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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O Sangue de Jesus


O sangue de Jesus é um assunto por vezes relegado ao mero esquecimento nas igrejas modernas. Muitas vezes, é tido como um daqueles assuntos místicos, envolvidos quase sempre em um simbolismo sem muita aplicação prática no dia a dia. Entretanto, caro leitor, quero lhe dizer que este assunto é revestido de especial importância em todo o evangelho: o sangue de Cristo é real, aplicável e útil em cada momento do nosso dia.

Conhecer sobre este assunto não é ter um conhecimento “a mais”. Não é ser entendido em teologia sistemática ou soteriológica. Não! É o sangue de Cristo, meu amado, derramado a dois mil anos atrás, que ainda hoje nos torna livres do pecado, justos, santos, e puros diante do Deus todo poderoso e santo, diante de quem pecado algum pode subsistir, e diante de quem um dia todos estaremos em juízo, prestando contas a Ele! Quão maravilhosa é esta verdade, e quão bíblica também!

Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.
1 João 1:7

A temática do sangue de Cristo, e de seu papel, jamais poderia ser esquecida ou obscurecida na mente e entendimento dos que se dizem participantes da Igreja de Cristo. Em toda a Bíblia, percebemos algumas verdades sobre o pecado e sobre a forma que Deus trata o pecado; e estas verdades nos revelam a necessidade do sangue de Cristo. São elas:

a) todos pecamos, sem exceção (Romanos 3:23).
b) Deus é santo, e sua santidade não pode tolerar o pecado. Era necessário, então, que o homem pecador fosse separado eternamente de Deus – a condenação eterna. (Romanos 1:18, Habacuque 1:13).
c) mesmo sendo justo que toda a raça humana fosse condenada à separação eterna de Deus, aprouve a Ele que, por misericórdia, tomasse a iniciativa de reconciliar as partes ofendidas (Deus e o homem) (João 3:16).
d) no antigo sistema da lei mosaica, os pecados do povo (revelados pela Lei) deveriam ser expiados de alguma forma, para que a ira de Deus fosse aplacada. Para tanto, eram realizados sacrifícios de animais indicados por Deus, de forma que o sangue que era derramado “purificava” o homem pecador (muito embora não era o sangue do animal realmente que purificava, mas o sangue futuro que Cristo derramaria) (Hebreus 8:5, 9:11-28)
e) uma vez que o homem não poderia pagar pelos seus pecados a fim aplacar a ira de Deus, era necessário que o próprio Deus oferecesse sacrifício perfeito para de uma vez por todas aniquilar o pecado. E louvado seja nosso Deus, Jesus, que a si mesmo se entregou, como cordeiro imaculado, nos possibilitando hoje sermos livres, justificados e feitos idôneos de receber a herança que nos está preparada! Aleluia! (Hebreus 9:26, Colossenses 1:12)

Precisei expor estas cinco verdades, bem como fundamentá-las nas Escrituras, a fim de que você que lê este escrito possa entender que o sangue de Cristo não é mera mitologia, ou simbologia, muito menos fantasia. O sangue de Jesus derramado na cruz é o único meio que eu e você temos, meu amado, de sermos aceitos na presença de Deus, justificados e santificados para no último dia sermos achados dignos de receber a superior promessa.

Não posso me omitir de dizer algo para tentar remover um engano muito comum em nossos dias. Surpreendentemente, mesmo entre aqueles que professam ter algo da religião de Cristo dentro de si, mesmo entre aqueles que professam ser lavados e regenerados, ainda persevera a doutrina maligna e infernal hoje conhecida por universalismo. É uma teologia mentirosa, cujo cerne e essência consistem em dizer que Deus é tão misericordioso que no último dia, no fim das contas, ele não condenará nenhuma carne, antes, sua graça salvadora alcançará todo homem de todo lugar e de todas as eras, bem como de todo credo! Minha consciência não ficaria tranquila se eu deixasse de reverberar contra esta mentira que o diabo vem usando para enganar o povo de Deus. Preciso usar este espaço para tentar, de uma forma ou de outra, persuadi-lo, através da exposição da Palavra, de que este ensino não só é falso, como é pernicioso e extremamente perigoso.

Primeiramente desejo que tenhas em mente que Cristo é o único nome pelo qual devemos clamar por salvação (Atos 4:12) e que nenhum homem que não receber a Cristo pode ser salvo (Atos 3:23). Em segundo lugar, que Cristo é o único digno desta posição (de Salvador) dado que ele foi único que realizou o perfeito sacrifício, um cordeiro santo e sem pecado e feito mais alto que os céus (Hebreus 7:25-26). Por último, como já havia demonstrado anteriormente, nos é dito que Deus não tolera o pecado, e que o mesmo precisa ser expiado para que Deus possa aceitar o homem. E antes que penses que a morte de Cristo expiou os pecados de todos, leia Atos 3:19 e perceba a necessidade de arrependimento e conversão ANTES que os pecados sejam cancelados.

Dito isso tudo, quero agora mostrar, sem muito me prolongar, a natureza perniciosa desta doutrina, isto é, a forma covarde e anti-bíblica, com que ela ataca a doutrina fundamental da necessidade do sangue de Jesus. Se você leitor, é, de uma forma ou de outra, adepto deste pensamento universalista, peço que atente às minhas palavras com atenção. Se tens algum cuidado com tua alma, leia e medite seriamente no que vou escrever nas próximas linhas. Pois eu afirmo, sem titubear, que uma doutrina que destrua a necessidade do sangue de Cristo para remissão da forma como o universalismo o faz, não é digna de entrar no hall dos “pormenores teológicos”. É, antes, uma doutrina inimiga do cristianismo ortodoxo e bíblico o qual Deus tem mantido perpétuo através da preservação de sua Palavra.

O Apóstolo Paulo, na instrumentalidade do Espírito Santo, nos revelou de forma clara e incontestável a finalidade eterna do sangue que Jesus derramou na cruz do monte Calvário. Em Colossenses 1:20 nos é dito que Cristo “havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus”. Com este texto podemos entender que Cristo não veio ao mundo sem uma finalidade. Aquele que era desde o princípio, o Verbo que estava com Deus e era Deus (João 1:1-2), este mesmo se fez carne e habitou entre nós com o único fim de padecer e morrer, derramando seu sangue, para fazer propiciação pelos pecados do mundo inteiro! Por isso diz João, o Apóstolo, que Jesus é “a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro” (1 João 2:2). E o seu sangue derramado na cruz é o meio pelo qual podemos legalmente ser livres do pecado, pois sem derramamento de sangue não há remissão (Hebreus 9:22). Ainda nos afirma Paulo que o sangue de Cristo é o meio pelo qual somos justificados (Romanos 5:9). E, por fim, a redenção final do homem, isto é, a decisão de Deus em perdoá-lo e salvá-lo da ira vindoura, só é possível a quem receber Jesus e crer que ele derramou o seu sangue por nós, pois assim diz Efésios 1:7.

Diante de tudo isso, de todas essas verdades bíblicas expostas exaustivamente, não há como não perceber uma inconsistência entre a doutrina do universalismo e a doutrina da remissão pelo sangue. Se todos serão salvos, arrependendo-se ou não, crendo ou não, unindo-se a Cristo, ou não, segue-se que o sangue não é a única forma de trazer remissão e que o arrependimento seguido de confissão não é a única forma de se obtê-lo. Daí, concluímos que Cristo morreu em vão. E se Cristo morreu em vão, em vão também ressuscitou. E, portanto, é vã a nossa esperança! Se a nossa esperança é vã, também é mentirosa aquela Palavra que nos alimentava. De tudo isso, eu pergunto se você, crente em Jesus, pode ainda continuar crendo no universalismo, mesmo ele depondo contra o sangue de Jesus tão claramente, de modo a destruir qualquer esperança que você mesmo possa professar.

Inicialmente, neste artigo, falei a um grupo de pessoas que creem em uma doutrina perniciosa que depõe perigosamente contra a realidade e necessidade do sangue de Cristo para o mundo e para a Igreja. Desejo, a partir deste momento, falar a um segundo grupo de pessoas. Quero, agora, falar a você, crente em Jesus Cristo, que professa ter alguma iluminação da verdade do Evangelho, que professa conhecer Jesus Cristo de alguma maneira. Não estou negando a veracidade da sua confissão, nem tampouco estou dizendo que todos neste grupo de pessoas que introduzo neste momento estão enganados e perdidos. Mas não posso deixar de dizer que, se já não estão enganados, estas pessoas correm sério risco de se perder.

Eu não sei, amado leitor, qual foi a circunstância que o fez vir a Jesus. Não sei o que você ouviu, nem o que se passou em seu raciocínio na hora que você tomou a decisão de seguir a Cristo. Talvez você tenha vindo a Cristo baseado em promessas de prosperidade, saúde e riquezas materiais. Talvez por ver amigos ou parentes crentes enriquecendo, mudando de vida e ascendendo socialmente ou financeiramente depois que entraram para a igreja, você tenha decidido que queria isso para a sua vida. Se você veio a Cristo por quaisquer destes motivos, eu quero dizer a você, com muito peso em meu coração, mas impelido a fazê-lo, que você veio a Cristo pelo motivo errado. Não sabes quanto é difícil para mim dizer isso. Estou mexendo com emoções e sentimentos muito profundos ao dizê-lo, entretanto, por querer bem a sua alma, não posso me omitir. Ninguém deve vir a Jesus por bens materiais! Essa não é a esperança que o Evangelho infunde nos corações regenerados, tampouco sua promessa. Conquanto que discutir teologia da prosperidade não é meu objetivo neste artigo, eu não posso deixar de tocar numa ponta deste assunto quando menciono os motivos que o trouxeram a Cristo.

Antes de deixar de ler esse texto ou mesmo de achar que você não é salvo, deixe-me alertá-lo de que eu não estou dizendo que você permaneceu nestas condições nos períodos seguintes de sua caminhada cristã. Se esse for seu caso, amém! Se não for, ainda assim eu devo lhe dizer que ainda há tempo de corrigir suas prioridades: Deus está pronto a lhe ajudar. Não deixe que o diabo produza em sua mente qualquer pensamento que venha desmentir essa verdade.

Uma vez expostos alguns motivos errados de se vir a Jesus e de se caminhar com Jesus, quero agora expor o motivo central que deve prender alguém a Cristo. E eis este lindo e glorioso motivo:

Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido.
Lucas 19:10

Buscar e salvar; a promessa da redenção ao homem pecador. A esperança da glória, que é ser perdoado a ponto do próprio Deus poder vir habitar em nós (Colossenses 1:27). E poder esperar firme, com certeza, de que em breve Ele virá segunda vez, para nos fazer participantes de sua ressurreição! E viveremos com Ele eternamente! Louvado seja nosso Deus e Salvador Jesus Cristo por esta maravilhosa verdade. A Ele a honra, a glória e o poder sejam dados!

Meu amado, não venha a Cristo senão pelo seu sangue! Tenha em sua mente que nós somos os mais miseráveis pecadores, necessitados a todo momento do perdão de Deus. A doutrina da depravação total é tão profunda e verdadeira ao afirmar que mesmo nos mais elevados padrões de cultura e ciência, mesmo nas maiores obras do homem, em suas mais suntuosas construções, ou em seus mais profundos e elaborados tratados científicos, em tudo isso está a mancha do pecado, da falha e da iniquidade! Ó pobres que somos! Se você não entender que precisa do perdão de Deus diariamente, que precisa ter fé nele e receber o perdão do pecado pelo seu sangue, então, sua alma estará em grandiosíssimo perigo! Se você não entendeu isso até agora, não se frustre. Sempre há tempo de concerto! Volte-se a Cristo agora e firme-se nesta esperança. Abandone o materialismo que tem tragado milhares de almas nos dias presentes. Confie na eficácia do sangue de Jesus! E lembre-se de que “se todavia alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados” (1 João 2:1-2).

O terceiro e último grupo de pessoas que quero atingir com este tratado é, dentre todos, o mais importante. É o mais importante não porque façam algo por assim merecer (ninguém o faz), mas por que Deus tem excessiva preocupação com eles. Por um deste grupo, Deus deixa noventa e nove dos grupos anteriores para trás a fim de resgatá-lo (Lucas 15:4). Se você leu a referência, sabe que estou falando daqueles que não conhecem a Jesus. Daqueles que não tem um pastor ou bispo a cada Domingo os exortando na verdade do Evangelho. Daqueles para os quais, talvez, esse texto seja a única oportunidade que terão de ouvir as boas novas antes de partir deste mundo. Não desejo deixar esta oportunidade passar em vão.

Se você que lê esse artigo é alguém que nunca confessou seus pecados e entregou sua vida para sempre para Jesus, ou ainda é alguém que depois de fazê-lo esfriou em sua fé e o abandonou, fico muito feliz em poder lhe dizer hoje, no momento em que lês esse texto, que Jesus Cristo derramou seu sangue na cruz para salvar a sua vida da morte! Não da morte física, a qual todo homem enfrentará, salvo os justos que viverem no dia da volta de Cristo, mas antes, da morte eterna, da condenação eterna que todo aquele que morrer separado de Deus, sem seus pecados perdoados, terá de enfrentar. Que terrível coisa é enfrentar a separação eterna de Deus! Medite nisso hoje, querido! Mas, acima de tudo, tenha em mente que Jesus Cristo veio derramar seu sangue para nos revelar o amor maior com que Deus nos amou. Um amor tão grande que nos possibilita hoje sermos restaurados, vivermos uma nova vida, não mais longe de Deus, mas unidos a Ele eternamente! E eu posso lhe afirmar, com a certeza de alguém que confia na Bíblia, que das mãos dele ninguém lhe poderá arrebatar, pois Jesus afirmou: “Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão” (João 10:28). Esta é, sem dúvida, a firme e forte esperança a que todo homem deve se agarrar se quiser ser salvo!

E você que lê isto hoje, talvez o inimigo, o acusador, que é o diabo, venha tentar lhe soprar na mente todos os seus pecados e delitos outrora cometidos. Que o Senhor o repreenda! Se você é uma dessas pessoas, deixe eu lhe expor uma última verdade bíblica: “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me lembro” (Isaías 43:25). Veja, hoje o Senhor Deus te diz que se você o receber como Senhor e Salvador, então Ele apagará de sua memória todos os seus pecados. Nenhum, nenhum sequer, restará em tua conta. Por pior que ele venha a ser. Você pode ser livre hoje, mas somente porque, um dia, Jesus Cristo derramou o seu SANGUE na cruz, sangue que deu a você o direito de receber o perdão e de ser chamado justo perante Deus!

Se você quer este Deus, Jesus Cristo, que tanto te amou, procure hoje uma comunidade, uma congregação cristã evangélica, onde você poderá ouvir e aprender mais sobre este Deus que tanto te amou, bem como receberá o puro alimento para perseverar até o fim, seja este a sua morte, quando você deixará este mundo com a mesma certeza de Paulo, que sabia que encontrar-se-ia com Cristo, ou a ocasião do retorno de Jesus que em breve virá, e os que estiverem vivos serão arrebatados com Ele nos ares e receberão um novo corpo, incorruptível, e viverão com Ele eternamente. Já não seremos mais afligidos pela morte, pela dor, tampouco pelo pecado que tanto nos mancha. Se você quer aguardar este dia com a certeza de que estará do lado certo, certo de que terá alcançado a salvação de sua alma, eu te digo, tome esta decisão hoje e viva!

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