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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

A Ira do Cordeiro


‎E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo o servo, e todo o livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas; e diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da IRA DO CORDEIRO; porque é vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir? Apocalipse 6:15-17 - ACF

Deus é amor, Deus é amor. Frase comum hoje em dia, partilhada por muitos, compreendida por poucos. De fato, uma afirmação bíblica. João, em sua epístola afirmou esta verdade, usando as mesmas palavras (1 João 4:16).

Tendo isto em vista, muitas pessoas hoje tem dificuldades em entender uma grande verdade sobre o caráter de Deus: que o Deus que ama também odeia, e sua ira está contra todo pecado e iniquidade. Uns chegam ao absurdo de negar a existência de um inferno. Deus é amor, dizem, e como tal, não condenaria ninguém ao inferno. Será isso verdade, ou apenas a repetição ignorante de um clichê pós-moderno? Será esse “Deus de amor” moderno o Deus da Bíblia? E a resposta é um contundente NÃO! Se você quer entender quem é o Deus da Bíblia precisa considerar seus atributos por completo, em igualdade, jamais ignorando um em detrimento de outros. Para iniciar nossa análise, deixe-me instiga-lo com uma questão? Pode Deus perdoar seus pecados? Claro que sim, alguém responderia! Deus é amor, e como tal ele pode perdoar meus pecados. Para a surpresa de muitos, a Bíblia NÃO ensina esta doutrina. Pois perdoar um pecado implica em deixar o transgressor livre da merecida condenação. E Deus não faz isso. Por que? Pois Ele é JUSTO! Você ficaria satisfeito se um juiz, por ser benéfico e compassivo, deixasse um assassino de crianças livre? Ah, mas o juiz é amor, você seria forcado a dizer se fosse levar seu argumento a respeito de Deus a sério. Deus é amor, sim, mas também é justo, e como tal Sua Ira contra os pecados da humanidade DEVE ser satisfeita, e ela seria satisfeita se Ele lançasse a nós todos no fogo do INFERNO!

Agora que consideramos tudo isso, eu mesmo usarei o atributo amoroso de Deus em minha exposição. Deus é amor. Agora estamos chegando perto de usar esta verdade sabiamente. Prossigamos. Deus é justo e não pode deixar um miserável pecador como eu e como você sem punição. Foi isso que Moises disse ao ver a majestade de Deus: “E passou diante de Moisés, proclamando: "Senhor, Senhor, Deus compassivo e misericordioso, paciente, cheio de amor e de fidelidade, que mantém o seu amor a milhares e perdoa a maldade, a rebelião e o pecado. Contudo, não deixa de punir o culpado; castiga os filhos e os netos pelo pecado de seus pais, até a terceira e a quarta gerações” (Êxodo 34:6-7 - NVI). Estranho, não? Paradoxal. Deus NÃO deixa de punir o pecado, mas mesmo tempo deixa de puni-lo, pois é o que perdoar significa. Segundo o dicionário de Oxford – para a palavra forgive, perdão em inglês – perdoar é “desistir de ressentimento ou reivindicação de recompensa para (um delito)”. E isso já vimos que Deus, justo, não faz. Qual a resposta então? Como resolver o paradoxo de Êxodo 34:6-7? E a resposta é a Cruz. Na Cruz, a Justiça e Amor de Deus se encontraram!

Este é o entendimento que nos cristãos temos da Cruz. E é inaceitável que alguém se diga Cristão se não crer desta forma. O que Jesus fez na Cruz não foi sofrer chicotes e açoites apenas. Tampouco o escárnio ou os pregos. O que Jesus temeu, e o fez soar sangue, foi a IRA de DEUS. Era o que havia no cálice o qual Ele pediu ao Pai que afastasse de si. O que havia nesse cálice era a punição, a Ira, o ODIO santo de um Deus justo pelo pecado do povo. E Jesus bebeu este cálice, todo. Nenhuma gota restou. Voltemos a pergunta inicial: Deus perdoa pecados? Agora sim, e por que? Por que o débito foi pago, a ira satisfeita. O pecado, este foi punido. Louvado seja Deus por Jesus Cristo!

Mas, no início desta reflexão, lemos o Apostolo Joao falar sobre a IRA do Cordeiro. Talvez você pense: Cristo já pagou pela Ira, então eu não tenho o que temer. Cuidado! Cristo pagou pela Ira dos Seu povo! Você faz parte do povo de Deus? Você se ARREPENDEU dos seus pecados, voltou-se para Deus e busca santificar-se? Sua mente e coração doem pelo seu pecado? Você creu e recebeu Jesus como a fonte de toda sua vida e esperança? As palavras-chave são fé e arrependimento. Se você não o fez, devo te alertar com temor e tremor, faça-o logo! Não ouse esperar a morte e passar para eternidade sem receber os benefícios do sacrifício de Cristo. Não tema o diabo. Tenha medo de Deus! Ai dos que passam para o além sem serem perdoados. Enfrentarão a Ira de Deus! Arrependa-se, e volte para Cristo, enquanto Ele ainda é um Cordeiro misericordioso. Não espere ele se tornar o Cordeiro Irado!

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Eleição e Cosmovisão Cristãs



Como a Eleição mudou minha perspectiva sobre Salvação, sobre Cristo, sobre o Homem e sobre a Igreja.


Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama)
Romanos 9:11

O que é eleição? Segundo a doutrina reformada histórica, entende-se por eleição o ato soberano de Deus ocorrido antes da fundação do mundo, no qual Ele, contemplando a raça humana caída resolveu escolher para si um povo. Elegeu dentre os homens incontáveis multidões, a fim de os chamar, regenerar, santificar e, por fim, glorificar quando da ocasião de seu retorno.
Hoje, uma vasta maioria dos crentes rejeitou e se afastou deste pensamento, embora até algum tempo atrás ele fosse maioria entre as Igrejas Protestantes. Vê-se, porém, um retorno a esta doutrina da parte de muitas pessoas, em especial muitos jovens. O motivo? Bom, se posso inferir algo, eu diria apenas que é porque esta é uma doutrina bíblica, e Deus está para trazer um grande retorno às Escrituras em nossos dias.
A mudança que ocorreu comigo não pode ser resumida a uma troca de detalhes. Foi algo radical. Toda uma cosmovisão tem sido mudada e realinhada. Não é apenas crer nos cinco pontos arminianos e passar a crer nos calvinistas. Nem tampouco trocar Eleição Condicional por Eleição Incondicional. Não é uma questão de adicionar ou retirar prefixos. Quero deixar a você que lê este texto às bênçãos e mudanças que a doutrina da Eleição trouxe em minha vida.

Salvação

               Um dos fatos que leva muitos a rejeitarem a doutrina da Eleição é o fato de que esta vai de encontro a uma perspectiva errada de Deus partilhada por uma gama de crentes hoje em dia. Eles creem que Deus seria injusto se escolhesse salvar uns e não outros. Afirmam, por isso, que Deus quer salvar a todos, e que torna esta salvação alcançável a todo ser humano. Este deve, então, usar de seu livre-arbítrio com o fim de aceitar ou recusar tornar-se para Deus. Eis alguns problemas com esta visão:

·        Como explica-se o fato de nações inteiras terem nascido, se desenvolvido e desaparecido da face da terra sem sequer ouvir do Evangelho? Que oportunidade tiveram eles de ouvir sobre Cristo?
·        Como se coaduna esta ideia ao fato de que Deus é o Autor e Consumador de nossa fé? Se eu aceito ou rejeito a Cristo, então minha salvação foi baseada na minha escolha. Sem desejar, os que assim creem estão suportando um pensamento que rouba a glória de Deus.
·        Como se coaduna isto à pura doutrina que todo cristão sincero deve professar, a saber, a doutrina da Expiação Substitutiva, ou seja, de que Cristo levou a Ira de Deus na Cruz pelos nossos pecados e desde então eles foram perdoados. Se assim for, como pode Deus ter levado os pecados de toda a humanidade e condenar ao inferno os que não aceitarem? Como ficam os que “aceitaram” e se desviaram? Esta pessoa será condenada pelo que? Se uma vez crido os pecados não foram perdoados, destrói-se o Evangelho. Se foram, então fica difícil crer numa doutrina que ensina que eu tenho liberdade de me ligar ou desligar a Cristo quando eu bem entender.
·        Como explicar a esperança que há em mim, se eu sequer posso estar certo de que amanhã continuarei sendo crente?

Estes são somente alguns exemplos de como minha cosmovisão anterior era frágil, pois não achava respostas sinceras e bíblicas para estas perguntas. Hoje enxergo mais claramente o quão tremenda é a soberania do nosso Deus! Quão inescrutáveis são seus caminhos! Enxergo mais claramente o amor com que Ele me amou. Não fui salvo por que eu decidi ou por que eu aceitei. Fui salvo pela Sua grande graça e misericórdia. Hoje eu afirmo com o salmista sem medo “Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais em continuação foram formadas, quando nem ainda uma delas havia.” (Salmos 139:16)

Agora percebo com mais clareza a necessidade urgente se proclamar o Evangelho aos quatro cantos desta terra, pois o ser humano nasce perdido e condenado, sendo o Evangelho a sua única chance dele vir a conhecer liberdade e salvação. Percebo que, se nações inteiras foram derribadas sem ouvir de Cristo, Deus é justo e em sua justiça as condenou. Valorizo portanto, cada vez mais, o fato de eu ter disponibilidade de ouvir e falar do Evangelho. Isso é graça!

Cada detalhe da existência deste universo foi criado e preordenado pelo Deus que creio. Sim, Deus é um kyrios despotes, um Senhor Soberano, sim, um déspota! Faz tudo conforme lhe apraz. Que bom é confiar em sua vontade e amor! Assim, afirmo com Paulo que ninguém jamais resistiu a sua vontade! (Romanos 9:19).

Glorifico a Deus agora pela minha Salvação. Não tenho parte nenhuma nisso. Não tivesse Ele me escolhido estaria em trevas até então. Os eventos que me trouxeram até aqui são frutos de Sua soberana vontade! A cada passo que dou estou cumprindo Sua vontade. Mesmo os pecados que cometo. Sim, tudo predestinado, para Sua glória. Que Ele cresça e eu diminua. Que prevaleça a vontade dEle, e não a minha. Esta é, sim, a oração que sempre será respondida. Louvarei ao grande EU SOU eternamente, pois mesmo sendo pó, mesmo sendo nada para que Ele em sua majestade se importasse comigo, hoje eu posso dizer que pelo sangue do Seu Cordeiro eu sou livre da condenação que EU merecia. Eu não escolhi isso, pois mortos não escolhem coisa alguma. Eu estava morto em meus pecados e delitos. Mas o Espirito de Deus cumpriu o decreto eterno e meu deu vida, levando-me a crer. Aleluia!

Cristo

Quem é Cristo? O que Ele veio fazer? Hoje posso crer que Jesus veio fazer o que se propôs a fazer. Ele veio com uma missão e a cumpriu. Não veio esperando salvar a humanidade. Ele veio salvar a todo o que nEle crer. Veio cumprir o que determinou o Pai desde a Eternidade, Veio morrer pelos pecados de Sua Igreja. Posso dizer como Isaias que “Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si.” (Isaías 53:11)

Homem

E quanto ao homem? Que parte cabe ao homem na cosmovisão bíblica? Davi responde “Que é o homem mortal para que te lembres dele?” (Salmos 8:4). Somos nada! Somos pó! Mortos, inclinados eternamente para o mal! Entenda isso! Em nenhum lugar as Escrituras dão a entender que temos a capacidade de julgar entre o bem e o mal de forma neutra e escolher, livremente, praticar o bem, inclinar nossa vontade para Deus. Hoje entendo que nada fui nem nunca nada serei. Tudo o que tenho, tudo o que sou, vem de Ti, Senhor!

Igreja

Na cosmovisão arminiana, Deus apenas sabe quem se salvará, pacificamente. A Igreja é, então, como um barco que convida a todos o que de fora estão se afogando a entrar. O destino deste barco é o céu. Os que livremente entram no barco, podem livremente sair dele.
               
Muito tentadora esta concepção, porém, não é o que diz a Escritura. A Bíblia fala da Igreja como um edifício, o qual o próprio Cristo constrói. As pedras deste edifício são os crentes, os regenerados, nascidos de novo. Também diz a Palavra que ninguém nasce de novo caso não seja esta a vontade de Deus. Diz que a fé, que é o meio da nossa Salvação, não vem de nós; vem, porém, de Deus. Qual é o meu e o seu papel nisso? Nenhum.

A Igreja é a Noiva do Cordeiro, eleita desde antes da fundação do mundo, por quem Ele deu a vida, e por quem pagou com sangue os seus pecados. Esta Igreja era conhecida por Deus desde sempre. Sua extensão foi determinada uma vez e jamais será mudada. No fim, o trabalho estará completo, e o homem não terá influído em nada. Nem mesmo um centímetro da obra e do plano original foi mudado ou impedido, muito menos atrasado.

Espero que esta reflexão possa ter ajudado a compreender melhor o que é eleição e como essa maravilhosa doutrina influi na cosmovisão cristã. Paz de Cristo a todos!

terça-feira, 7 de agosto de 2012

O Último dia da Festa


No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado.
João 7:37-39 (ARA)


Era a Festa dos Tabernáculos em Israel. Um tempo em que, alegremente, todo aquele povo aglomerava-se em Jerusalém para as celebrações costumeiras. O “sucot” ou Festa dos Tabernáculos ou Cabanas é a celebração judaica em memória dos quarenta anos que se seguiram à saída do povo de Israel do Egito. Você deve lembrar bem que neste tempo Israel não tinha habitações fixas, antes, andavam errantes, e andavam pelo deserto.

Antes que esta especial celebração terminasse, que a alegria da diversão se esvaísse até o próximo ano ou até a próxima festa, Jesus aproveitou-se da oportunidade, com todo o seu simbolismo, para publicamente proclamar o que acabamos de ler em nosso texto. É de se notar que a festa dos tabernáculos remonta ao exílio no deserto após o êxodo, e de que Jesus faz uma promessa que tem exatamente a ver com este assunto: ele promete água!

Onisciente que era, nosso Senhor certamente conhecia a necessidade mais interior do homem. Ele olhava aquela multidão de pessoas celebrando naquele lugar, diante do Templo de Jerusalém e certamente não olhava o exterior delas. Ele via seu interior. Por fora, alegres e dançantes, conjecturo eu, afinal, era uma festa. Por dentro porém, lhes faltava algo. Eles estavam secos, peregrinando por um deserto infinito, o deserto espiritual em que se encontra todo aquele que não tem Deus.

Sabedor que era desta necessidade, Jesus então surpreende a todos e, antes que partissem, ele proclama em alto e bom som aquela que é a essência da mensagem, o convite do evangelho:

Se alguém tem sede, venha a mim e beba

O que será que se passou na mente do povo ao ouvir estas declarações? Que questionamentos? Quais indagações? Jesus então continua, e elucida sua afirmação inicial:

Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.

Que rios? Que águas? Do que falava Jesus? Por que não ser mais claro!? Sem dúvida, afirmo, Jesus não poderia ter sido mais claro. Aqueles que estavam cônscios de sua própria sede, que sabiam que necessitavam que alguém os acudisse, sim, os eleitos de Deus, os que haviam de ser salvos, esses sim entenderam perfeitamente o que Jesus queria dizer.

Jesus falava do Espírito Santo. E ao dizer isso, intrinsecamente ele falava da Salvação – pois sabemos que o Espírito só habita nos salvos. João, o autor do evangelho, explica “Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem”. Quero expor hoje alguns ensinamentos de Jesus que podemos extrair das Escrituras com respeito aos “rios de água viva” que fluiriam do interior daqueles que cressem. Com respeito a isso, alguns questionamentos podem surgir:
  1. Que são estes rios?
  2. Como posso saber se ele está presente em mim?
  3. Que espécie de obra ele opera em nós?
  4. Como posso receber estes rios dentro de mim?

  1. Que são estes rios?
O primeiro ensino que desejo expor é a natureza real dos “rios de água viva”. João mesmo nos explica que estas águas que certamente saciariam a sede dos que cressem simbolizavam o Espírito Santo. A promessa de Jesus era de que Ele seria glorificado, mas através do Espírito Santo, habitaria em nós, juntamente com o Pai.

A presença interior do Espírito Santo é a certeza que o crente possui de sua filiação. É o selo, a marca que atesta nossa eleição em Deus. Não se engane. O Espírito jamais habitará a quem Deus não elegeu. E aos que elegeu, não só habitará, mas o preservará finalmente, apresentando-o santificado e digno de ouvir “vinde benditos de meu Pai” da boca do Mestre. Este Espírito é aquele que, no tempo oportuno, regenera o coração do homem caído, o chama eficazmente e concede a ele fé para que possa crer. Este Espírito vem então habitar no crente, operando uma obra de completa transformação, isto é, santificando o crente, capacitando-o cada vez mais a vencer o pecado, e formando o caráter de Cristo em Sua Vida. Este Espírito testifica ao crente sua filiação. Não o deixa perecer. Mesmo no dia mais nebuloso, no meio da mais forte tempestade, o Espírito Santo guia nossos olhos para o Autor e Consumador da nossa fé, que é Jesus Cristo.

Este é o “outro Consolador” prometido por Jesus. Ele está conosco nas horas mais difíceis, e nas fáceis também! É aquele que intercede por nós, pois não sabemos como se deve orar. É aquele que livra nossos olhos de sua própria concupiscência, que nos fortalece quando o pecado vem como um algoz a nos tentar fazer negar a Cristo. Este Espírito, é, aliás, aquele que nos levanta quando cedemos a tão terrível tentação e, mesmo estando sujos pelo pecado, ele tem o remédio: nos mergulha no sangue de Jesus derramado na Cruz, e ao levantar, estamos limpos outra vez. Este Espírito glorificará sempre Aquele que deu a vida por nós, Jesus Cristo. Nos conduzirá a Ele, a crer nEle, a confiar nEle, a descansar nEle. Este Espírito fluirá em nós, e através de nós, para não somente benefício nosso, mas para tantos quantos estiverem ao nosso redor.
  1. Como posso saber se ele está presente em mim?
Um questionamento comum que atormenta diariamente muitos cristãos sinceros é este: sou verdadeiramente um filho de Deus? Sou salvo? Sem dúvida esta questão transcende a barreira entre calvinistas e arminianos. É infantil afirmar que calvinistas tem certeza da salvação por que creem na eleição incondicional¹ e perseverança dos santos² e os arminianos, por não entenderem assim, não tem esta certeza. Segurança é uma benção, uma graça que advém tanto a arminianos como a calvinistas; e como uma graça, uns podem possuí-la em alto grau, outros nem tanto. Uns, mesmo a tendo, podem perdê-la por um tempo, devido a alguma tempestade, mas, com tudo isso, o que quero que entendam é que a certeza de nossa salvação advém da certeza da presença do Espírito em nós. Por isso, é válida a pergunta: como saber se ele está em mim?

Vamos tentar responder a esta pergunta, mas não sem antes pontuar sobre um assunto que, creio, trará alívio a muitas almas. Vejamos alguns dizeres do Apóstolo Paulo:

Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.
Romanos 8:29-30 (ACF)

É de fundamental importância que a Salvação é garantida para todos os eleitos e predestinados em Cristo, quer eles saibam disso ou não, quer eles tenham segurança ou não. Portanto a você, irmão, imerso em dúvidas, não desejo que Satanás ardilosamente enfraqueça sua fé. Confie em Cristo, só nEle. Isto lhe será por garantia de salvação, ainda que seus pecados lhe assombrem e, como convém a um santo, você não veja bem algum em si, e tenha dificuldades de sentir certeza de sua salvação, não temas. Saiba que aquele que lhe conheceu desde antes da fundação do mundo, na eternidade, este mesmo o glorificará, também na eternidade. De eternidade a eternidade, se encontra o propósito de Deus na salvação do homem. Aleluia!

Voltemos agora à nossa questão primordial: como saber se o Espírito habita em nós. Em primeiro lugar, como já expliquei, o fato de termos dúvidas não é indício de que Ele não habite em nós. “Há incredulidade até em nossa fé”, disse Spurgeon³. Tal qual a nascente de um grande rio é tímida em meio a densas árvores, e do alto talvez não a enxerguem, isso não é indício de que a nascente e o rio não existam. Assim também, gradativamente, a obra do Espírito Santo se fará conhecida em sua vida, mais rapidamente à vista dos outros, talvez, do que à sua própria vista.

Jesus disse “quem crer em mim do seu interior fluirão”. Sem dúvida, estas palavras do Mestre devem soar como alento, um descanso para nós. E por quê? Pois ele afirmou, sem deixar sombra de dúvida, de que o Espírito estaria presente na vida de todos aqueles que cressem! Se você deseja saber se o Espírito habita em você, se ele flui em sua vida, examine-se a si mesmo: você crê em Jesus? Você entende, e confia na obra de redenção que Ele realizou por você? Você sabe que não habita bem algum em você, e não fosse pela graça de Deus você estaria perdido em seus próprios pecados? Você, mesmo cheio de dúvidas e assombrado pelos seus pecados, que lhe ferem e lhe fazem sentir o mais miserável dos homens, mesmo assim, quando dobra-se diante do Pai sabe pedir perdão e sua única garantia e confiança é a Cruz e o que ela representa? Sim, meu irmão; se a sua resposta a isto é “sim”, então você crê. E se você crê, você tem o Espírito Santo. São palavras de Jesus, e não minhas.

Vale aqui dizer, neste ponto, algumas palavras com respeito a um engano comum nas igrejas de hoje, em especial nas carismáticas e pentecostais. Reconheço o saldo positivo do movimento pentecostal/carismático. Sou um de seus “filhos”. Creio na atualidade dos dons do Espírito Santo. Entretanto, há um aspecto na teologia pentecostal que traz um fardo desnecessário para muitos crentes. Desnecessário e antibíblico. É uma tricotomização da raça humana; Quando, na verdade, a Bíblia a divide em duas partes, a saber, salvos e perdidos, eleitos e réprobos, os que tem fé para salvação e os incrédulos, os que tem o Espírito Santo, e os que não têm, os pentecostais insistem em dividir os homens em três grupos, a saber, os não salvos, os crentes ainda não batizados com o Espírito Santo e os crentes mais fortes, revestidos de poder, isto é, os batizados com o Espírito Santo. Devo afirmar que a Escritura não apoia tal distinção. Atente às palavras de Jesus hoje: “quem crer”, ele disse. Quando você crê, o Espírito vem habitar em você, e basta. Muitos por não falarem em novas línguas são como que segregados em algumas igrejas. Vez ou outra referem-se a eles como se lhes faltasse algo, quando não lhes falta nada! Não se deixe levar por essa ilusão. As palavras de Jesus Cristo no último dia da festa garantem a você, meu irmão: se você crê, você possui o Espírito Santo habitando dentro de você. Dons são acréscimos, não para todos. Uns tem um dom, outros tem outro dom. Uns tem dons externalizáveis, outros não. Mas de todos, garanto-lhe, fluirão rios de água viva!

Outro aspecto que nos prova a presença do Espírito Santo em nós é sem dúvida o fruto que esta presença produz. Vejamos o que disse o Apóstolo Paulo a respeito deste assunto.

Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.
Gálatas 5:22 (ACF)

Amado irmão, queres ter prova inconteste da ação do Espírito em sua vida? Pare agora e examina-te a ti mesmo. Busque em sua vida o menor resquício da presença destes frutos. Busque, não uma presença estática, mas algo dinâmico. Algo que vem se desenvolvendo. Avalie-se você mesmo a alguns meses atrás. Avalie o estado de sua alma durante este período. Houve crescimento?

Você ama mais? Sente uma necessidade de escolher fazer algo pelos perdidos e necessitados deste mundo? Ainda que neste amor haja apatia e falta de coragem para agir no começo, ou certa timidez. Este amor existe? Existe, ainda, um amor por Deus como não havia dantes? Você tem se inclinado e desejado conhecer mais a Deus, e à sua Palavra? Tem buscado relacionamento mais profundo com o Pai? Tem buscado estar mais longe do pecado, ainda que a presença dele o faça sentir-se longe de Deus muitas vezes, e te leva a pensar que não amas a Deus?

Você sente uma nova alegria dentro de você? Mesmo na tempestade da vida, quando por vezes seu barco aparenta estar indo a pique, quando você peca e passa pela sua mente “agora foi o fim, não há mais perdão para mim”, ainda assim há algo que te impele a buscar em Deus o perdão e, confiando na obra da Cruz, feita por Cristo, você enche-se de alegria por tê-lo recebido? Isso é para você a força motriz para continuar a dura caminhada?

Mesmo sabedor de que em ti não habita bem algum, você sente paz com Deus? Confia que Jesus Cristo lhe comprou esta paz com Seu sangue, ao suportar sobre Si a ira divina, ira que era destinada a nós? Esta paz que advém do perdão lhe impulsiona a ser alguém mais longânimo, ou seja, perdoador, alguém que preza pela paz e boa convivência, que suporta quieto os defeitos dos outros? Tens percebido um desejo de ser bom com o próximo? Teu coração dói mais quando sequer lhe passa pela cabeça a possibilidade de teres ferido alguém?

Cristo é sua Rocha? Você confia nEle de todo seu coração? Confia que não sendo você portador de bem algum, sua única esperança é depositar nEle toda a esperança? Esta é sua fé? Centrada em Cristo?
Tens percebido uma inclinação para mansidão no teu caráter? Você, ainda que no íntimo, odeia contendas, brigas, rixas e dissenções de qualquer tipo? Mesmo com suas falhas, percebe este comportamento em seu ser?

A temperança, e o desejo por ela tem se tornado realidade em sua vida? Tem buscado ser mais moderado em qualquer hábito? Tem lutado contra sua própria carne para vencer os desejos perversos, sensualidade, hábitos ruis, enfim, tudo o que é mau aos olhos do Senhor?

Se estes frutos estão persentes em tua vida, meu irmão, tome por certo que o Espírito está trabalhando em ti. Mas preciso te alertar. Talvez você veja um ou outro fruto com certa dificuldade. Talvez tenha ficado na dúvida ao responder sim. Mas saiba que a obra do Espirito é gradual. O homem santificado tem sim dificuldades de ver esta obra em si mesmo no início. Não se iluda de que por que você falha em um destes pontos você não tem o Espírito. Não! Posso te afirmar que feliz é aquele que sempre sabe que falha constantemente em todos estes pontos! A questão não é se você é completamente longânimo ou temperante, ou manso e fiel. Ninguém o será até sermos glorificados. A questão é: a falta disso dói em sua vida? Você luta para crescer em santidade? Percebe a ação do Espírito em frutificar estas virtudes em ti ainda que de forma tímida? Se a resposta a estas perguntas forem sim, então alegre-se em ver que o Espírito está trabalhando em você.
  1. Que espécie de obra ele opera em nós?
então ele [Deus] nos salvou – não porque fôssemos suficientemente bons para sermos salvos, mas por causa da sua bondade e compaixão, pelo lavar regenerador e renovador dos nossos pecados por meio do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós com maravilhosa abundância – e tudo por causa daquilo que Jesus Cristo, nosso Salvador, fez, a fim de que ele nos pudesse declarar justos aos olhos de Deus – tudo por causa da sua grande graça, tornando-nos seus herdeiros. E agora podemos participar da esperança da vida eterna que ele nos dá.
Tito 3:5-7 (Nova Bíblia Viva)

Lavar regenerador e renovador do Espírito Santo. Estas palavras resumem a resposta ao questionamento em questão: “Que espécie de obra o Espírito Santo opera em cada pequenino cristão?” Mais uma vez sendo representado figurativamente como água, nos é dito que o Espírito Santo nos lava. E esse lavar produz em nós dois resultados, a saber, a regeneração e renovação interior.

Antes de ser chamado eficazmente pelo Espírito Santo, o crente era alguém cego, miserável, caminhando sem aviso para um abismo sem fim, tendo vendada sua visão, para que não visse, e sua audição, para que não ouvisse. Morto em seus pecados, imerso em iniquidade. Abertamente em oposição a Deus e a Seu Cristo. Merecedor de justa condenação. Sem conhecimento de Deus ou vontade de segui-lo, sequer se dava conta de sua pecaminosidade.

Todo este terrível quadro é transformado por completo quando o Espírito Santo vem habitar nesta pessoa. De imediato, e sobrenaturalmente, este ser totalmente averso a Deus e amante de seus pecados, agora é regenerado. Esta palavra quer dizer “gerado novamente” ou “nascido de novo”. Agora, conforme a vontade de Deus, este homem nasce espiritualmente. Onde havia o silêncio de indiferença, pois não havia vida, agora há choro de arrependimento, pois não há mais morte, e sim vida, e vida em abundância. Uma dor imensa pelo seu pecado é gerada nele. A urgente necessidade de um Salvador fica para ele evidente. Não lhe resta opção nenhuma a não ser render-se aos pés de Cristo, depositar nEle suas esperanças de salvação, ter fé. De um ser avesso a Deus, opositor e em constante rebeldia a Ele, passamos a correr a Seus pés em busca de perdão e reconciliação, confiando não em nós, pois sabemos que bem nenhum habita em nosso ser, mas confiando sempre no Autor e Consumador da nossa fé, Cristo Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, Sumo sacerdote eterno, tendo feito sacrifício suficiente para lançar longe nossos pecados. Isto é ser regenerado. É o começo da obra do Espírito Santo em nós.

A regeneração é a maior obra, ou milagre, que Deus, através do Espírito Santo, pode operar na vida de um ser humano. Nos foi dito, através da exposição da Palavra, que Deus nos dá esta benção graciosamente, sem haver nenhum merecimento ou obra de justiça que creditasse mérito em nosso favor. É o gatilho inicial da Salvação do homem. É quando Deus opera o “querer”. É também quando Ele “começa a boa obra”, ou ainda quando age como “Autor” da nossa fé. E, de tudo isso, podemos dizer que nossa Salvação será completada quando ele operar o “efetuar”, “terminar a boa obra” e tornar-se o “Consumador” da fé. Grande é esta esperança. Louvado seja Jesus Cristo por tão grande Salvação! (Filipenses 2:13, 1:6 e Hebreus 12:2).

Outrossim, também nos é dito que o Espírito Santo renova nosso ser. Após nos regenerar, e até que Cristo venha, o Espírito tem trabalhado em cada servo de Cristo. Diariamente, ele nos renova, isto é, nos capacita a obedecer a Lei de Deus. Hoje, neste exato momento, o Espírito Santo está trabalhando em cada cristão verdadeiro a fim de o santificar, a fim de fazer com que Cristo cresça em sua vida, e ele diminua. Diariamente somos levados ao arrependimento, cada dia mais profundo. Constantemente somos levados a buscar conformar nossos hábitos com Jesus, a andar como Ele andou. Sim, falhamos, mas o poder de Deus se aperfeiçoa em nossas fraquezas!

Ah leitor, cuide para que seu coração não venha crer que algo seja maior do que este milagre, o renovo do Espírito. Curas, livramentos, ressurreição de mortos, dons, e tudo mais que Deus possa fazer e operar em meio a seu povo, tudo isso não se compara ao milagre diário que se dá em nós: a santificação de um pecador.

Busque esse milagre cada dia, não descanse enquanto ele não começar a ser visível, e continue a lutar até o dia de Cristo. Não se engane. Nós cooperamos com Deus em nossa santificação. Justificação é um ato de Deus, onde Ele nos declara justos por causa do que Cristo fez na Cruz. Santificação é um ato de Deus, evidente, porém, ele alegra-se que seus filhos esforcem-se para obtê-las. “Portanto, meus amados, como sempre tendes obedecido, não só na minha presença, mas também particularmente agora na minha ausência, operai a vossa salvação com temor e tremor, pois é Deus quem opera em vós o querer e o operar, segundo a sua vontade.” (Bíblia de Jerusalém – grifo meu). Não permita que a apatia tome conta de si, ou espere que seus pecados desapareçam espontaneamente. Atue com Deus em sua santificação.

Existem ainda dois elementos, dua graças, por assim dizer, que precisam ser postas em exercício em nossas vidas, e são resultado inerente do lavar regenerador e renovador do Espírito Santo: arrependimento e fé.

Arrependimento é profunda tristeza e contrição de coração pela sua pecaminosidade e/ou pecado particular. O arrependimento deve nos tornar a Deus, humilhados, crendo que dEle, por Cristo, receberemos perdão. Precisamos crescer em arrependimento diariamente, estando cada vez mais cônscios de nossa pecaminosidade. Duvide de seu cristianismo o dia em que você não enxergar com facilidade a indignidade e podridão que é inata ao seu ser. Quanto mais perto estamos de Deus, e quanto mais o conhecemos, maior torna-se nosso arrependimento, ou seja, mais conscientes somos de quão merecedores da ira éramos, e de quão grande obra Cristo operou por nós.

Fé é a confiança em Cristo e em sua obra redentora. Deus, em sua graça, dotou seus eleitos com fé para a Salvação. A fé é uma graça que admite crescimento. Busque a cada dia crescer em fé, confiar e depender de Cristo cada vez mais, em cada aspecto, por menor que seja, do seu viver. Dependa de Cristo, confie em Cristo, entregue todas as suas fraquezas e dificuldades a Cristo, Não aja como incrédulos, confiando na força de seu braço. Não tente vencer o pecado sem Cristo. Não tente prosseguir em sua caminhada sem Cristo. Deixe Cristo ser tudo em sua vida.
  1. Como posso receber estes rios dentro de mim?
Esta é, para alguns, a parte mais importante de todo este texto. Talvez você tenha lido tudo até aqui de maneira passiva, sabendo de que nada disso é verdade em sua vida. “Coisa de crente”, você deve ter pensado. Entretanto, em meio a todas estas palavras sobre santificação, sobre a obra do Espírito, a esperança da Cruz, salvação e arrependimento, algo acendeu dentro de você.

Talvez, você começou a sentir a necessidade de perdão. Começou a avaliar seus hábitos e percebeu que eles não se encontravam em conformidade com os frutos do Espírito, mencionados acima no texto. Você começou a ter consciência de seus pecados, e também da falta que você tem. Você não tem estes rios fluindo dentro de você, concluiu. Se este é o seu caso, é a você que minha atenção e esforços se voltam neste momento. Não ache que foi em vão tudo o que leu ou sentiu até agora.

Quer saber como você faz para possuir o Espírito Santo em sua vida? Como fazer com que Ele faça morada em seu ser? Voltemos às palavras de Jesus na festa dos tabernáculos. Lembre-se, ele intencionava atingir pessoas como você, conscientes do deserto espiritual em que se encontram.

Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.
João 7:37 (ARA)

Quem crer, Jesus disse. Essa é a única esperança de um pecador desesperado pelo seus pecados: crer em Jesus. Alguns afirmam que não conseguem crer. Pois eu afirmo que isto é loucura. A única coisa que alguém fatigado pelo cansaço consegue fazer é descansar! Assim mesmo, ó pecador, apenas creia e descanse em Cristo! Reconhece seu pecado? Confie na obra que Jesus realizou. Tenha em mente o que esta obra fez, de modo claro:

Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos. (...) Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do SENHOR prosperará nas suas mãos. Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre si.
Isaías 53:5-6, 10-11 (ARA)

as iniqüidades deles levará sobre si”. Nos é dito aqui com toda clareza o que Jesus Cristo realizou na Cruz: ele retirou a culpa dos nossos pecados. E como? Lá na Cruz, o próprio Pai o feriu, despejando nEle o cálice de Sua ira. Toda a ira de Deus pelos nossos pecados, que levaríamos a eternidade suportando, Cristo a levou ali, em apenas alguns momentos. Não é de se espantar que ele, no Getsêmani tenha exclamado “se possível afasta de mim este cálice”, pois sabia que suportaria uma ira de magnitude infinita. Desta forma, maravilhosamente, quem crê em Jesus está unido a Ele, e os seus pecados não são mais levados em conta. O perdão foi comprado na Cruz por você. Creia, somente, e comece a viver uma vida com Cristo, e, como disse Jesus no último dia da festa, do seu interior fluirão rios de água viva!  

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Eleição - Uma Perspectiva Bíblica

Sem dúvida ao ouvir esta palavra muitos tremem dos pés a cabeça. Uma maioria esmagadora dos crentes atuais tem verdadeiro repúdio a qualquer doutrina que cheire à predestinação ou pareça-se com eleição. Venho dizer a você, leitor, que há não muito tempo atrás eu ainda era um desses crentes. Quero, por meio deste artigo, mostrar-lhe, pela exposição das Escrituras, como Deus abriu meu entendimento a esta maravilhosa doutrina bíblica, histórica, reformada e evangélica.

Como declaração introdutória, preciso expor algo que me fez mudar de ideia quanto a este assunto: o princípio sola scriptura. Todos nós, protestantes, ou evangélicos, se assim desejar, professamos a fé baseada na Reforma Protestante do século XVI. Desta forma, tudo o que fazemos, toda profissão de fé que elaboramos, deve estar em conformidade com o resumo da fé reformada, a saber, os cinco solas. São estes:

1. Sola Gratia (salvação pela graça somente);
2. Sola Fide (salvação mediante a fé somente);
3. Solus Christus (somente Cristo como cerne da nossa fé);
4. Soli Deo Gloria (glória e honra a Deus somente), e por fim
5. Sola Scriptura (somente a Escritura como regra de fé e prática).

Somos pecadores, sim, falhos e totalmente dependentes da graça de Deus. E um erro muito comum em nosso meio é esquecermos do sola scriptura, ou seja, não pautarmos nossa vida perfeitamente pela Palavra. Todos falhamos em certo ponto, é fato, mas devemos estar sempre dispostos a negar qualquer dogma preestabelecido, ideia formada ou mesmo experiência, se esta não se conforma com a Escritura. Este deve ser nosso foco, sempre, até que Cristo venha.

Dito isto, no decorrer deste artigo mostraremos quão abundante e clara é a doutrina da Eleição nas Escrituras, e como negar isso é ir em oposição direta à mesma. Antes, porém, vou contar-lhes como Deus me direcionou a crer nesta Verdade.

Como cristão de confissão arminiana que era, eu não conseguia chegar perto de textos bíblicos que confrontavam minhas teses preestabelecidas. Textos como Romanos 8:29-30 e Atos 13:48 me davam arrepios. Deixava-os para lá, não havendo explicação plausível. Vamos expôr estes textos. Abra sua bíblia e deixe Deus falar através dela.

Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou. Romanos 8:29-30 (ARA)

Porque aqueles que já tinham sido escolhidos por Deus ele também separou a fim de se tornarem parecidos com o seu Filho. Ele fez isso para que o Filho fosse o primeiro entre muitos irmãos. Assim Deus chamou os que havia separado. Não somente os chamou, mas também os aceitou; e não somente os aceitou, mas também repartiu a sua glória com eles. Romanos 8:29-30 (NTLH) 

Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna. Atos 13:48 (ARA) 

Quando os não-judeus ouviram isso, ficaram muito alegres e começaram a dizer que a palavra do Senhor era boa. E creram todos os que tinham sido escolhidos para ter a vida eterna. Atos 13:48 (NTLH) 

Avalie como se sente agora. Confrontado? Talvez. Mas, embora você possa não entender, você deve concordar que o texto é inegavelmente claro, não? Juntos, estes dois textos definem a bíblica e reformada doutrina da Eleição, a saber, “que Deus escolheu em Seu conselho eterno desde antes da fundação do mundo aqueles dentre a raça humana caída que seriam salvos. Ninguém crerá e será salvo se não for eleito. Ninguém que for eleito perderá a vida eterna. A fé é a consequência da eleição, não sua causa.” Pois bem, prossigamos. A ideia ainda precisa ser desenvolvida, confesso. As implicações disso são demasiadamente abrangentes.

Voltando ao que dizia a respeito da minha mudança. Eu era alguém que cria em todos os pontos do sistema arminiano, em oposição aos do calvinismo. Não é possível, a meu ver, crer em alguns e não crer em outros. Se você crer num dos cinco pontos do arminianismo você será levado a crer nos outros quatro, se for hermeneuticamente sincero e correto. O mesmo se dá com os cinco pontos do calvinismo. Minha mudança (não direi conversão pois isso está além desta esfera de discussões; tanto quem crê como quem não crê na Eleição está salvo) começou quando comecei a ponderar mais escrituristicamente a respeito da doutrina da Perseverança dos Santos, o quinto ponto do calvinismo. Fui sempre instruído e ensinado que alguém poderia perder a salvação. Novamente, sempre olhava textos das Escrituras que defendessem essa ideia. Porém, algo passou a me incomodar. E este algo foi João 10:27-29

As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai. João 10:27-29 (ACF) 

A declaração de Cristo é clara e inegociavelmente depõe a favor da doutrina da Perseverança dos Santos, isto é, aqueles que Deus chamou e salvou, jamais cairão, nem total nem finalmente, do seu estado de graça. Num reducionismo perigoso, alguns a proclamam dizendo que “uma vez salvo, salvo para sempre”.

Pois bem, depois de alguns dias de relutância, aceitei esta verdade, crendo que meu coração se aquietaria, pois estava sendo “sola scriptura”. Mas foi aí que tudo se desencadeou. Como arminiano, cria no livre-arbítrio, isto é, na doutrina de que, embora houvesse em mim pecado, eu era livre para escolher entre o bem e o mal, isto é, escolher por Deus ou pelo pecado. Muito bem; se isso é Verdade, então eu posso resistir a graça de Deus ou abraçá-la, mais especificamente falando, posso aceitar ou recusar a salvação. Mas, se depois de aceitar eu não posso sair, onde está o livre-arbítrio??? Complicado, não? Pois bem, vamos ver o que dizem as Escrituras a respeito do livre-arbítrio. Vamos a Romanos 3:

Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.(...) Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Romanos 3:10-12;23-24 (ACF) 

Como afirmam as Escrituras: “Ninguém é justo, nenhum sequer. “Ninguém jamais seguiu realmente a veredas de Deus, nem mesmo desejou verdadeiramente fazê-lo. “Todos se desviaram; todos caíram no erro. “Não há ninguém que faça o bem, nem um sequer. (…) Pois todos pecaram; todos fracassaram, e estão afastados da glória de Deus; no entanto, Deus nos declara agora justificados das ofensas que lhe fizemos, através da redenção que há em Jesus Cristo, aquele que em sua graça tira os nossos pecados gratuitamente. Romanos 3:10-12;23-24 (Nova Bíblia Viva)

Mais um choque de realidade. A Bíblia nos informa que, se deixados a nossa sorte, sequer teríamos vontade de buscar a Deus! Cai por terra, então, a farsa do livre-arbítrio. O que temos, como seres responsáveis moralmente, é a livre agência, isto é, agimos livremente, mas conformados a nossa natureza pecaminosa. Ou seja, quanto a Deus, jamais escolheríamos o que é bom!

Recapitulando, fui forçado a aceitar a Perseverança dos Santos. Agora, percebi que não havia livre-arbítrio, afirmando assim a Depravação Total, isto é, que a queda do homem atingiu a totalidade de sua existência (depravação total não refere-se à intensidade, ou seja, não quer dizer que todo homem é tão mal quanto poderia ser). Mas, se você parar para pensar, isso inegavelmente nos força a aceitar que não podemos resistir ao chamado de Deus e que, se somos salvos, foi porque Deus assim o determinou. Completam-se quatro pontos:
Total Depravação
Perseverança dos Santos
Graça Irresistível (ou Chamado Eficaz) e, por fim, o assunto em questão,
Eleição Incondicional

Falta ainda o terceiro ponto, a Expiação Particular, ou seja, a doutrina de que Cristo foi enviado para sofrer a ira de Deus pelos pecados dos eleitos, apenas, e não de toda a humanidade. Mas isso será tratado talvez em outro artigo. Por hora, basta apenas afirmar que aceito esta verdade como bíblica (ver João 10:15).

Este, meus amados, foi o caminho que eu trilhei nos passos da escola da Eleição. De fato, já posso escrever sobre ela pois a conhecia dantes, porém não aceitava. De agora em diante, exporemos aqui a Bíblia de um modo simples e claro, e deixemos as Escrituras falarem por si só. Como todo cristão honesto, ao sermos questionados sobre alguma doutrina ou ensino devemos sempre, em primeiro lugar, perguntar “a Bíblia aprova esta doutrina?” “Ela corrobora com isso?” Ninguém pode, mediante séria análise da Palavra, afirmar que a Bíblia não fala de Eleição/Predestinação. Vamos aos fatos.

Paulo, o Apóstolo, declara “Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama)” (Romanos 9:11 – ACF). “Assim, pois, também agora neste tempo ficou um remanescente, segundo a eleição da graça.” (Romanos 11:5 – ACF), e continua “mas os eleitos o alcançaram ” (Romanos 11:7 – ACF). Paulo ainda diz “mas, quanto à eleição, amados por causa dos pais” (Romanos 11:28 – ACF) , “Sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é de Deus” (1 Tessalonicenses 1:4 – ACF).

Pedro, apóstolo de Cristo, também ensinou dizendo “Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição” (2 Pedro 1:10 – ACF). E mais ainda disse “Deus, o Pai, escolheu vocês há muito tempo e, por isso, sabia que se tornariam seus filhos” ou, em outros palavras, “Eleitos segundo a presciência de Deus Pai” (1 Pedro 1:2 – Nova Bíblia Viva e ACF). Outra vez, Paulo torna a dizer “E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade” (Efésios 1:5 – ACF) e “Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade” (Efésios 1:11 – ACF). Em outra linguagem, “Nele, nós fomos escolhidos e predestinados como parte do plano soberano de Deus, que faz tudo conforme a sua vontade” (Efésios 1:11 – Nova Bíblia Viva).

Jesus disse “mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias” (Mateus 24:22 – ACF). E ainda afirmou “Mas vós não credes porque não sois das minhas ovelhas, como já vo-lo tenho dito. As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem” (João 10:26-27 – ACF).

Paulo, Pedro e Jesus. A Bíblia, enfim, afirma em alto e bom som a maravilhosa doutrina da Eleição!

Revisado e editado em 06 de Agosto de 2012.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

A Oração de Lutero

Que esta seja a essência da nossa oração devocional diariamente. Que este seja o desejo ardente dentro de nós, o alvo máximo a que empreenderemos todas as nossas forças para conseguir, dependendo sempre, afirmo, do Espírito Santo em nós. Que jamais confiemos em nossa própria força! E venha sobre nós a santidade de Deus!

“Querido Pai, dá-nos graça de modo que tenhamos controle sobre a concupiscência da carne. Ajuda-nos a resistir a seu desejo de comer, beber e dormir além do necessário, de ficar à toa, de ser preguiçoso. Ajuda-nos através do jejum, da moderação no comer, no vestir, no dormir e no trabalhar, através da vigilância e do labor, a sujeitar a carne e a voltar-nos às boas obras.

Ajuda-nos a levar todas as suas inclinações más e lascivas, bem como todos os seus desejos e estímulos até a cruz de Cristo e ali sacrificá-los, de modo a não dar crédito a nenhum de seus encantamentos nem tampouco segui-los. Ajuda-nos no momento em que virmos uma pessoa, uma criatura ou qualquer outra imagem bela, de modo que isto não se torne uma tentação, mas uma ocasião para demonstrar um amor casto e para louvar-te pelas tuas criaturas. Ao ouvirmos doces sons e sentirmos coisas que nos agradam os sentidos, ajuda-nos a buscar não a lascívia, mas o teu louvor e honra.

Preserva-nos do pecado da avareza e do desejo pelas riquezas deste mundo. Guarda-nos, de modo a não buscarmos a honra e o poder deste mundo e nem sequer consentirmos o desejo por eles. Protege-nos, de modo que as mentiras, a aparência e as falsas promessas deste mundo não nos atraiam para seus caminhos.

Guarda-nos, para que as fraquezas e adversidades do mundo não nos levem à impaciência, à vingança, à ira ou a quaisquer outros pecados. Ajuda-nos a renunciar às mentiras e à falsidade do mundo, a suas promessas e a sua infidelidade, bem como a todo o seu mal (como já prometemos fazer no batismo), apegando-nos firmemente a esta renúncia e, assim, crescer dia a dia.

Livra-nos das sugestões do diabo, que não demos espaço ao orgulho, que não nos tornemos egoístas e que não desprezemos os outros em nome da riqueza, da posição, do poder, do conhecimento, da beleza ou de qualquer outro dom dos céus. Guarda-nos de cair no ódio ou na inveja por qualquer razão. Preserva-nos de modo que não venhamos a ceder ao desespero, a grande tentação de nossa fé, seja agora ou na hora de nossa morte.

Que tenha o teu amparo, Pai Celestial, todo aquele que se esforça e trabalha contra todas estas grandes e diversas tentações. Fortalece aqueles que ainda esperam; levanta aqueles que caíram e foram derrotados; e a todos nós dá de tua graça, para que nesta vida incerta e miserável, incessantemente cercada de inúmeros inimigos, possamos lutar com constância e com uma fé firme e destemida e, no final, ganhar a coroa que permanece para sempre.”

Martinho Lutero

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Felicidade


e o que confia no SENHOR, esse é feliz.” (Provérbios 16:20 - ARA)

Felicidade é um assunto recorrente em nossos dias. Em uma sociedade tão perversa, tão sem amor e com tantas mazelas, não é de espantar que os homens perguntem-se com frequência “o que fazer para ser feliz?”. De fato, esta é uma pergunta justa, afinal, infelicidade, tristeza, choro, amargura, depressão e tragédias são situações e sentimentos que não existirão na glória eterna guardada para os filhos de Deus. Por isso, podemos afirmar que Deus prefere a felicidade, e que o céu é o lugar mais feliz que o homem poderá encontrar.

Conquanto Deus providenciou felicidade eterna para seus filhos na glória, isso ainda não responde a pergunta feita no começo: como o homem pode ser feliz neste mundo caído, vil e mal, onde reina o pecado e a iniquidade? Como ter felicidade em meio à violência? Como ser feliz em meio à tantas tragédias, mortes, doenças, guerras e rumores de guerra? Graças a Jesus Cristo, nosso Deus, pois nos foi providenciado um meio para, em meio a todo este mal, sermos felizes!

O homem tem um vazio dentro de si. Nossa infelicidade, creio eu, deve-se tanto à ausência de Deus quanto à presença do pecado reinante em nós. Sendo assim, posso, sem titubeios, afirmar que o homem sem Deus não conhecerá a felicidade verdadeira. O máximo que ele terá será um pequeno vislumbre do que é felicidade, comumente manchado pela mancha da avareza, que atribuirá ao dinheiro e ao bem-estar material a causa da felicidade. Pobre alma essa. Logo descobrirá, na eternidade, quão vil felicidade ela desfrutou neste mundo.

A felicidade verdadeira é viver na terra uma parte da glória celestial. No céu não haverá pecado. Não haverá tristeza. Não haverá diabo nem forças malignas. O imundo não entrará no céu. Lá abundará a presença de Deus. Teremos comunhão com Ele face a face. Viver feliz neste mundo é aguardar ansiosamente a manifestação desta verdadeira promessa. É olhar para si e sentir dor pela presença do pecado em sua vida, mas saber que há um Advogado fiel a seu favor, e Ele, por seu sangue, nos perdoa de toda iniquidade.

Faz parte da felicidade verdadeira o contentamento humilde. A gratidão pelo que temos, pois sabemos que tudo vem de Deus, e que se temos algo foi por sua graça que o obtivemos. Felicidade verdadeira possui dependência. Podemos fazer muitos planos, mas se não dermos lugar à vontade divina em nossas vidas, tome por certo de que pereceremos no mar das frustrações e consequente infelicidade.

De tudo o que foi exposto, eu pergunto novamente: qual a chave disso tudo? Como alcançar estes atributos que juntos podem ser chamados de “felicidade”? Olhemos então para as Sagradas Escrituras! O que elas dizem? Qual a chave fornecida? Qual o princípio áureo que rege a felicidade e que é encontrado em todos os homens que real e verdadeiramente foram e são felizes? Provérbios nos dá a resposta: confiar no SENHOR. Esta pequena palavra expressa com clareza o cerne da vida de todo santo homem ou mulher de Deus, de todo crente em Jesus: confiança. Por isso diz a Escritura a respeito do Salvador, Jesus, e daqueles que nEle confiam “Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; E quem nela crer não será confundido(1 Pedro 2:6 – ARC). Que verdade preciosa! O convite central de toda Escritura é este: confia em Deus! Dependa de Deus! Espere em Deus! Se assim você o fizer, o pecado, as tristezas, as necessidades e sofrimentos desta vida, tudo isso – que por certo você e eu iremos enfrentar – não terá domínio sobre nós! Quer saber o que honra a Deus? Não é a sua prosperidade material. Não é seu carro novo, sua bela casa ou seu gordo salário. Não! Quem assim pensa não entendeu nada do evangelho! O que honra ao Senhor é o cristão poder dizer, numa hora de muito sofrimento ou de uma grande perda: “Deus é bom. Ele é fiel. Mesmo em meio a essa situação eu vou confiar em sua Soberana direção!” Isso, meu amado, honra o nome do Senhor. Busque essa felicidade, pois eu afirmo que ela é sem dúvida uma evidência da vida eterna. Se você não a tem, não se iluda mais. Não espere a té ver com seus olhos o destino inegável e triste de sua alma. Ó pecador, agarre-se hoje a Cristo e viva em novidade de vida!

domingo, 1 de abril de 2012

O Perdão


Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto.
Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não imputa maldade, e em cujo espírito não há engano.
Quando eu guardei silêncio, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia.
Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio. (Selá.)
Confessei-te o meu pecado, e a minha maldade não encobri. Dizia eu: Confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado. (Selá.)
Por isso, todo aquele que é santo orará a ti, a tempo de te poder achar; até no transbordar de muitas águas, estas não lhe chegarão.
Tu és o lugar em que me escondo; tu me preservas da angústia; tu me cinges de alegres cantos de livramento.
Salmos 32:1-7

Ó quão bem aventurados somos nós quando Deus nos perdoa! Pobres, inúteis e totalmente merecedores da condenação. Este é você. Este sou eu; assim o é toda carne que anda sobre a terra. Entretanto, louvado seja Jesus Cristo, que tanto nos amou e a si mesmo se entregou por nós! Louvado seja nosso Deus, cujas misericórdias se renovam a cada manhã (Lamentações 3:23)! 

Amado, toda vez que me prostro diante de Deus com a consciência carregada e manchada por algum pecado que cometi; e cada vez que o acusador vem a mim com suas mentiras e diz: “esta foi a gota d'água” ou ainda “Deus nunca mais vai te perdoar” e segue “o que você fez é imperdoável e impagável”. Quão débeis somos nós por fazer o que desagrada ao nosso Deus. Mas eu tenho algo a lhe dizer, algo que o Espírito sempre me lembra quando Satanás intenta acusação contra mim. E é isso: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.” (1 João 1:9). A vitória de Cristo sobre o pecado foi completa na Cruz! Há multidão de perdão para o pecador arrependido! Prostre-se diante do Deus Todo-poderoso neste hora! Se você está se sentindo culpado por alguma coisa, qualquer coisa, grande ou pequena, não espere mais! Recorra ao Deus longânimo, bondoso e fiel nesta hora, e lave-se completamente neste sangue que Jesus derramou na Cruz! Bem aventurados são os que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro!

Não há nada pior do que ter a mão de Deus pesando sobre nós quando pecamos, não é mesmo? O salmista Davi entendia isso e descobriu o imenso perdão de Deus quando já não aguentava mais estar debaixo de condenação. Seus ossos estavam a ponto de quebrar! É assim que nos sentimos, não é mesmo? Mas digno seja o Cordeiro, que com o Seu Sangue comprou para Deus gente como eu e você! Recorra ao Cordeiro. Peça a Ele o perdão. Creia em seu sacrifício e você não será abalado. Sua esperança jamais será confundida! Ele, Jesus, está vivo! Ele está pronto a te ouvir agora mesmo! Não perca tempo. Lembre-se do que Ele disse a João: “Não tenha medo. Eu sou o primeiro e o último. Sou aquele que vive. Estive morto mas agora estou vivo para todo o sempre!” (Apocalipse 1:17-18/ NVI)


quinta-feira, 8 de março de 2012

A razão da minha esperança!

Estai sempre preparados para responder a todo o que vos pedir a razão da esperança que há em vós.
1 Pedro 3:15




Ontem à noite, falando com Deus, e pedindo a Cristo que dissipasse toda nuvem de dúvidas e confusões que o Inimigo tentava instaurar em minha mente, Ele graciosamente me respondeu, não me ensinando nada novo, mas lembrando a razão da minha Esperança! Obrigado Jesus, pelo dom do Espírito Santo. Eis o que escrevi, espero que possa falar contigo também:

A partir do momento em que eu recebi a fé como dom de Deus, e cri, não em minha própria justiça, mas na obra vicária do meu amado Jesus, que tanto me amou; do momento em que coloquei-o como centro em meu olhar, sentir, falar e pensar; no momento em que passei a olhar para o Cristo crucificado, não como um ser fraco e impotente, mas como o Rei dos Reis, como a Rocha que foi posta em Sião, a pedra angular; quando comecei a vê-Lo como a Fonte de águas puras e cristalinas, águas que, se alguém delas beber, jamais tornará a ter sede; quando eu vi este Cristo, (que foi homem sim, por isso se compadece de minhas fraquezas) eu o vi também como o Deus forte e Todo-Poderoso, Aquele que era desde o princípio, com autoridade para me absolver de todos os pecados; quando, então, entendi o grande amor com que ele me amou, pois, mesmo sendo Deus, fez-se carne, para que, através do derramar de seu sangue, pudesse me comprar foi aí que meus olhos se abriram para uma verdade que, outrora conhecia só de letra: que se eu pecar, eu tenho um Advogado, sempre fiel, junto ao reto Juiz, o Pai, para pleitear minha causa! Percebi, e quão maravilhoso foi este entendimento, que se eu pecar, desde agora e para sempre, eu tenho um modo de me tornar limpo, a saber, me lavando, completamente, naquele sangue derramado na cruz. Este é o fundamento e a razão da esperança que há em mim!


Estes são os que vêm da grande tribulação e lavaram as suas túnicas e as branquearam no sangue do Cordeiro.
Apocalipse 7:14

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O Sangue de Jesus


O sangue de Jesus é um assunto por vezes relegado ao mero esquecimento nas igrejas modernas. Muitas vezes, é tido como um daqueles assuntos místicos, envolvidos quase sempre em um simbolismo sem muita aplicação prática no dia a dia. Entretanto, caro leitor, quero lhe dizer que este assunto é revestido de especial importância em todo o evangelho: o sangue de Cristo é real, aplicável e útil em cada momento do nosso dia.

Conhecer sobre este assunto não é ter um conhecimento “a mais”. Não é ser entendido em teologia sistemática ou soteriológica. Não! É o sangue de Cristo, meu amado, derramado a dois mil anos atrás, que ainda hoje nos torna livres do pecado, justos, santos, e puros diante do Deus todo poderoso e santo, diante de quem pecado algum pode subsistir, e diante de quem um dia todos estaremos em juízo, prestando contas a Ele! Quão maravilhosa é esta verdade, e quão bíblica também!

Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.
1 João 1:7

A temática do sangue de Cristo, e de seu papel, jamais poderia ser esquecida ou obscurecida na mente e entendimento dos que se dizem participantes da Igreja de Cristo. Em toda a Bíblia, percebemos algumas verdades sobre o pecado e sobre a forma que Deus trata o pecado; e estas verdades nos revelam a necessidade do sangue de Cristo. São elas:

a) todos pecamos, sem exceção (Romanos 3:23).
b) Deus é santo, e sua santidade não pode tolerar o pecado. Era necessário, então, que o homem pecador fosse separado eternamente de Deus – a condenação eterna. (Romanos 1:18, Habacuque 1:13).
c) mesmo sendo justo que toda a raça humana fosse condenada à separação eterna de Deus, aprouve a Ele que, por misericórdia, tomasse a iniciativa de reconciliar as partes ofendidas (Deus e o homem) (João 3:16).
d) no antigo sistema da lei mosaica, os pecados do povo (revelados pela Lei) deveriam ser expiados de alguma forma, para que a ira de Deus fosse aplacada. Para tanto, eram realizados sacrifícios de animais indicados por Deus, de forma que o sangue que era derramado “purificava” o homem pecador (muito embora não era o sangue do animal realmente que purificava, mas o sangue futuro que Cristo derramaria) (Hebreus 8:5, 9:11-28)
e) uma vez que o homem não poderia pagar pelos seus pecados a fim aplacar a ira de Deus, era necessário que o próprio Deus oferecesse sacrifício perfeito para de uma vez por todas aniquilar o pecado. E louvado seja nosso Deus, Jesus, que a si mesmo se entregou, como cordeiro imaculado, nos possibilitando hoje sermos livres, justificados e feitos idôneos de receber a herança que nos está preparada! Aleluia! (Hebreus 9:26, Colossenses 1:12)

Precisei expor estas cinco verdades, bem como fundamentá-las nas Escrituras, a fim de que você que lê este escrito possa entender que o sangue de Cristo não é mera mitologia, ou simbologia, muito menos fantasia. O sangue de Jesus derramado na cruz é o único meio que eu e você temos, meu amado, de sermos aceitos na presença de Deus, justificados e santificados para no último dia sermos achados dignos de receber a superior promessa.

Não posso me omitir de dizer algo para tentar remover um engano muito comum em nossos dias. Surpreendentemente, mesmo entre aqueles que professam ter algo da religião de Cristo dentro de si, mesmo entre aqueles que professam ser lavados e regenerados, ainda persevera a doutrina maligna e infernal hoje conhecida por universalismo. É uma teologia mentirosa, cujo cerne e essência consistem em dizer que Deus é tão misericordioso que no último dia, no fim das contas, ele não condenará nenhuma carne, antes, sua graça salvadora alcançará todo homem de todo lugar e de todas as eras, bem como de todo credo! Minha consciência não ficaria tranquila se eu deixasse de reverberar contra esta mentira que o diabo vem usando para enganar o povo de Deus. Preciso usar este espaço para tentar, de uma forma ou de outra, persuadi-lo, através da exposição da Palavra, de que este ensino não só é falso, como é pernicioso e extremamente perigoso.

Primeiramente desejo que tenhas em mente que Cristo é o único nome pelo qual devemos clamar por salvação (Atos 4:12) e que nenhum homem que não receber a Cristo pode ser salvo (Atos 3:23). Em segundo lugar, que Cristo é o único digno desta posição (de Salvador) dado que ele foi único que realizou o perfeito sacrifício, um cordeiro santo e sem pecado e feito mais alto que os céus (Hebreus 7:25-26). Por último, como já havia demonstrado anteriormente, nos é dito que Deus não tolera o pecado, e que o mesmo precisa ser expiado para que Deus possa aceitar o homem. E antes que penses que a morte de Cristo expiou os pecados de todos, leia Atos 3:19 e perceba a necessidade de arrependimento e conversão ANTES que os pecados sejam cancelados.

Dito isso tudo, quero agora mostrar, sem muito me prolongar, a natureza perniciosa desta doutrina, isto é, a forma covarde e anti-bíblica, com que ela ataca a doutrina fundamental da necessidade do sangue de Jesus. Se você leitor, é, de uma forma ou de outra, adepto deste pensamento universalista, peço que atente às minhas palavras com atenção. Se tens algum cuidado com tua alma, leia e medite seriamente no que vou escrever nas próximas linhas. Pois eu afirmo, sem titubear, que uma doutrina que destrua a necessidade do sangue de Cristo para remissão da forma como o universalismo o faz, não é digna de entrar no hall dos “pormenores teológicos”. É, antes, uma doutrina inimiga do cristianismo ortodoxo e bíblico o qual Deus tem mantido perpétuo através da preservação de sua Palavra.

O Apóstolo Paulo, na instrumentalidade do Espírito Santo, nos revelou de forma clara e incontestável a finalidade eterna do sangue que Jesus derramou na cruz do monte Calvário. Em Colossenses 1:20 nos é dito que Cristo “havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus”. Com este texto podemos entender que Cristo não veio ao mundo sem uma finalidade. Aquele que era desde o princípio, o Verbo que estava com Deus e era Deus (João 1:1-2), este mesmo se fez carne e habitou entre nós com o único fim de padecer e morrer, derramando seu sangue, para fazer propiciação pelos pecados do mundo inteiro! Por isso diz João, o Apóstolo, que Jesus é “a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro” (1 João 2:2). E o seu sangue derramado na cruz é o meio pelo qual podemos legalmente ser livres do pecado, pois sem derramamento de sangue não há remissão (Hebreus 9:22). Ainda nos afirma Paulo que o sangue de Cristo é o meio pelo qual somos justificados (Romanos 5:9). E, por fim, a redenção final do homem, isto é, a decisão de Deus em perdoá-lo e salvá-lo da ira vindoura, só é possível a quem receber Jesus e crer que ele derramou o seu sangue por nós, pois assim diz Efésios 1:7.

Diante de tudo isso, de todas essas verdades bíblicas expostas exaustivamente, não há como não perceber uma inconsistência entre a doutrina do universalismo e a doutrina da remissão pelo sangue. Se todos serão salvos, arrependendo-se ou não, crendo ou não, unindo-se a Cristo, ou não, segue-se que o sangue não é a única forma de trazer remissão e que o arrependimento seguido de confissão não é a única forma de se obtê-lo. Daí, concluímos que Cristo morreu em vão. E se Cristo morreu em vão, em vão também ressuscitou. E, portanto, é vã a nossa esperança! Se a nossa esperança é vã, também é mentirosa aquela Palavra que nos alimentava. De tudo isso, eu pergunto se você, crente em Jesus, pode ainda continuar crendo no universalismo, mesmo ele depondo contra o sangue de Jesus tão claramente, de modo a destruir qualquer esperança que você mesmo possa professar.

Inicialmente, neste artigo, falei a um grupo de pessoas que creem em uma doutrina perniciosa que depõe perigosamente contra a realidade e necessidade do sangue de Cristo para o mundo e para a Igreja. Desejo, a partir deste momento, falar a um segundo grupo de pessoas. Quero, agora, falar a você, crente em Jesus Cristo, que professa ter alguma iluminação da verdade do Evangelho, que professa conhecer Jesus Cristo de alguma maneira. Não estou negando a veracidade da sua confissão, nem tampouco estou dizendo que todos neste grupo de pessoas que introduzo neste momento estão enganados e perdidos. Mas não posso deixar de dizer que, se já não estão enganados, estas pessoas correm sério risco de se perder.

Eu não sei, amado leitor, qual foi a circunstância que o fez vir a Jesus. Não sei o que você ouviu, nem o que se passou em seu raciocínio na hora que você tomou a decisão de seguir a Cristo. Talvez você tenha vindo a Cristo baseado em promessas de prosperidade, saúde e riquezas materiais. Talvez por ver amigos ou parentes crentes enriquecendo, mudando de vida e ascendendo socialmente ou financeiramente depois que entraram para a igreja, você tenha decidido que queria isso para a sua vida. Se você veio a Cristo por quaisquer destes motivos, eu quero dizer a você, com muito peso em meu coração, mas impelido a fazê-lo, que você veio a Cristo pelo motivo errado. Não sabes quanto é difícil para mim dizer isso. Estou mexendo com emoções e sentimentos muito profundos ao dizê-lo, entretanto, por querer bem a sua alma, não posso me omitir. Ninguém deve vir a Jesus por bens materiais! Essa não é a esperança que o Evangelho infunde nos corações regenerados, tampouco sua promessa. Conquanto que discutir teologia da prosperidade não é meu objetivo neste artigo, eu não posso deixar de tocar numa ponta deste assunto quando menciono os motivos que o trouxeram a Cristo.

Antes de deixar de ler esse texto ou mesmo de achar que você não é salvo, deixe-me alertá-lo de que eu não estou dizendo que você permaneceu nestas condições nos períodos seguintes de sua caminhada cristã. Se esse for seu caso, amém! Se não for, ainda assim eu devo lhe dizer que ainda há tempo de corrigir suas prioridades: Deus está pronto a lhe ajudar. Não deixe que o diabo produza em sua mente qualquer pensamento que venha desmentir essa verdade.

Uma vez expostos alguns motivos errados de se vir a Jesus e de se caminhar com Jesus, quero agora expor o motivo central que deve prender alguém a Cristo. E eis este lindo e glorioso motivo:

Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido.
Lucas 19:10

Buscar e salvar; a promessa da redenção ao homem pecador. A esperança da glória, que é ser perdoado a ponto do próprio Deus poder vir habitar em nós (Colossenses 1:27). E poder esperar firme, com certeza, de que em breve Ele virá segunda vez, para nos fazer participantes de sua ressurreição! E viveremos com Ele eternamente! Louvado seja nosso Deus e Salvador Jesus Cristo por esta maravilhosa verdade. A Ele a honra, a glória e o poder sejam dados!

Meu amado, não venha a Cristo senão pelo seu sangue! Tenha em sua mente que nós somos os mais miseráveis pecadores, necessitados a todo momento do perdão de Deus. A doutrina da depravação total é tão profunda e verdadeira ao afirmar que mesmo nos mais elevados padrões de cultura e ciência, mesmo nas maiores obras do homem, em suas mais suntuosas construções, ou em seus mais profundos e elaborados tratados científicos, em tudo isso está a mancha do pecado, da falha e da iniquidade! Ó pobres que somos! Se você não entender que precisa do perdão de Deus diariamente, que precisa ter fé nele e receber o perdão do pecado pelo seu sangue, então, sua alma estará em grandiosíssimo perigo! Se você não entendeu isso até agora, não se frustre. Sempre há tempo de concerto! Volte-se a Cristo agora e firme-se nesta esperança. Abandone o materialismo que tem tragado milhares de almas nos dias presentes. Confie na eficácia do sangue de Jesus! E lembre-se de que “se todavia alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados” (1 João 2:1-2).

O terceiro e último grupo de pessoas que quero atingir com este tratado é, dentre todos, o mais importante. É o mais importante não porque façam algo por assim merecer (ninguém o faz), mas por que Deus tem excessiva preocupação com eles. Por um deste grupo, Deus deixa noventa e nove dos grupos anteriores para trás a fim de resgatá-lo (Lucas 15:4). Se você leu a referência, sabe que estou falando daqueles que não conhecem a Jesus. Daqueles que não tem um pastor ou bispo a cada Domingo os exortando na verdade do Evangelho. Daqueles para os quais, talvez, esse texto seja a única oportunidade que terão de ouvir as boas novas antes de partir deste mundo. Não desejo deixar esta oportunidade passar em vão.

Se você que lê esse artigo é alguém que nunca confessou seus pecados e entregou sua vida para sempre para Jesus, ou ainda é alguém que depois de fazê-lo esfriou em sua fé e o abandonou, fico muito feliz em poder lhe dizer hoje, no momento em que lês esse texto, que Jesus Cristo derramou seu sangue na cruz para salvar a sua vida da morte! Não da morte física, a qual todo homem enfrentará, salvo os justos que viverem no dia da volta de Cristo, mas antes, da morte eterna, da condenação eterna que todo aquele que morrer separado de Deus, sem seus pecados perdoados, terá de enfrentar. Que terrível coisa é enfrentar a separação eterna de Deus! Medite nisso hoje, querido! Mas, acima de tudo, tenha em mente que Jesus Cristo veio derramar seu sangue para nos revelar o amor maior com que Deus nos amou. Um amor tão grande que nos possibilita hoje sermos restaurados, vivermos uma nova vida, não mais longe de Deus, mas unidos a Ele eternamente! E eu posso lhe afirmar, com a certeza de alguém que confia na Bíblia, que das mãos dele ninguém lhe poderá arrebatar, pois Jesus afirmou: “Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão” (João 10:28). Esta é, sem dúvida, a firme e forte esperança a que todo homem deve se agarrar se quiser ser salvo!

E você que lê isto hoje, talvez o inimigo, o acusador, que é o diabo, venha tentar lhe soprar na mente todos os seus pecados e delitos outrora cometidos. Que o Senhor o repreenda! Se você é uma dessas pessoas, deixe eu lhe expor uma última verdade bíblica: “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me lembro” (Isaías 43:25). Veja, hoje o Senhor Deus te diz que se você o receber como Senhor e Salvador, então Ele apagará de sua memória todos os seus pecados. Nenhum, nenhum sequer, restará em tua conta. Por pior que ele venha a ser. Você pode ser livre hoje, mas somente porque, um dia, Jesus Cristo derramou o seu SANGUE na cruz, sangue que deu a você o direito de receber o perdão e de ser chamado justo perante Deus!

Se você quer este Deus, Jesus Cristo, que tanto te amou, procure hoje uma comunidade, uma congregação cristã evangélica, onde você poderá ouvir e aprender mais sobre este Deus que tanto te amou, bem como receberá o puro alimento para perseverar até o fim, seja este a sua morte, quando você deixará este mundo com a mesma certeza de Paulo, que sabia que encontrar-se-ia com Cristo, ou a ocasião do retorno de Jesus que em breve virá, e os que estiverem vivos serão arrebatados com Ele nos ares e receberão um novo corpo, incorruptível, e viverão com Ele eternamente. Já não seremos mais afligidos pela morte, pela dor, tampouco pelo pecado que tanto nos mancha. Se você quer aguardar este dia com a certeza de que estará do lado certo, certo de que terá alcançado a salvação de sua alma, eu te digo, tome esta decisão hoje e viva!

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