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sábado, 8 de junho de 2013

Seja feita a Tua vontade, e não a minha

Levados pelos ensinos da teologia de Confissão Positiva, muitos assim chamados Cristãos de hoje esqueceram-se completamente o real significado da oração, e mesmo do uso do nome de Jesus. A maioria destes Cristãos aprendem que eles tem algum poder em suas palavras, e que eles podem criar realidades materiais simplesmente por declarar com suas bocas o que eles desejam. Isso criou nas mentes de muitos a ideia de que nós não mais pedimos, mas declaramos e, pelo poder mágico do nome de Jesus, aquilo que desejamos acontece. Alguns, por outro lado, ainda pedem, clamam e imploram ao Senhor, mas, como os outros, eles também foram seduzidos pela Confissão Positiva e, quando oram pedindo algo ao Senhor, eles enchem a si mesmos de uma certeza de que tal oração será respondida e o que eles pediram em nome de Jesus se tornará realidade. Eles creem que, como Deus é um Deus tremendo e grande, Ele, portanto, fará o milagre acontecer.

O que eles não notam é que muitas vezes Deus não responde às nossas orações bem como não opera o milagre ou o que quer que a Ele tenhamos pedido. Seriam estes crentes honestos com sua teologia e diriam que Deus não é o Todo-Poderoso? Certamente que não. E assim estas pessoas vão vivendo, sempre pedindo e, por muitas vezes, sendo frustradas. Mas, de fato, é verdade que aquele que sabe como orar jamais será frustrado. Ele pode ser contrariado, mas nunca frustrado. Talvez você possa se perguntar o porquê. E eis aqui o motivo: ele jamais será frustrado pois ele pede como Jesus pediu. Pois lemos que Jesus Cristo, sendo Deus, orou assim “Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua.” (Lucas 22:42).

Uma pausa faço. A você que lê o que escrevo, algo deve ser dito: este assunto é, de fato, polêmico. Toca na fé íntima de uma infinidade de pessoas sinceras. Salomão, o sábio, porém disse “leais são as feridas feita por um amigo”. Devemos entender que o que está sendo dito aqui, por mais que lhe fira, está sendo dito para seu crescimento, e para o seu bem. Pois alguns desvios são sutis, sim, mas perigosos. E creio que a doutrina da oração deve estar bem clara no coração de todo Cristão sincero. E as consequências desta teologia errada que agora exponho colocam você invariavelmente em uma situação nada agradável com Deus. É um pecado gravíssimo quando o homem torna-se senhor de sua vontade. Ainda que sem intenção, o pecado é pecado. E precisa ser exposto. Toda a vida cristã resume-se a submetermo-nos aos padrões e vontade de Deus. Quando decretamos, declaramos e proferimos palavras de ordem esperando que Deus nos conceda o que queremos apenas por que pedimos em nome de Jesus estamos nos gloriando diante de Deus por algo que não somos e, evidentemente, estamos negando sua grande e maravilhosa graça, sem a qual nada nos é oferecido.

Voltemos, agora, ao ponto central onde paramos. Temos a oração de Jesus Cristo como modelo. O que há, porém, de tão especial em tal oração? E a resposta é que Jesus, surpreendemente, submeteu sua vontade a Deus. Ele humilhou a si mesmo. Como homem que era, nosso Senhor certamente sentiu profundo terror pelo que estava por vir. Ele sabia que ali, na cruz, enfrentaria a ira de Deus Todo-Poderoso pelos pecados de Seu povo contra si mesmo; toda ela. Nem uma gota ficaria de fora. A ira que levaríamos uma eternidade pagando, pois somos criaturas, nosso Criador a suportou como um peso enorme, em um curto espaço de tempo. Jesus, certamente, não o faria se pudesse. Contudo, podemos dizer que a oração dele certamente foi respondida. Mas sua vontade não foi feita. Sua oração foi respondida pois ele humildemente sujeitou-se a vontade do Pai. Confiou infinitamente na Sua sabedoria e bondade. Jesus sabia que, por mais doloroso o que estava por vir fosse, era o propósito de Deus. E Seus propósitos e vontades são bons, invariavelmente, pois a bondade procede dEle, apenas.

Em nossa vida diária enfrentamos diversidade de situações que seriam impossíveis de enumerar num texto como esse. Dificuldades, afrontas, dores, doenças incuráveis, sofrimento, perdas. Sem dúvida, quando tais situações se apresentram diante nós corremos para o Senhor e pedimos que Ele afaste de nós o cálice, aqui, simbolizando o problema que enfrentamos. É necessário que tenhamos em nós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus: submissão. Embora toda dor que possamos sentir, por vezes a cura ou o livramento não vem. Por vezes apraz a Deus nos manter entre espinhos e inimigos ferozes. E o motivo? Bom, vários podem ser, contudo, de uma coisa temos certeza: Seu nome será glorificado. E nisso devemos nos alegrar. E com esta certeza e disposição interior suportaremos o que nos é dado, confiando que isso produzirá peso de glória na eternidade (2 Coríntios 4:17). Oremos sim, sempre, pela cura dos enfermos, por exemplo, sejam eles nós mesmos ou alguém querido. Oremos pela liberdade dos que estão cativos, pela alegria dos que sofrem e pelo consolo dos abatidos. Contudo, saibamos que a vontade de Deus vem primeiro. E a vontade dele nem sempre é a nossa.

Você está pronto para humilhar a si mesmo, negar seus desejos, mesmo que sejam bons e não maus, e apenas mudar suas orações? Estamos prontos para pedir o que desejamos e, ao fim, humildemente dizermos “não a minha vontade, mas a tua seja feita”? Quando assim o fizermos eu asseguro que jamais seremos frustrados, pois a vontade de Deus sempre prevalecerá, mesmo que nós peçamos o oposto.


Certamente, todos nós precisamos mesmo que um pouco o corrigir nossas orações. Mesmo naquilo que estamos certos saber qual é a vontade de Deus. Estamos enfrentando um vício ou um forte pecado que sempre nos açoita em segredo? Estamos tentando lutar contra este pecado e pedindo ao Senhor  que nos livre destes desejos maus? Você já parou para pensar que Ele pode não nos libertar? Deus pode fazer um filho permanecer em água morna ao invés de lhe dar segurança ou liberdade de tais pecados por completo. Embora eu pense que não é este o caso para a maioria dos Cristãos, há casos em que tal coisa acontece. Você está pronto a enfrentar um inimigo insolente por amor a Cristo e dizer “não a minha vontade, mas a tua seja feita”?

domingo, 2 de junho de 2013

A Culpa é Nossa

Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa.  Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.
Mateus 5:13-16

               Chegamos a um tempo na nação brasileira onde a Igreja deve parar e refletir, olhando para seus atos presentes, olhando para o passado e para as Escrituras. O Brasil tem detenhorado cada dia mais. Violência, corrupção e injustiça são agora praticadas em plena luz. Imoralidade e abominações tornara-se normais e estimuláveis. Não há apreço pela vida humana em nossos governantes, e tampouco em nosso povo. A Igreja, embora tenha crescido numericamente, é motivo de chacota e vergonha. É insossa. Não consegue, embora com tantos membros, produzir uma mudança sequer na sociedade. Estamos sendo literalmente pisados pelos homens, e homens ímpios e imorais.

               Quero que notemos hoje a estrutura do texto que Jesus proferiu no sermão do monte. Ali lemos “e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.” Note que o fato de o sal ter sido desprezado e lançado fora e pisado pelos homens é consequência do fato de que este sal foi insípido. Segue-se, portanto, que precisamos olhar no passado as causas da nossa derrota hoje.

               É de suma importância entendermos o papel que Deus destinou à Sua Igreja durante os últimos dias, isto é, durante o tempo que se seguiria desde a vinda de Jesus até seu Retorno em glória. Jesus disse no sermão da montanha que a Igreja é a “luz do mundo”. Em seguida, o Senhor a compara a uma cidade edificada sobre um monte, a qual é visível a todos, e a uma candeia acesa, que traz luz para todos os que estão na casa. O propósito de tais descrições é explicar o caráter transformador que a Igreja de Cristo deve exercer na sociedade ao ser redor. A linguagem de Jesus indica uma plenitude de influência, isto é, influência em todas as áreas. Veja, por exemplo, que a candeia não ilumina apenas um canto da casa, antes, por estar posta no topo, esta tem o poder de iluminar toda a casa. A casa e os que nela estão são o mundo e suas nações.

               A Igreja Cristã historicamente tem entendido seu papel de transformação da sociedade. Ao invés de demonizar a cultura, as artes, a política e os negócios é dever da Igreja afastar a influência do pecado nestas áreas, redimindo-as e subjugando-as ao padrão eterno de ética e santidade, que é o próprio Deus. E, evidentemente, conhecemos este padrão pela Sua Lei expressa de forma perfeita nas Escrituras.

               Um grande exemplo deste pensamento já encontramos cedo na história, ainda na antiguidade, quando a Igreja era perseguida e esmagada pelos Césares de Roma. Tamanho era o orgulho de tais imperadores que a si mesmos se declaravam Deus e exigiam adoração de seus súditos. Evidentemente, o ódio aos cristãos da época era explicado pelo fato de que eles se negavam a adorar César como Deus. Mesmo em face da morte, não amaram a própria vida. Mesmo em face do questionamento final “quem é teu senhor?” de um soldado pronto a usar sua espada, o cristão da época respondia “Jesus Cristo é o Senhor”. A força destas palavras é sobremodo reveladora. Pois sabemos que Jesus havia dito, pouco antes de ascender aos céus, que todo o poder havia sido dado a Ele no céu e na terra (Mateus 28:18). Paulo ainda ensinou que convém que Cristo reine dos céus até ter todos os inimigos postos debaixo de seus pés, aniquilando toda força contrária ao Seu governo. Por isso mesmo lê-se “Depois virá o fim, quando tiver entregado o reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo o império, e toda a potestade e força. Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés.” (1 Coríntios 15:24-25). A cosmovisão cristã de Paulo era, então, a seguinte: Cristo Reina em poder e autoridade absolutas e só retornará a este mundo depois que toda autoridade contrária a Ele for conquistada e vencida. E temos visto no decorrer do tempo muitos inimigos de Cristo se levantarem e serem abatidos. Sem dúvida Roma era um deles. O Concílio de Nicéia foi o evento mais importante da antiguidade. O que aconteceu ali foi uma humilhação do poder Romano e dos Césares. A Roma invencível militarmente e que mantinha seu poder sobre o mundo governando com mãos de ferro agora foi vencida, não por um exército de outra nação, mas pelo Deus vivo e verdadeiro, o qual entregou à Sua Igreja os inimigos que a resistiam.

               O que nós crentes devemos entender é que existem apenas duas civilizações no mundo: a 
civilização de Deus, formada pelo seu povo remido, santo e vitorioso tendo como Cristo o seu Rei e a civilização dos homens, cujo Rei é Satanás. Somente uma vencerá no fim da história. E tal não é a civilização de Satanás. Qual é, pois, o papel da Igreja onde ela é inserida? O papel da Igreja é salgar o mundo com sua doutrina, ensinar as nações através de sua luz e ser um refúgio sólido no alto de uma montanha onde tais nações encontrem justiça e salvação. Isto quer dizer que a Grande Comissão entregue a nós por Cristo deve ser vista como uma ordem se subjugar às nações ao domínio do Senhor. Para tanto, devemos fazer como fizeram nossos pais, desafiando os ídolos de seu tempo em todas as áreas da vida humana, seja na política, nos negócios, nas artes, educação, enfim, em tudo. Devemos ser ativos culturalmente, não passivos ou isolacionistas.

               Tendo estabelecido esta base, olhemos agora para o que foi a Igreja brasileira desde que aqui chegou. Durante muito tempo tivemos uma igreja santa, comprometida com a salvação de pecadores sim, entretanto, uma igreja inerte culturalmente e isolada. Por muito vivemos num mundo à parte, sempre demonizando coisas ao nosso redor que deveríamos estar dominando. Por muito temos vimos crentes no Brasil demonizarem a mídia e a tencnologia de modo que por vezes tais afirmações seriam cômicas se não fossem trágicas. Como resultado, nunca fizemos nada para também redimir este tipo de atividade humana. Estávamos ocupados demais apenas com a salvação dos homens e nos esquecemos que deveríamos glorificar a Deus em primeiro lugar. E glorificá-lo inclui agirmos como embaixadores do Reino de Cristo, não descansando enquanto houver lugares onde ele não tenha domínio e senhorio. Se ele não tinha na televisão, que trabalhássemos para que tivesse. Se ele não tinha na política, que o fizéssemos ter. Se ele não tinha na academia e ciências, que nós crentes tomássemos este espaço também. O que fazíamos, entretanto, era até mesmo olhar com maus olhos o estudo e a ciência.

               Como vimos, nós fomos insípidos por décadas. Sem gosto, inertes. Somos culpados disso perante o Senhor. Satanás usou os seus para destruir nosso país  e nós permitimos. Como resultado, até mesmo nossa pureza interna foi destruída e tomada. Julgamento de Deus contra nós, sem dúvida. Hoje temos uma igreja brulhenta,  imoral, sem doutrina, apóstata e amante do mundo. Nosso ativismo hoje é extremamente ineficaz. Os líderes levam o povo para uma festa carnal onde crentes fazem barulho, pulam, cantam, gritam e adoram seus ídolos da Central do Brasil até a Cinelândia ou na Avenida Paulista. Nós achamos mesmo que isso fará a diferença? Tolos somos. Queremos conquistar com a força de nosso braço. Esquecemos que é Deus quem nos dará a vitória.

               A resposta correta Deus nos diz e, contudo, não queremos ouvir. E ei-la no livro de Crônicas, onde lemos “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.” (2 Crônicas 7:14) Por que não, como escreveu Ciro Zibordi por estes dias, fazermos uma marcha onde choremos e lementemos pelo mar de iniquidade em que nosso país se encontra? Por que não reconhecermos que se o Brasil está assim é porque nunca fomos o que deveríamos ser? Devemos nos arrepender, ó Igreja brasileira, e chorar diante de Deus pelos nossos pecados. Regeneração e arrependimento devem haver no meio do povo. E mudança de cosmovisão também. E precisamos disso rápido, ou um dia será tarde demais.

domingo, 26 de maio de 2013

E os que nunca ouviram?



Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue? Romanos 10:14

Um dos problemas lógicos que aflige a muitos crentes com uma cosmovisão frágil a respeito da doutrina da salvação (falo com amor, pois já fui um deles) é a eterna questão: se Deus possibilita salvação a todos, como, então, será a situação dos que nunca tiveram a oportunidade de ouvir sobre Jesus e sua obra no dia do Juízo? Existem três posições que alguém poderá tomar diante de tal questionamento. 1) manter a dúvida. 2) aceitar que Deus os julgará segundo a “luz” que receberam. 3) Aceitar que Deus as encerrou eternamente em condenação. Analiseremos cada uma destas respostas bem como a própria validade da questão.

Iniciei dizendo que esta questão surge de uma cosmovisão frágil das Escrituras; pois é exatamente isto que se sucede. Todos os que tem esta dúvida não tem uma compreensão sólida do ensino das Escrituras a respeito da Salvação e, portanto, não conseguem respondê-la com objetividade. Uma questão que é difícil na cosmovisão arminiana (a que crê que Deus deu possibilidade de salvação a todos, cabendo ao homem livremente aceitá-la ou rejeitá-la, exercendo seu livre-arbítrio) é facilmente solucionável na cosmovisão reformada ou calvinista.

Quero demonstrar, de início, que biblicamente esta questão começa de pressuposições erradas, portanto, não tem qualquer validade racional. O motivo desta minha asserção é simples: o questionamento inegavelmente surge da pressuposição de que Deus quer salvar todos os homens e ofereceu possibilidade de salvação a todos. Se esta premissa for falsa, não haverá sequer espaço para a pergunta “e os que não ouviram?”.

São Paulo afirmou “Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer.” (Romanos 9:17-18). Paulo está, neste texto, defendendo a doutrina da Eleição Incondicional, pela qual afirma-se que Deus determinou previamente os que seriam salvos e os que seriam condenados. Desta forma, a humanidade estaria separada em duas classes de pessoas, aquelas destinadas ao céu e aquelas destinadas ao inferno. E Deus, segundo Paulo, tem total direito de fazê-lo, sem que nós ousemos reclamar, pois Ele é justo e nós infratores e merecedores de condenação. É por isso que disse São Lucas que “creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna” (Atos 13:48). E também o próprio Paulo aos efésios, quando diz “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade.” (Efésios 1:3-5).

Fica evidente, portanto, que Deus tem pleno direito de eleger pessoas para condenação e pessoas para salvação. Isto não fere seu caráter, ao contrário, o confirma, pois Ele é infinitamente justo e infinitamente santo. Dado que a premissa para a polêmica questão foi destruída, vemos que ela não tem qualquer base racional. Vamos supor, por um momento apenas, que a premissa seja verdadeira. Analisemos, então, as três respostas que se podem dar a tal controvérsia.

1. Manter a dúvida. Atitude desaconselhável. “Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento.” (Provérbios 3:13).

2. Deus os julgará segundo a luz que receberam. Esta resposta invariavelmente leva você a cometer uma heresia. O Apóstolo Pedro nos afirmou que “em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” (Atos 4:12). Paulo, em Romanos 10:14 (o texto do começo do artigo) coaduna com a doutrina da exclusividade de Cristo, pois supõe que os pagãos que não ouviram ainda não creram. E sequer poderão crer se não ouvirem. Ainda em Romanos 3, Paulo afirma a depravação de todos os homens, e Jesus em João 3 afirma que quem não crê no Filho já está condenado e que sobre tal homem permanece a ira de Deus. Fica difícil, diante de tamanha evidência bíblica, suportar uma resposta que afirme que alguém pode ser salvo sem ouvir de Cristo. Não obstante, os que afirmam isso baseam seu ensino em Romanos 2:10-16, onde se lê:

"Glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego; Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas. Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados. Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados. Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os; No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho." Romanos 2:10-16 

Os que gostam de citar este texto frequentemente frisam os seguintes trechos: “Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas” e “não tendo eles lei, para si mesmos são lei”. Pois bem. A afirmação é a seguinte: Deus colocou um pouco de sua Lei no coração do índio americano que nunca ouviu falar de Jesus de modo que este índio será julgado por esta lei, e pode ser salvo se a cumprir. Agora, o que tais pessoas não percebem, ou desonestamente não gostam de frisar, é a parte do texto onde Paulo afirma “Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão”. Ora, o propósito de Paulo neste texto jamais foi provar que os gentios podem ser salvos sem Cristo, apenas cumprindo a lei escrita em seus corações, outrossim ele contradiria a si mesmo e ao Evangelho. O propósito dele é afirmar que exatamente porque Deus colocou esta lei em seus corações, todos estes gentios serão condenados, pois tornam-se indesculpáveis. A tolice do argumento fica ainda mais evidente quando notamos que se um gentio pode ser salvo cumprindo a lei de seu coração então devemos concluir que um judeu pode ser salvo cumprindo a Lei mosaica. Evidente é que, tanto para um, como para outro, cumprir esta Lei é impossível e, portanto, todos estão debaixo de condenação. O argumento que Paulo inicia ao afirmar que “Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei” é exatamente para provar que eles têm a lei implantada em seus corações, não havendo injustiça nenhuma em Deus condená-los.

3. Aceitar que Deus os encerrou eternamente em condenação. Esta é, para surpresa de muitos, a posição que devemos sustentar se queremos seguir o que nos ensina a Palavra de Deus. Lembrando sempre de confiar em Sua soberana vontade. Deus é justo, nós não. Portanto, Ele define o que é justiça, não nós.

Zelo Espiritual e Verdadeira Piedade


Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação. Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus.
Romanos 10:1-3

Neste texto o Apóstolo Paulo declara seu desejo de que seus irmãos judeus chegassem ao conhecimento da salvação, que é Cristo. Embora estivessem sem Cristo, pois estavam sem salvação, o apóstolo nos afirma que os israelitas tinham zelo por Deus. Isto quer dizer que tais homens e mulheres eram extremamente cuidadosos em cumprir seus ritos e, em muitos casos, devotados à sua religião. Evidentemente, por cumprir tais obrigações, sentiam-se devotados ao próprio Deus e sentiam-se confortáveis, pois pensavam agradá-lo. Todavia, afirma Paulo, o zelo dos israelitas não provinha do conhecimento, ou do entendimento. Literalmente, não era “de acordo com o conhecimento” (segundo as traduções King James e NVI e o texto original).

O peso do ensinamento que este verso apenas nos fornece deve ser causa de reflexão para todo cristão genuíno. O apóstolo está dizendo, entre outras palavras, que existe uma maneira correta de adorar a Deus, uma piedade bem definida. E, pelo uso da palavra conhecimento (ou entendimento), do grego epignosis, percebemos que esta verdade pode e deve ser conhecida. O próprio Deus estabeleceu em Seu livro a maneira pela qual todo cristão deve levar sua vida, a doutrina correta, bem como a maneira como a Igreja deve conduzir sua adoração pública e todos os demais procedimentos em que se envolve. Este conhecimento revelado nas Escrituras é a gnosis divina e ele somente é que produz verdadeira religião, ou verdadeira piedade.

Paulo continua seu argumento afirmando que eles, embora zelosos, não conheciam a justiça de Deus, termo que implica “todas as coisas que agradam ao Senhor”. Os judeus eram ignorantes daquilo que realmente era a vontade ou o ensino de Cristo. Deste modo, implica o apóstolo, sua tentativa de agradá-lo era vã e inútil. O versículo pode ser lido como “porquanto, sendo ignorantes quanto a forma correta de proceder com relação às coisas de Deus, e procurando estabelecer sua própria maneira de agir, não se submeteram àquela que Deus havia revelado”.

Este texto tem ampla aplicabilidade em nossos dias. Vivemos em uma época onde os crentes pensam poder agir como lhe convém no culto. Transformaram o culto num show de entretenimento. Fazem nele o que lhes vier a mente, sem qualquer preocupação: “Deus aceita isto em seu culto”? O conteúdo dos sermões é o que melhor agrada ao público. Poucos pregadores são humildes o suficiente para dizerem a si mesmos “é isso mesmo que Deus quer ensinar?” ou “tem sido este o ensino da Igreja através dos séculos?”. Quando uma forma nova de fazer igreja surge, muitos sedentos por crescimento correm para ela, tendo-a como a nova visão do momento, a vontade de Deus para sua Igreja. Mas sequer têm o trabalho de humildemente checar a gnosis divina, as Santas Escrituras, para ver se as coisas são mesmo assim. Muitos destes são crentes zelosos, que “amam” ao Senhor. Digo assim, pois amor a Deus sem obediência a seus mandamentos é mera ilusão.

O ensino que o Espírito nos dá através do texto em análise é claro: submeta sua religião ao crivo das Escrituras. Seja na esfera pessoal, de conduta, seja na esfera coletiva, de culto e serviços, tenha cuidado de rever cada procedimento, cada meta, cada motivação. Tenha cuidado de olhar para o passado, para os “marcos antigos”, postos por nossos pais, pois Deus não aceita adoração do modo que ele não prescreveu. É melhor ter um pouco de trabalho no estudo do caminho, do que tomar o caminho errado, aquele que mais nos agrada, e no fim ter feito tudo em vão.

sábado, 25 de maio de 2013

O que é a Marcha para Jesus do Rio de Janeiro?



Hoje, 25 de Maio de 2013 realiza-se no Rio de Janeiro mais uma edição anual da Marcha para Jesus, evento gospel organizado pelo Conselho de Ministros do Estado do Rio de Janeiro (COMERJ). Nesta marcha, milhares de evangélicos saem as ruas em passeata de um ponto a outro da cidade, para então receber mensagens de líderes religosos e assistir a performances de cantores gospel.

“Uma passeata, e nada mais”, muitos podem dizer, baseando-se na descrição acima. Embora verdadeira, esta descrição é incompleta. Fazer uma passeata e ouvir algum cantor cantar não é pecado. O problema é que precisamos ir mais fundo e entender o que se faz na marcha, o que a motiva, como ela é e o que se prega, bem como a intenção de muitos ao participar.

Hoje mais cedo postei no Facebook uma frase chamando a marcha de “marcha da apostasia” e dizendo que a mesma nunca foi para Jesus. Pretendo, neste artigo, explicar em mais detalhes o que eu quis dizer, bem como fornecer argumentos para sustentar meu ponto de vista.

A Marcha para Jesus nunca foi para Jesus pois ela é um evento mundano, hipócrita, manipulador das massas e que promove as celebridades gospel ao invés de Cristo. O que se prega lá é o mesmo que se prega nas igrejas que dela participam. Heresias e mais heresias. E o povo que se diz crente aplaude e se alimenta deste lixo teológico, a saber, Confissão Positiva e Teologia da Prosperidade. Muitos tem coração sincero, e realmente esperam algo do evento. Entretanto, por influência das más lideranças da atualidade, a motivação de muitos, bem como suas atitudes no evento, são totalmente contrárias ao Evangelho de Cristo.
Na Marcha para Jesus você encontra idolatria generalizada. A venda de utensílios com nomes de pastores e cantores é impactante. Quando você está naquele meio, você vê o quão pobres são aquelas almas que estão ali, em grande parte, para ver e ouvir seu cantor/pregador favorito. Show mundano. Quando o “cantor do momento” vai se apresentar, a multidão delira inconsequentemente. Qualquer pessoa em sua perfeita sanidade notaria que há não muito tempo atrás a Igreja Evangélica condenaria seus membros que participassem de um show da Ivete, por exemplo, devido à idolatria e estimulo à carnalidade destes eventos. Não condeno concertos musicais decentes. Mas shows mundanos são o que são, mundanos. E hoje? Bom, a Igreja tem os seus próprios. A Marcha para Jesus é só mais um deles.

Incentivada e ensinada por seus líderes, a maioria dos crentes de hoje aprendem a terrível doutrina da Confissão Positiva. É aquela mania moderna do povo evangélico de profetizar isso, determinar aquilo, declarar aquilo outro. Assim, vemos um povo que ainda crê realmente que este evento tenha algum significado espiritual. Dizem todo ano declarar que “o Rio é de Jesus”, que vão estabelecer um trono para ele (isso foi dito na marcha do ano passado) e não percebem que a situação não muda. Nunca. Até parece que esta foi a ordem de Cristo, a saber, que a Igreja saísse por aí em procissões místicas e fantasiosas, repetindo frases de efeito e chamando isso de profecia. Tolice. Enganação. Coisas mais bizarras ainda se vêem. Os mais estranhos tipos de “atos proféticos”, até mesmo colocar pedidos de oração nos sapatos e “marchar” sobre eles para conquistar a vitória. E alguns líderes isto justificam usando o argumento de que a Igreja Católica faz procissão pois entende o significado espiritual de marcar território, indicando que devemos fazer o mesmo. Viramos animais, segundo estes líderes, pois só animais marcam território.

A você que participa deste evento apenas buscando alguma vitória em sua vida. Talvez alguma doença, situação difícil, entenda: misticismo e Cristianismo não se misturam. Este evento é uma mentira e uma afronta  a Cristo. Você não conquista por marchar tantos quilômetros, declarar algo tantas vezes ou profetizar um chavão. Entenda que Deus é soberano sobre tudo e todos. Clame a ele somente em oração e se for da Sua vontade, ele atenderá seu pedido. É de dar lágrimas nos olhos ver o povo evangélico envolvido em superstições e mentiras. E me enche de ira ver os líderes pregando e ensinando esta mentira. Por isso, se você foi a este evento, arrependa-se hoje, busque conhecer o evangelho de fato e de verdade e fuja deste movimento gospel que visa apenas satisfazer a carne e fornecer entretenimento, mas que não atinge o coração, e não cura o pecado.

Odeio, desprezo as vossas festas, e as vossas assembléias solenes não me exalarão bom cheiro. E ainda que me ofereçais holocaustos, ofertas de alimentos, não me agradarei delas; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas.”

Amós 5:21-23

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Uma Resposta ao Papa Francisco



Disse o Papa Francisco: “Todos os que fazem o bem são redimidos, até os ateus”. E ainda "O Senhor nos criou a sua imagem e semelhança, e todos somos imagem do Senhor, e ele faz o bem e nos deu a todos esse mandamento em nossos corações: façam o bem e não o mal. Todos”. “Mas, padre, isso não é católico! Ele não pode fazer o bem.” Sim, ele pode. O Senhor redimiu a nós todos, a todos, pelo sangue de Cristo: todos nós, não apenas católicos. Todos! “Padre… os ateus também? Mesmo os ateus?” Todos! Devemos encontrar-nos fazendo o bem uns aos outros. “Mas eu sou um ateu, padre. Eu não acredito…” “Faça o bem: nos encontraremos lá."

Lindas declarações, não? Enchem de esperança a alma aflita. A humanidade desunida e perdida é confortada com esta declaração: Cristo morreu por todos. Faça o bem, e nos encontraremos lá. Está tudo bem, não é mesmo? Sim, mas seria uma pena se alguém acordasse o papa (e a maioria das pessoas de hoje) deste sonho, desta ilusão. Sim. O que disse o Primaz de Roma é mentira. É ilusão. Não digo “é mentira” como se ele o tivesse dito de má fé. Não creio que o fez. Entretanto, o fato de alguém fazer algo em boa fé não torna esta atitude correta. Assim, o fato de alguém pregar algo em boa fé não torna o conteúdo da pregação verdadeiro. “Seja Deus verdadeiro e todo homem mentiroso”, nos afirmam as sagradas Escrituras.

Quero refutar o que disse o jesuíta Francisco, Papa de Roma, começando a citar a quem eles chamam de primeiro Papa, isto é, São Pedro. Certa vez, após um de seus sermões, perguntaram a Pedro o que fariam eles (para serem salvos) ao que Pedro respondeu “E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2:38). E ainda, no capítulo seguinte, afirma “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor” (Atos 3:19); o motivo pelo qual exige-se arrependimento e conversão (mediante a fé) para a salvação, o mesmo apóstolo responde “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” (Atos 4:12). Certamente, Pedro estava fazendo alusão às palavras de Cristo, quando, sem dúvidas, afirmou “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14:6).

No começo de seu ministério, Jesus enfaticamente afirmou qual é a situação de todos os que não creem nEle conforme Ele é revelado pelas Escrituras “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” (João 3:18). E ainda, com veemência assevera “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece” (João 3:36).

Podemos ainda citar Paulo, o apóstolo. Em sua maravilhosa carta aos cristãos de Roma, Paulo disseca em detalhes as verdades fundamentais sobre a salvação, a fé e a depravação humana. Francisco afirmou que fazer o bem basta para sermos redimidos. Paulo, apóstolo inspirado, por outro lado, afirma sobre a raça humana:

Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma, pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado;
Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.
Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus.
Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.
A sua garganta é um sepulcro aberto; Com as suas línguas tratam enganosamente; Peçonha de áspides está debaixo de seus lábios;
Cuja boca está cheia de maldição e amargura.
Os seus pés são ligeiros para derramar sangue.
Em seus caminhos há destruição e miséria;
E não conheceram o caminho da paz.
Não há temor de Deus diante de seus olhos.
(Romanos 3:9-18)

Paulo aí ataca o orgulho do povo judeu am achar-se mais santo do que os demais por possuir a Lei e os Profetas. Derrubando seu orgulho, Paulo afirma categoricamente que TODOS os seres humanos estão mortos espiritualmente. Dentre seus pecados e depravações, Paulo diz que não há UM sequer que busque a Deus, UM sequer que seja justo (bom, correto diante de Deus), UM sequer que seja útil, UM sequer que fale somente a verdade e a justiça e sequer UM que conheça o caminho da paz. O Papa afirma que devemos nos encontrar no céu se fizermos o bem, e só. Outra vez ele traz à tona toda a divergência central entre o Romanismo e o Protestantismo. Vendo a mentira pregada por Roma da salvação por obras os reformadores bradaram, lançando contra estas densas trevas a luz das Escrituras. O apóstolo Paulo explicou que ninguém é salvo a não ser que se arrependa de seus pecados, creia em Jesus Cristo como o que fez sacrifício expiatório pelos seus pecados e converta-se de seus maus caminhos. Ele nos disse:

Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.
Não vem das obras, para que ninguém se glorie;
Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.
Portanto, lembrai-vos de que vós noutro tempo éreis gentios na carne, e chamados incircuncisão pelos que na carne se chamam circuncisão feita pela mão dos homens;
Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo.
Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto.
Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio.
(Efésios 2:8-14 – grifos meus)

Neste texto São Paulo nos ensina algumas verdades interessantes. Considere-as comigo. Paulo afirma que nossa salvação é um ato de graça provindo de Deus. Isto coaduna com sua epístola aos Romanos quando ele afirma que todos nós estávamos mortos. Deus nos vivificou, gratuitamente, pois, estando mortos, éramos filhos da ira, condenáveis e destinados ao fogo eterno. Paulo diz também que o que une o homem a Deus por meio de Cristo é a fé. Fé em Cristo e em sua obra sacrificial (pois ele suportou a Ira de Deus por nós). Paulo afirma que o verdadeiro crente tem o dever de praticar boas obras, entretanto, que as mesmas não o salvam, apenas demonstram que ele é salvo. Fazer o bem é uma consequência de ser salvo, não a causa. Paulo ainda diz que os cristãos, antes de crerem, estavam SEM Cristo, por consequência, sem esperança e sem Deus. Francisco diz que mesmo os ateus, se fizerem o bem, tem esperança. Francisco está negando Paulo. Paulo, por último, afirma que os que eram antes pecadores e condenados, achegaram-se a Deus pela fé e através do sangue de Cristo, que quer dizer que Ele fez expiação pelos nossos pecados. Somente por isso podemos ser perdoados, pois Deus PUNIU o nosso pecado na Cruz, em Jesus Cristo. E todo aquele que crê recebe a justificação, isto é, é declarado inocente de seus pecados e passa a viver uma nova vida em Cristo. Francisco nega isso e ousa dizer que as obras de bem que praticamos tem poder de fazer Deus esquecer-se de nossos pecados. Ele diz isso pois crê que Jesus pagou na cruz pelos pecados de todos os homens e, não importa o que eles creiam ou façam diariamente, desde que façam o bem, eles terão acesso a este perdão. Francisco nega categoricamente Jesus, Pedro e Paulo. Francisco nega o Evangelho, que “é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego” (Romanos 1:16).