquer entendimento do que é ser um convertido, apenas crendo e esperando que Jesus mudará sua vida... aqui na terra e que, por algum motivo, por estar na Igreja, ela um dia irá para o céu.
E assim tem sido, semana após semana; legiões de novos crentes se formam assim. Avalie hoje, você que lê este texto, se você não é um deles. A santidade na vida cristã é algo sério! O padrão de exigência para ser cristão é seríssimo! Você precisa odiar o estilo de vida do mundo. Ser cristão não é apenas não beber, fumar, matar ou roubar. Não! Olhe pare si e veja quão ímpios são seus pensamentos! Veja quantos mandamentos você transgride numa só conversa informal, num só programa de TV que assiste, em um rápido pensamento que passa pela sua mente! Esta geração de crentes de hoje sequer sabe disso. Sequer entendem a seriedade disso! Vivem como se estes pecados, quando o são reconhecidos como tal, fossem nada! E isso por quê? Porque eles foram levados a crer que são nascidos de novo quando NÃO são! Veja: se os evangélicos no Brasil hoje são mais de 20% por que não mudamos este país? Se com 120 pessoas cheias do Espirito Santo o mundo foi abalado na época dos apóstolos, por que nós hoje, com milhões, não conseguimos fazer isso? Ficou, por acaso, o Espirito Santo mais fraco? Ou seria o poder dos poderes, o qual ressuscitou Jesus dos mortos, não tão grandioso como outrora? Não. A resposta é que há poucos, pouquíssimos, que realmente entendem, compreendem, que realmente foram lavados com o sangue do Cordeiro. Isto precisa ser dito. E o foi. Oro a Deus para que você entenda, e não tenha vergonha de se arrepender e se precisar, assumir que mesmo depois de anos de igreja, até de ministério, você jamais foi convertido.  Melhor nos seria o humilharmo-nos agora, do que o enfrentar a Ira do porvir!

Pense nisso.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Há esperança para 2013?

Quando vemos falsários mentirem na TV e pedirem dinheiro ensinando ao povo de Deus a literalmente "fazer um negócio com Deus". Quando vemos indulgências sendo novamente vendidas e falsos profetas colocando preço até mesmo na alma humana (exatamente como a 500 anos atrás fazia a Igreja de Roma). Gente deificando o homem e humanizando Deus, reduzindo-o a um servo de nossas vontades materiais. Quando vemos igrejas abertamente apostatando de suas fundações e desviando-se da rota que seus pais fundadores sonharam para elas (aqui, nos EUA, um país historicamente protestante/evangélico onde, creio, um dia encontrar-se-ía uma igreja saudável sem tanta dificuldade, hoje tornou-se um antro de apostasia. Estou em um lugar diferente da minha cidade - Washington, DC - e como é difícil encontrar uma igreja! Em menos de um mês, as duas igrejas presbiterianas que encontrei próximo de onde estava, duas vezes e em cidades diferentes, eram adeptas do movimento de liberalidade sexual - quem lê entenda). No Brasil, as seitas neopentecostais não parecem dar sinais de fracasso ou retrocesso. O sincretismo e a venda do evangelho das mundiais e universais, a confissão positiva das internacionais, a teologia da prosperidade de milhares de igrejas (e das três anteriores), as mágicas travestidas de Evangelho de um senhor que vai ao país em Fevereiro (para nossa desgraça) e a condescendência de muitas lagoas que ficam no meio do caminho, ou as "loucuras por Jesus" de alguns que, no afã de aparecer, profanam símbolos sagrados, a altivez dos apóstolos modernos e seus estapafúrdios atos proféticos (o que é isso mesmo?) , os "ungidos do Senhor" que buscam a mesma autoridade do Papa (infalibilidade e autoridade suprema sobre seus seguidores) e tantos e tantos desvios mais. Como encarar 2013? Como encarar o futuro!? E essa é só a batalha do lado de dentro.

Do lado de fora, as engenharias socias das elites globalistas seguem a todo vapor em seu plano de suplantar o cristianismo e os valores judaico-cristãos por um misto de comunismo, totalitarismo e sincretismo religioso. Daí, até entendo os evangélicos que creem na escatologia aterrorizante, incentivando medo e terror nas pessoas. O mundo está ficando cada vez mais apóstata. Por ano, centenas de milhares de cristãos são perseguidos e mortos no mundo pela sua fé. Dados reais. Só em 2012 estima-se que morreu um cristão a cada cinco minutos (105 mil). Será que não há esperança? Só nos restaria o arrebatamento e ver nossa missão falhar? Há alguns que pensam diferente. Tenho aos poucos me tornado um deles. Ontem li a citação do profeta Isaías. Ainda pode haver esperança: "Assim diz o SENHOR, o Redentor de Israel, o seu Santo, à alma desprezada, ao que a nação abomina, ao servo dos que dominam: Os reis o verão, e se levantarão, como também os príncipes, e eles diante de ti se inclinarão, por amor do SENHOR, que é fiel, e do Santo de Israel, que te escolheu. Assim diz o SENHOR: No tempo aceitável te ouvi e no dia da salvação te ajudei, e te guardarei, e te darei por aliança do povo, para restaurares a terra". (Isaías 49.7-8)