Sem dúvida ao ouvir esta palavra muitos tremem dos pés a cabeça. Uma maioria esmagadora dos crentes atuais tem verdadeiro repúdio a qualquer doutrina que cheire à predestinação ou pareça-se com eleição. Venho dizer a você, leitor, que há não muito tempo atrás eu ainda era um desses crentes. Quero, por meio deste artigo, mostrar-lhe, pela exposição das Escrituras, como Deus abriu meu entendimento a esta maravilhosa doutrina bíblica, histórica, reformada e evangélica.
Como declaração introdutória, preciso expor algo que me fez mudar de ideia quanto a este assunto: o princípio sola scriptura. Todos nós, protestantes, ou evangélicos, se assim desejar, professamos a fé baseada na Reforma Protestante do século XVI. Desta forma, tudo o que fazemos, toda profissão de fé que elaboramos, deve estar em conformidade com o resumo da fé reformada, a saber, os cinco solas. São estes:
1. Sola Gratia (salvação pela graça somente);
2. Sola Fide (salvação mediante a fé somente);
3. Solus Christus (somente Cristo como cerne da nossa fé);
4. Soli Deo Gloria (glória e honra a Deus somente), e por fim
5. Sola Scriptura (somente a Escritura como regra de fé e prática).
Somos pecadores, sim, falhos e totalmente dependentes da graça de Deus. E um erro muito comum em nosso meio é esquecermos do sola scriptura, ou seja, não pautarmos nossa vida perfeitamente pela Palavra. Todos falhamos em certo ponto, é fato, mas devemos estar sempre dispostos a negar qualquer dogma preestabelecido, ideia formada ou mesmo experiência, se esta não se conforma com a Escritura. Este deve ser nosso foco, sempre, até que Cristo venha.
Dito isto, no decorrer deste artigo mostraremos quão abundante e clara é a doutrina da Eleição nas Escrituras, e como negar isso é ir em oposição direta à mesma. Antes, porém, vou contar-lhes como Deus me direcionou a crer nesta Verdade.
Como cristão de confissão arminiana que era, eu não conseguia chegar perto de textos bíblicos que confrontavam minhas teses preestabelecidas. Textos como Romanos 8:29-30 e Atos 13:48 me davam arrepios. Deixava-os para lá, não havendo explicação plausível. Vamos expôr estes textos. Abra sua bíblia e deixe Deus falar através dela.
Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou. Romanos 8:29-30 (ARA)
Porque aqueles que já tinham sido escolhidos por Deus ele também separou a fim de se tornarem parecidos com o seu Filho. Ele fez isso para que o Filho fosse o primeiro entre muitos irmãos. Assim Deus chamou os que havia separado. Não somente os chamou, mas também os aceitou; e não somente os aceitou, mas também repartiu a sua glória com eles. Romanos 8:29-30 (NTLH)
Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna. Atos 13:48 (ARA)
Quando os não-judeus ouviram isso, ficaram muito alegres e começaram a dizer que a palavra do Senhor era boa. E creram todos os que tinham sido escolhidos para ter a vida eterna. Atos 13:48 (NTLH)
Avalie como se sente agora. Confrontado? Talvez. Mas, embora você possa não entender, você deve concordar que o texto é inegavelmente claro, não? Juntos, estes dois textos definem a bíblica e reformada doutrina da Eleição, a saber, “que Deus escolheu em Seu conselho eterno desde antes da fundação do mundo aqueles dentre a raça humana caída que seriam salvos. Ninguém crerá e será salvo se não for eleito. Ninguém que for eleito perderá a vida eterna. A fé é a consequência da eleição, não sua causa.” Pois bem, prossigamos. A ideia ainda precisa ser desenvolvida, confesso. As implicações disso são demasiadamente abrangentes.
Voltando ao que dizia a respeito da minha mudança. Eu era alguém que cria em todos os pontos do sistema arminiano, em oposição aos do calvinismo. Não é possível, a meu ver, crer em alguns e não crer em outros. Se você crer num dos cinco pontos do arminianismo você será levado a crer nos outros quatro, se for hermeneuticamente sincero e correto. O mesmo se dá com os cinco pontos do calvinismo. Minha mudança (não direi conversão pois isso está além desta esfera de discussões; tanto quem crê como quem não crê na Eleição está salvo) começou quando comecei a ponderar mais escrituristicamente a respeito da doutrina da Perseverança dos Santos, o quinto ponto do calvinismo. Fui sempre instruído e ensinado que alguém poderia perder a salvação. Novamente, sempre olhava textos das Escrituras que defendessem essa ideia. Porém, algo passou a me incomodar. E este algo foi João 10:27-29
As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai. João 10:27-29 (ACF)
A declaração de Cristo é clara e inegociavelmente depõe a favor da doutrina da Perseverança dos Santos, isto é, aqueles que Deus chamou e salvou, jamais cairão, nem total nem finalmente, do seu estado de graça. Num reducionismo perigoso, alguns a proclamam dizendo que “uma vez salvo, salvo para sempre”.
Pois bem, depois de alguns dias de relutância, aceitei esta verdade, crendo que meu coração se aquietaria, pois estava sendo “sola scriptura”. Mas foi aí que tudo se desencadeou. Como arminiano, cria no livre-arbítrio, isto é, na doutrina de que, embora houvesse em mim pecado, eu era livre para escolher entre o bem e o mal, isto é, escolher por Deus ou pelo pecado. Muito bem; se isso é Verdade, então eu posso resistir a graça de Deus ou abraçá-la, mais especificamente falando, posso aceitar ou recusar a salvação. Mas, se depois de aceitar eu não posso sair, onde está o livre-arbítrio??? Complicado, não? Pois bem, vamos ver o que dizem as Escrituras a respeito do livre-arbítrio. Vamos a Romanos 3:
Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.(...) Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Romanos 3:10-12;23-24 (ACF)
Como afirmam as Escrituras: “Ninguém é justo, nenhum sequer. “Ninguém jamais seguiu realmente a veredas de Deus, nem mesmo desejou verdadeiramente fazê-lo. “Todos se desviaram; todos caíram no erro. “Não há ninguém que faça o bem, nem um sequer. (…) Pois todos pecaram; todos fracassaram, e estão afastados da glória de Deus; no entanto, Deus nos declara agora justificados das ofensas que lhe fizemos, através da redenção que há em Jesus Cristo, aquele que em sua graça tira os nossos pecados gratuitamente. Romanos 3:10-12;23-24 (Nova Bíblia Viva)
Mais um choque de realidade. A Bíblia nos informa que, se deixados a nossa sorte, sequer teríamos vontade de buscar a Deus! Cai por terra, então, a farsa do livre-arbítrio. O que temos, como seres responsáveis moralmente, é a livre agência, isto é, agimos livremente, mas conformados a nossa natureza pecaminosa. Ou seja, quanto a Deus, jamais escolheríamos o que é bom!
Recapitulando, fui forçado a aceitar a Perseverança dos Santos. Agora, percebi que não havia livre-arbítrio, afirmando assim a Depravação Total, isto é, que a queda do homem atingiu a totalidade de sua existência (depravação total não refere-se à intensidade, ou seja, não quer dizer que todo homem é tão mal quanto poderia ser). Mas, se você parar para pensar, isso inegavelmente nos força a aceitar que não podemos resistir ao chamado de Deus e que, se somos salvos, foi porque Deus assim o determinou. Completam-se quatro pontos:
Total Depravação
Perseverança dos Santos
Graça Irresistível (ou Chamado Eficaz) e, por fim, o assunto em questão,
Eleição Incondicional
Falta ainda o terceiro ponto, a Expiação Particular, ou seja, a doutrina de que Cristo foi enviado para sofrer a ira de Deus pelos pecados dos eleitos, apenas, e não de toda a humanidade. Mas isso será tratado talvez em outro artigo. Por hora, basta apenas afirmar que aceito esta verdade como bíblica (ver João 10:15).
Este, meus amados, foi o caminho que eu trilhei nos passos da escola da Eleição. De fato, já posso escrever sobre ela pois a conhecia dantes, porém não aceitava. De agora em diante, exporemos aqui a Bíblia de um modo simples e claro, e deixemos as Escrituras falarem por si só. Como todo cristão honesto, ao sermos questionados sobre alguma doutrina ou ensino devemos sempre, em primeiro lugar, perguntar “a Bíblia aprova esta doutrina?” “Ela corrobora com isso?” Ninguém pode, mediante séria análise da Palavra, afirmar que a Bíblia não fala de Eleição/Predestinação. Vamos aos fatos.
Paulo, o Apóstolo, declara “Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama)” (Romanos 9:11 – ACF). “Assim, pois, também agora neste tempo ficou um remanescente, segundo a eleição da graça.” (Romanos 11:5 – ACF), e continua “mas os eleitos o alcançaram ” (Romanos 11:7 – ACF). Paulo ainda diz “mas, quanto à eleição, amados por causa dos pais” (Romanos 11:28 – ACF) , “Sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é de Deus” (1 Tessalonicenses 1:4 – ACF).
Pedro, apóstolo de Cristo, também ensinou dizendo “Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição” (2 Pedro 1:10 – ACF). E mais ainda disse “Deus, o Pai, escolheu vocês há muito tempo e, por isso, sabia que se tornariam seus filhos” ou, em outros palavras, “Eleitos segundo a presciência de Deus Pai” (1 Pedro 1:2 – Nova Bíblia Viva e ACF). Outra vez, Paulo torna a dizer “E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade” (Efésios 1:5 – ACF) e “Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade” (Efésios 1:11 – ACF). Em outra linguagem, “Nele, nós fomos escolhidos e predestinados como parte do plano soberano de Deus, que faz tudo conforme a sua vontade” (Efésios 1:11 – Nova Bíblia Viva).
Jesus disse “mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias” (Mateus 24:22 – ACF). E ainda afirmou “Mas vós não credes porque não sois das minhas ovelhas, como já vo-lo tenho dito. As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem” (João 10:26-27 – ACF).
Paulo, Pedro e Jesus. A Bíblia, enfim, afirma em alto e bom som a maravilhosa doutrina da Eleição!
Revisado e editado em 06 de Agosto de 2012.
Como declaração introdutória, preciso expor algo que me fez mudar de ideia quanto a este assunto: o princípio sola scriptura. Todos nós, protestantes, ou evangélicos, se assim desejar, professamos a fé baseada na Reforma Protestante do século XVI. Desta forma, tudo o que fazemos, toda profissão de fé que elaboramos, deve estar em conformidade com o resumo da fé reformada, a saber, os cinco solas. São estes:
1. Sola Gratia (salvação pela graça somente);
2. Sola Fide (salvação mediante a fé somente);
3. Solus Christus (somente Cristo como cerne da nossa fé);
4. Soli Deo Gloria (glória e honra a Deus somente), e por fim
5. Sola Scriptura (somente a Escritura como regra de fé e prática).
Somos pecadores, sim, falhos e totalmente dependentes da graça de Deus. E um erro muito comum em nosso meio é esquecermos do sola scriptura, ou seja, não pautarmos nossa vida perfeitamente pela Palavra. Todos falhamos em certo ponto, é fato, mas devemos estar sempre dispostos a negar qualquer dogma preestabelecido, ideia formada ou mesmo experiência, se esta não se conforma com a Escritura. Este deve ser nosso foco, sempre, até que Cristo venha.
Dito isto, no decorrer deste artigo mostraremos quão abundante e clara é a doutrina da Eleição nas Escrituras, e como negar isso é ir em oposição direta à mesma. Antes, porém, vou contar-lhes como Deus me direcionou a crer nesta Verdade.
Como cristão de confissão arminiana que era, eu não conseguia chegar perto de textos bíblicos que confrontavam minhas teses preestabelecidas. Textos como Romanos 8:29-30 e Atos 13:48 me davam arrepios. Deixava-os para lá, não havendo explicação plausível. Vamos expôr estes textos. Abra sua bíblia e deixe Deus falar através dela.
Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou. Romanos 8:29-30 (ARA)
Porque aqueles que já tinham sido escolhidos por Deus ele também separou a fim de se tornarem parecidos com o seu Filho. Ele fez isso para que o Filho fosse o primeiro entre muitos irmãos. Assim Deus chamou os que havia separado. Não somente os chamou, mas também os aceitou; e não somente os aceitou, mas também repartiu a sua glória com eles. Romanos 8:29-30 (NTLH)
Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna. Atos 13:48 (ARA)
Quando os não-judeus ouviram isso, ficaram muito alegres e começaram a dizer que a palavra do Senhor era boa. E creram todos os que tinham sido escolhidos para ter a vida eterna. Atos 13:48 (NTLH)
Avalie como se sente agora. Confrontado? Talvez. Mas, embora você possa não entender, você deve concordar que o texto é inegavelmente claro, não? Juntos, estes dois textos definem a bíblica e reformada doutrina da Eleição, a saber, “que Deus escolheu em Seu conselho eterno desde antes da fundação do mundo aqueles dentre a raça humana caída que seriam salvos. Ninguém crerá e será salvo se não for eleito. Ninguém que for eleito perderá a vida eterna. A fé é a consequência da eleição, não sua causa.” Pois bem, prossigamos. A ideia ainda precisa ser desenvolvida, confesso. As implicações disso são demasiadamente abrangentes.
Voltando ao que dizia a respeito da minha mudança. Eu era alguém que cria em todos os pontos do sistema arminiano, em oposição aos do calvinismo. Não é possível, a meu ver, crer em alguns e não crer em outros. Se você crer num dos cinco pontos do arminianismo você será levado a crer nos outros quatro, se for hermeneuticamente sincero e correto. O mesmo se dá com os cinco pontos do calvinismo. Minha mudança (não direi conversão pois isso está além desta esfera de discussões; tanto quem crê como quem não crê na Eleição está salvo) começou quando comecei a ponderar mais escrituristicamente a respeito da doutrina da Perseverança dos Santos, o quinto ponto do calvinismo. Fui sempre instruído e ensinado que alguém poderia perder a salvação. Novamente, sempre olhava textos das Escrituras que defendessem essa ideia. Porém, algo passou a me incomodar. E este algo foi João 10:27-29
As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai. João 10:27-29 (ACF)
A declaração de Cristo é clara e inegociavelmente depõe a favor da doutrina da Perseverança dos Santos, isto é, aqueles que Deus chamou e salvou, jamais cairão, nem total nem finalmente, do seu estado de graça. Num reducionismo perigoso, alguns a proclamam dizendo que “uma vez salvo, salvo para sempre”.
Pois bem, depois de alguns dias de relutância, aceitei esta verdade, crendo que meu coração se aquietaria, pois estava sendo “sola scriptura”. Mas foi aí que tudo se desencadeou. Como arminiano, cria no livre-arbítrio, isto é, na doutrina de que, embora houvesse em mim pecado, eu era livre para escolher entre o bem e o mal, isto é, escolher por Deus ou pelo pecado. Muito bem; se isso é Verdade, então eu posso resistir a graça de Deus ou abraçá-la, mais especificamente falando, posso aceitar ou recusar a salvação. Mas, se depois de aceitar eu não posso sair, onde está o livre-arbítrio??? Complicado, não? Pois bem, vamos ver o que dizem as Escrituras a respeito do livre-arbítrio. Vamos a Romanos 3:
Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.(...) Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Romanos 3:10-12;23-24 (ACF)
Como afirmam as Escrituras: “Ninguém é justo, nenhum sequer. “Ninguém jamais seguiu realmente a veredas de Deus, nem mesmo desejou verdadeiramente fazê-lo. “Todos se desviaram; todos caíram no erro. “Não há ninguém que faça o bem, nem um sequer. (…) Pois todos pecaram; todos fracassaram, e estão afastados da glória de Deus; no entanto, Deus nos declara agora justificados das ofensas que lhe fizemos, através da redenção que há em Jesus Cristo, aquele que em sua graça tira os nossos pecados gratuitamente. Romanos 3:10-12;23-24 (Nova Bíblia Viva)
Mais um choque de realidade. A Bíblia nos informa que, se deixados a nossa sorte, sequer teríamos vontade de buscar a Deus! Cai por terra, então, a farsa do livre-arbítrio. O que temos, como seres responsáveis moralmente, é a livre agência, isto é, agimos livremente, mas conformados a nossa natureza pecaminosa. Ou seja, quanto a Deus, jamais escolheríamos o que é bom!
Recapitulando, fui forçado a aceitar a Perseverança dos Santos. Agora, percebi que não havia livre-arbítrio, afirmando assim a Depravação Total, isto é, que a queda do homem atingiu a totalidade de sua existência (depravação total não refere-se à intensidade, ou seja, não quer dizer que todo homem é tão mal quanto poderia ser). Mas, se você parar para pensar, isso inegavelmente nos força a aceitar que não podemos resistir ao chamado de Deus e que, se somos salvos, foi porque Deus assim o determinou. Completam-se quatro pontos:
Total Depravação
Perseverança dos Santos
Graça Irresistível (ou Chamado Eficaz) e, por fim, o assunto em questão,
Eleição Incondicional
Falta ainda o terceiro ponto, a Expiação Particular, ou seja, a doutrina de que Cristo foi enviado para sofrer a ira de Deus pelos pecados dos eleitos, apenas, e não de toda a humanidade. Mas isso será tratado talvez em outro artigo. Por hora, basta apenas afirmar que aceito esta verdade como bíblica (ver João 10:15).
Este, meus amados, foi o caminho que eu trilhei nos passos da escola da Eleição. De fato, já posso escrever sobre ela pois a conhecia dantes, porém não aceitava. De agora em diante, exporemos aqui a Bíblia de um modo simples e claro, e deixemos as Escrituras falarem por si só. Como todo cristão honesto, ao sermos questionados sobre alguma doutrina ou ensino devemos sempre, em primeiro lugar, perguntar “a Bíblia aprova esta doutrina?” “Ela corrobora com isso?” Ninguém pode, mediante séria análise da Palavra, afirmar que a Bíblia não fala de Eleição/Predestinação. Vamos aos fatos.
Paulo, o Apóstolo, declara “Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama)” (Romanos 9:11 – ACF). “Assim, pois, também agora neste tempo ficou um remanescente, segundo a eleição da graça.” (Romanos 11:5 – ACF), e continua “mas os eleitos o alcançaram ” (Romanos 11:7 – ACF). Paulo ainda diz “mas, quanto à eleição, amados por causa dos pais” (Romanos 11:28 – ACF) , “Sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é de Deus” (1 Tessalonicenses 1:4 – ACF).
Pedro, apóstolo de Cristo, também ensinou dizendo “Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição” (2 Pedro 1:10 – ACF). E mais ainda disse “Deus, o Pai, escolheu vocês há muito tempo e, por isso, sabia que se tornariam seus filhos” ou, em outros palavras, “Eleitos segundo a presciência de Deus Pai” (1 Pedro 1:2 – Nova Bíblia Viva e ACF). Outra vez, Paulo torna a dizer “E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade” (Efésios 1:5 – ACF) e “Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade” (Efésios 1:11 – ACF). Em outra linguagem, “Nele, nós fomos escolhidos e predestinados como parte do plano soberano de Deus, que faz tudo conforme a sua vontade” (Efésios 1:11 – Nova Bíblia Viva).
Jesus disse “mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias” (Mateus 24:22 – ACF). E ainda afirmou “Mas vós não credes porque não sois das minhas ovelhas, como já vo-lo tenho dito. As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem” (João 10:26-27 – ACF).
Paulo, Pedro e Jesus. A Bíblia, enfim, afirma em alto e bom som a maravilhosa doutrina da Eleição!
Revisado e editado em 06 de Agosto de 2012.
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