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domingo, 26 de maio de 2013

Zelo Espiritual e Verdadeira Piedade


Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação. Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus.
Romanos 10:1-3

Neste texto o Apóstolo Paulo declara seu desejo de que seus irmãos judeus chegassem ao conhecimento da salvação, que é Cristo. Embora estivessem sem Cristo, pois estavam sem salvação, o apóstolo nos afirma que os israelitas tinham zelo por Deus. Isto quer dizer que tais homens e mulheres eram extremamente cuidadosos em cumprir seus ritos e, em muitos casos, devotados à sua religião. Evidentemente, por cumprir tais obrigações, sentiam-se devotados ao próprio Deus e sentiam-se confortáveis, pois pensavam agradá-lo. Todavia, afirma Paulo, o zelo dos israelitas não provinha do conhecimento, ou do entendimento. Literalmente, não era “de acordo com o conhecimento” (segundo as traduções King James e NVI e o texto original).

O peso do ensinamento que este verso apenas nos fornece deve ser causa de reflexão para todo cristão genuíno. O apóstolo está dizendo, entre outras palavras, que existe uma maneira correta de adorar a Deus, uma piedade bem definida. E, pelo uso da palavra conhecimento (ou entendimento), do grego epignosis, percebemos que esta verdade pode e deve ser conhecida. O próprio Deus estabeleceu em Seu livro a maneira pela qual todo cristão deve levar sua vida, a doutrina correta, bem como a maneira como a Igreja deve conduzir sua adoração pública e todos os demais procedimentos em que se envolve. Este conhecimento revelado nas Escrituras é a gnosis divina e ele somente é que produz verdadeira religião, ou verdadeira piedade.

Paulo continua seu argumento afirmando que eles, embora zelosos, não conheciam a justiça de Deus, termo que implica “todas as coisas que agradam ao Senhor”. Os judeus eram ignorantes daquilo que realmente era a vontade ou o ensino de Cristo. Deste modo, implica o apóstolo, sua tentativa de agradá-lo era vã e inútil. O versículo pode ser lido como “porquanto, sendo ignorantes quanto a forma correta de proceder com relação às coisas de Deus, e procurando estabelecer sua própria maneira de agir, não se submeteram àquela que Deus havia revelado”.

Este texto tem ampla aplicabilidade em nossos dias. Vivemos em uma época onde os crentes pensam poder agir como lhe convém no culto. Transformaram o culto num show de entretenimento. Fazem nele o que lhes vier a mente, sem qualquer preocupação: “Deus aceita isto em seu culto”? O conteúdo dos sermões é o que melhor agrada ao público. Poucos pregadores são humildes o suficiente para dizerem a si mesmos “é isso mesmo que Deus quer ensinar?” ou “tem sido este o ensino da Igreja através dos séculos?”. Quando uma forma nova de fazer igreja surge, muitos sedentos por crescimento correm para ela, tendo-a como a nova visão do momento, a vontade de Deus para sua Igreja. Mas sequer têm o trabalho de humildemente checar a gnosis divina, as Santas Escrituras, para ver se as coisas são mesmo assim. Muitos destes são crentes zelosos, que “amam” ao Senhor. Digo assim, pois amor a Deus sem obediência a seus mandamentos é mera ilusão.

O ensino que o Espírito nos dá através do texto em análise é claro: submeta sua religião ao crivo das Escrituras. Seja na esfera pessoal, de conduta, seja na esfera coletiva, de culto e serviços, tenha cuidado de rever cada procedimento, cada meta, cada motivação. Tenha cuidado de olhar para o passado, para os “marcos antigos”, postos por nossos pais, pois Deus não aceita adoração do modo que ele não prescreveu. É melhor ter um pouco de trabalho no estudo do caminho, do que tomar o caminho errado, aquele que mais nos agrada, e no fim ter feito tudo em vão.

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