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domingo, 26 de maio de 2013

E os que nunca ouviram?



Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue? Romanos 10:14

Um dos problemas lógicos que aflige a muitos crentes com uma cosmovisão frágil a respeito da doutrina da salvação (falo com amor, pois já fui um deles) é a eterna questão: se Deus possibilita salvação a todos, como, então, será a situação dos que nunca tiveram a oportunidade de ouvir sobre Jesus e sua obra no dia do Juízo? Existem três posições que alguém poderá tomar diante de tal questionamento. 1) manter a dúvida. 2) aceitar que Deus os julgará segundo a “luz” que receberam. 3) Aceitar que Deus as encerrou eternamente em condenação. Analiseremos cada uma destas respostas bem como a própria validade da questão.

Iniciei dizendo que esta questão surge de uma cosmovisão frágil das Escrituras; pois é exatamente isto que se sucede. Todos os que tem esta dúvida não tem uma compreensão sólida do ensino das Escrituras a respeito da Salvação e, portanto, não conseguem respondê-la com objetividade. Uma questão que é difícil na cosmovisão arminiana (a que crê que Deus deu possibilidade de salvação a todos, cabendo ao homem livremente aceitá-la ou rejeitá-la, exercendo seu livre-arbítrio) é facilmente solucionável na cosmovisão reformada ou calvinista.

Quero demonstrar, de início, que biblicamente esta questão começa de pressuposições erradas, portanto, não tem qualquer validade racional. O motivo desta minha asserção é simples: o questionamento inegavelmente surge da pressuposição de que Deus quer salvar todos os homens e ofereceu possibilidade de salvação a todos. Se esta premissa for falsa, não haverá sequer espaço para a pergunta “e os que não ouviram?”.

São Paulo afirmou “Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer.” (Romanos 9:17-18). Paulo está, neste texto, defendendo a doutrina da Eleição Incondicional, pela qual afirma-se que Deus determinou previamente os que seriam salvos e os que seriam condenados. Desta forma, a humanidade estaria separada em duas classes de pessoas, aquelas destinadas ao céu e aquelas destinadas ao inferno. E Deus, segundo Paulo, tem total direito de fazê-lo, sem que nós ousemos reclamar, pois Ele é justo e nós infratores e merecedores de condenação. É por isso que disse São Lucas que “creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna” (Atos 13:48). E também o próprio Paulo aos efésios, quando diz “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade.” (Efésios 1:3-5).

Fica evidente, portanto, que Deus tem pleno direito de eleger pessoas para condenação e pessoas para salvação. Isto não fere seu caráter, ao contrário, o confirma, pois Ele é infinitamente justo e infinitamente santo. Dado que a premissa para a polêmica questão foi destruída, vemos que ela não tem qualquer base racional. Vamos supor, por um momento apenas, que a premissa seja verdadeira. Analisemos, então, as três respostas que se podem dar a tal controvérsia.

1. Manter a dúvida. Atitude desaconselhável. “Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento.” (Provérbios 3:13).

2. Deus os julgará segundo a luz que receberam. Esta resposta invariavelmente leva você a cometer uma heresia. O Apóstolo Pedro nos afirmou que “em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” (Atos 4:12). Paulo, em Romanos 10:14 (o texto do começo do artigo) coaduna com a doutrina da exclusividade de Cristo, pois supõe que os pagãos que não ouviram ainda não creram. E sequer poderão crer se não ouvirem. Ainda em Romanos 3, Paulo afirma a depravação de todos os homens, e Jesus em João 3 afirma que quem não crê no Filho já está condenado e que sobre tal homem permanece a ira de Deus. Fica difícil, diante de tamanha evidência bíblica, suportar uma resposta que afirme que alguém pode ser salvo sem ouvir de Cristo. Não obstante, os que afirmam isso baseam seu ensino em Romanos 2:10-16, onde se lê:

"Glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego; Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas. Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados. Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados. Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os; No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho." Romanos 2:10-16 

Os que gostam de citar este texto frequentemente frisam os seguintes trechos: “Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas” e “não tendo eles lei, para si mesmos são lei”. Pois bem. A afirmação é a seguinte: Deus colocou um pouco de sua Lei no coração do índio americano que nunca ouviu falar de Jesus de modo que este índio será julgado por esta lei, e pode ser salvo se a cumprir. Agora, o que tais pessoas não percebem, ou desonestamente não gostam de frisar, é a parte do texto onde Paulo afirma “Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão”. Ora, o propósito de Paulo neste texto jamais foi provar que os gentios podem ser salvos sem Cristo, apenas cumprindo a lei escrita em seus corações, outrossim ele contradiria a si mesmo e ao Evangelho. O propósito dele é afirmar que exatamente porque Deus colocou esta lei em seus corações, todos estes gentios serão condenados, pois tornam-se indesculpáveis. A tolice do argumento fica ainda mais evidente quando notamos que se um gentio pode ser salvo cumprindo a lei de seu coração então devemos concluir que um judeu pode ser salvo cumprindo a Lei mosaica. Evidente é que, tanto para um, como para outro, cumprir esta Lei é impossível e, portanto, todos estão debaixo de condenação. O argumento que Paulo inicia ao afirmar que “Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei” é exatamente para provar que eles têm a lei implantada em seus corações, não havendo injustiça nenhuma em Deus condená-los.

3. Aceitar que Deus os encerrou eternamente em condenação. Esta é, para surpresa de muitos, a posição que devemos sustentar se queremos seguir o que nos ensina a Palavra de Deus. Lembrando sempre de confiar em Sua soberana vontade. Deus é justo, nós não. Portanto, Ele define o que é justiça, não nós.

Zelo Espiritual e Verdadeira Piedade


Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação. Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus.
Romanos 10:1-3

Neste texto o Apóstolo Paulo declara seu desejo de que seus irmãos judeus chegassem ao conhecimento da salvação, que é Cristo. Embora estivessem sem Cristo, pois estavam sem salvação, o apóstolo nos afirma que os israelitas tinham zelo por Deus. Isto quer dizer que tais homens e mulheres eram extremamente cuidadosos em cumprir seus ritos e, em muitos casos, devotados à sua religião. Evidentemente, por cumprir tais obrigações, sentiam-se devotados ao próprio Deus e sentiam-se confortáveis, pois pensavam agradá-lo. Todavia, afirma Paulo, o zelo dos israelitas não provinha do conhecimento, ou do entendimento. Literalmente, não era “de acordo com o conhecimento” (segundo as traduções King James e NVI e o texto original).

O peso do ensinamento que este verso apenas nos fornece deve ser causa de reflexão para todo cristão genuíno. O apóstolo está dizendo, entre outras palavras, que existe uma maneira correta de adorar a Deus, uma piedade bem definida. E, pelo uso da palavra conhecimento (ou entendimento), do grego epignosis, percebemos que esta verdade pode e deve ser conhecida. O próprio Deus estabeleceu em Seu livro a maneira pela qual todo cristão deve levar sua vida, a doutrina correta, bem como a maneira como a Igreja deve conduzir sua adoração pública e todos os demais procedimentos em que se envolve. Este conhecimento revelado nas Escrituras é a gnosis divina e ele somente é que produz verdadeira religião, ou verdadeira piedade.

Paulo continua seu argumento afirmando que eles, embora zelosos, não conheciam a justiça de Deus, termo que implica “todas as coisas que agradam ao Senhor”. Os judeus eram ignorantes daquilo que realmente era a vontade ou o ensino de Cristo. Deste modo, implica o apóstolo, sua tentativa de agradá-lo era vã e inútil. O versículo pode ser lido como “porquanto, sendo ignorantes quanto a forma correta de proceder com relação às coisas de Deus, e procurando estabelecer sua própria maneira de agir, não se submeteram àquela que Deus havia revelado”.

Este texto tem ampla aplicabilidade em nossos dias. Vivemos em uma época onde os crentes pensam poder agir como lhe convém no culto. Transformaram o culto num show de entretenimento. Fazem nele o que lhes vier a mente, sem qualquer preocupação: “Deus aceita isto em seu culto”? O conteúdo dos sermões é o que melhor agrada ao público. Poucos pregadores são humildes o suficiente para dizerem a si mesmos “é isso mesmo que Deus quer ensinar?” ou “tem sido este o ensino da Igreja através dos séculos?”. Quando uma forma nova de fazer igreja surge, muitos sedentos por crescimento correm para ela, tendo-a como a nova visão do momento, a vontade de Deus para sua Igreja. Mas sequer têm o trabalho de humildemente checar a gnosis divina, as Santas Escrituras, para ver se as coisas são mesmo assim. Muitos destes são crentes zelosos, que “amam” ao Senhor. Digo assim, pois amor a Deus sem obediência a seus mandamentos é mera ilusão.

O ensino que o Espírito nos dá através do texto em análise é claro: submeta sua religião ao crivo das Escrituras. Seja na esfera pessoal, de conduta, seja na esfera coletiva, de culto e serviços, tenha cuidado de rever cada procedimento, cada meta, cada motivação. Tenha cuidado de olhar para o passado, para os “marcos antigos”, postos por nossos pais, pois Deus não aceita adoração do modo que ele não prescreveu. É melhor ter um pouco de trabalho no estudo do caminho, do que tomar o caminho errado, aquele que mais nos agrada, e no fim ter feito tudo em vão.

sábado, 25 de maio de 2013

O que é a Marcha para Jesus do Rio de Janeiro?



Hoje, 25 de Maio de 2013 realiza-se no Rio de Janeiro mais uma edição anual da Marcha para Jesus, evento gospel organizado pelo Conselho de Ministros do Estado do Rio de Janeiro (COMERJ). Nesta marcha, milhares de evangélicos saem as ruas em passeata de um ponto a outro da cidade, para então receber mensagens de líderes religosos e assistir a performances de cantores gospel.

“Uma passeata, e nada mais”, muitos podem dizer, baseando-se na descrição acima. Embora verdadeira, esta descrição é incompleta. Fazer uma passeata e ouvir algum cantor cantar não é pecado. O problema é que precisamos ir mais fundo e entender o que se faz na marcha, o que a motiva, como ela é e o que se prega, bem como a intenção de muitos ao participar.

Hoje mais cedo postei no Facebook uma frase chamando a marcha de “marcha da apostasia” e dizendo que a mesma nunca foi para Jesus. Pretendo, neste artigo, explicar em mais detalhes o que eu quis dizer, bem como fornecer argumentos para sustentar meu ponto de vista.

A Marcha para Jesus nunca foi para Jesus pois ela é um evento mundano, hipócrita, manipulador das massas e que promove as celebridades gospel ao invés de Cristo. O que se prega lá é o mesmo que se prega nas igrejas que dela participam. Heresias e mais heresias. E o povo que se diz crente aplaude e se alimenta deste lixo teológico, a saber, Confissão Positiva e Teologia da Prosperidade. Muitos tem coração sincero, e realmente esperam algo do evento. Entretanto, por influência das más lideranças da atualidade, a motivação de muitos, bem como suas atitudes no evento, são totalmente contrárias ao Evangelho de Cristo.
Na Marcha para Jesus você encontra idolatria generalizada. A venda de utensílios com nomes de pastores e cantores é impactante. Quando você está naquele meio, você vê o quão pobres são aquelas almas que estão ali, em grande parte, para ver e ouvir seu cantor/pregador favorito. Show mundano. Quando o “cantor do momento” vai se apresentar, a multidão delira inconsequentemente. Qualquer pessoa em sua perfeita sanidade notaria que há não muito tempo atrás a Igreja Evangélica condenaria seus membros que participassem de um show da Ivete, por exemplo, devido à idolatria e estimulo à carnalidade destes eventos. Não condeno concertos musicais decentes. Mas shows mundanos são o que são, mundanos. E hoje? Bom, a Igreja tem os seus próprios. A Marcha para Jesus é só mais um deles.

Incentivada e ensinada por seus líderes, a maioria dos crentes de hoje aprendem a terrível doutrina da Confissão Positiva. É aquela mania moderna do povo evangélico de profetizar isso, determinar aquilo, declarar aquilo outro. Assim, vemos um povo que ainda crê realmente que este evento tenha algum significado espiritual. Dizem todo ano declarar que “o Rio é de Jesus”, que vão estabelecer um trono para ele (isso foi dito na marcha do ano passado) e não percebem que a situação não muda. Nunca. Até parece que esta foi a ordem de Cristo, a saber, que a Igreja saísse por aí em procissões místicas e fantasiosas, repetindo frases de efeito e chamando isso de profecia. Tolice. Enganação. Coisas mais bizarras ainda se vêem. Os mais estranhos tipos de “atos proféticos”, até mesmo colocar pedidos de oração nos sapatos e “marchar” sobre eles para conquistar a vitória. E alguns líderes isto justificam usando o argumento de que a Igreja Católica faz procissão pois entende o significado espiritual de marcar território, indicando que devemos fazer o mesmo. Viramos animais, segundo estes líderes, pois só animais marcam território.

A você que participa deste evento apenas buscando alguma vitória em sua vida. Talvez alguma doença, situação difícil, entenda: misticismo e Cristianismo não se misturam. Este evento é uma mentira e uma afronta  a Cristo. Você não conquista por marchar tantos quilômetros, declarar algo tantas vezes ou profetizar um chavão. Entenda que Deus é soberano sobre tudo e todos. Clame a ele somente em oração e se for da Sua vontade, ele atenderá seu pedido. É de dar lágrimas nos olhos ver o povo evangélico envolvido em superstições e mentiras. E me enche de ira ver os líderes pregando e ensinando esta mentira. Por isso, se você foi a este evento, arrependa-se hoje, busque conhecer o evangelho de fato e de verdade e fuja deste movimento gospel que visa apenas satisfazer a carne e fornecer entretenimento, mas que não atinge o coração, e não cura o pecado.

Odeio, desprezo as vossas festas, e as vossas assembléias solenes não me exalarão bom cheiro. E ainda que me ofereçais holocaustos, ofertas de alimentos, não me agradarei delas; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas.”

Amós 5:21-23

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Uma Resposta ao Papa Francisco



Disse o Papa Francisco: “Todos os que fazem o bem são redimidos, até os ateus”. E ainda "O Senhor nos criou a sua imagem e semelhança, e todos somos imagem do Senhor, e ele faz o bem e nos deu a todos esse mandamento em nossos corações: façam o bem e não o mal. Todos”. “Mas, padre, isso não é católico! Ele não pode fazer o bem.” Sim, ele pode. O Senhor redimiu a nós todos, a todos, pelo sangue de Cristo: todos nós, não apenas católicos. Todos! “Padre… os ateus também? Mesmo os ateus?” Todos! Devemos encontrar-nos fazendo o bem uns aos outros. “Mas eu sou um ateu, padre. Eu não acredito…” “Faça o bem: nos encontraremos lá."

Lindas declarações, não? Enchem de esperança a alma aflita. A humanidade desunida e perdida é confortada com esta declaração: Cristo morreu por todos. Faça o bem, e nos encontraremos lá. Está tudo bem, não é mesmo? Sim, mas seria uma pena se alguém acordasse o papa (e a maioria das pessoas de hoje) deste sonho, desta ilusão. Sim. O que disse o Primaz de Roma é mentira. É ilusão. Não digo “é mentira” como se ele o tivesse dito de má fé. Não creio que o fez. Entretanto, o fato de alguém fazer algo em boa fé não torna esta atitude correta. Assim, o fato de alguém pregar algo em boa fé não torna o conteúdo da pregação verdadeiro. “Seja Deus verdadeiro e todo homem mentiroso”, nos afirmam as sagradas Escrituras.

Quero refutar o que disse o jesuíta Francisco, Papa de Roma, começando a citar a quem eles chamam de primeiro Papa, isto é, São Pedro. Certa vez, após um de seus sermões, perguntaram a Pedro o que fariam eles (para serem salvos) ao que Pedro respondeu “E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2:38). E ainda, no capítulo seguinte, afirma “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor” (Atos 3:19); o motivo pelo qual exige-se arrependimento e conversão (mediante a fé) para a salvação, o mesmo apóstolo responde “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” (Atos 4:12). Certamente, Pedro estava fazendo alusão às palavras de Cristo, quando, sem dúvidas, afirmou “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14:6).

No começo de seu ministério, Jesus enfaticamente afirmou qual é a situação de todos os que não creem nEle conforme Ele é revelado pelas Escrituras “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” (João 3:18). E ainda, com veemência assevera “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece” (João 3:36).

Podemos ainda citar Paulo, o apóstolo. Em sua maravilhosa carta aos cristãos de Roma, Paulo disseca em detalhes as verdades fundamentais sobre a salvação, a fé e a depravação humana. Francisco afirmou que fazer o bem basta para sermos redimidos. Paulo, apóstolo inspirado, por outro lado, afirma sobre a raça humana:

Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma, pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado;
Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.
Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus.
Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.
A sua garganta é um sepulcro aberto; Com as suas línguas tratam enganosamente; Peçonha de áspides está debaixo de seus lábios;
Cuja boca está cheia de maldição e amargura.
Os seus pés são ligeiros para derramar sangue.
Em seus caminhos há destruição e miséria;
E não conheceram o caminho da paz.
Não há temor de Deus diante de seus olhos.
(Romanos 3:9-18)

Paulo aí ataca o orgulho do povo judeu am achar-se mais santo do que os demais por possuir a Lei e os Profetas. Derrubando seu orgulho, Paulo afirma categoricamente que TODOS os seres humanos estão mortos espiritualmente. Dentre seus pecados e depravações, Paulo diz que não há UM sequer que busque a Deus, UM sequer que seja justo (bom, correto diante de Deus), UM sequer que seja útil, UM sequer que fale somente a verdade e a justiça e sequer UM que conheça o caminho da paz. O Papa afirma que devemos nos encontrar no céu se fizermos o bem, e só. Outra vez ele traz à tona toda a divergência central entre o Romanismo e o Protestantismo. Vendo a mentira pregada por Roma da salvação por obras os reformadores bradaram, lançando contra estas densas trevas a luz das Escrituras. O apóstolo Paulo explicou que ninguém é salvo a não ser que se arrependa de seus pecados, creia em Jesus Cristo como o que fez sacrifício expiatório pelos seus pecados e converta-se de seus maus caminhos. Ele nos disse:

Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.
Não vem das obras, para que ninguém se glorie;
Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.
Portanto, lembrai-vos de que vós noutro tempo éreis gentios na carne, e chamados incircuncisão pelos que na carne se chamam circuncisão feita pela mão dos homens;
Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo.
Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto.
Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio.
(Efésios 2:8-14 – grifos meus)

Neste texto São Paulo nos ensina algumas verdades interessantes. Considere-as comigo. Paulo afirma que nossa salvação é um ato de graça provindo de Deus. Isto coaduna com sua epístola aos Romanos quando ele afirma que todos nós estávamos mortos. Deus nos vivificou, gratuitamente, pois, estando mortos, éramos filhos da ira, condenáveis e destinados ao fogo eterno. Paulo diz também que o que une o homem a Deus por meio de Cristo é a fé. Fé em Cristo e em sua obra sacrificial (pois ele suportou a Ira de Deus por nós). Paulo afirma que o verdadeiro crente tem o dever de praticar boas obras, entretanto, que as mesmas não o salvam, apenas demonstram que ele é salvo. Fazer o bem é uma consequência de ser salvo, não a causa. Paulo ainda diz que os cristãos, antes de crerem, estavam SEM Cristo, por consequência, sem esperança e sem Deus. Francisco diz que mesmo os ateus, se fizerem o bem, tem esperança. Francisco está negando Paulo. Paulo, por último, afirma que os que eram antes pecadores e condenados, achegaram-se a Deus pela fé e através do sangue de Cristo, que quer dizer que Ele fez expiação pelos nossos pecados. Somente por isso podemos ser perdoados, pois Deus PUNIU o nosso pecado na Cruz, em Jesus Cristo. E todo aquele que crê recebe a justificação, isto é, é declarado inocente de seus pecados e passa a viver uma nova vida em Cristo. Francisco nega isso e ousa dizer que as obras de bem que praticamos tem poder de fazer Deus esquecer-se de nossos pecados. Ele diz isso pois crê que Jesus pagou na cruz pelos pecados de todos os homens e, não importa o que eles creiam ou façam diariamente, desde que façam o bem, eles terão acesso a este perdão. Francisco nega categoricamente Jesus, Pedro e Paulo. Francisco nega o Evangelho, que “é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego” (Romanos 1:16).

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Moralidade Legislada


Tornou-se comum hoje em dia, sob o pretexto de defender o santíssimo “Estado laico”, o falar-se em moralidada legislada, ou, mais especificamente, que as leis não devem repercutir uma moralidade preestabelecida. Por “moralidade preestabelecida” leia-se moral cristã. Desejo mostrar aos leitores hoje a insanidade deste argumento e, também, demonstrar como não podemos abandonar a moral cristã como base da nossa sociedade, outrossim nossa sociedade se destruiria.

Tratemos primeiro do argumento contra a “moralidade legislada”. O movimento agnóstico anticristão da atualidade (e por que não ler ateísta) deseja remover a qualquer custo todo rastro de cristianismo da nossa sociedade.  Basta um olhar atento aos fatos e esta verdade fica evidente. Para tanto, recusam-se a aceitar que estabelecimentos morais e históricos, de origem majoritariamente cristã, continuem a existir. Daí, tentam legalizar aborto, casamento homossexual e tantas outras coisas mais. Tudo isso ao preço da repressão ao cristianismo. E o argumento: casamento restringido a homem e mulher é “moralidade legislada”.

A insanidade deste argumento deveria ser evidente a qualquer ser pensante que se dispõe a analisá-lo. Não o é, para nossa desgraça, pois na atualidade pensar por si próprio tornou-se coisa rara. Precisamos entender que o princípio inerente à legislação implica necessariamente que toda lei é uma moralidade legislada. Tome como exemplo o seguinte caso: um ladrão entra em uma casa, mata a sangue-frio uma família e leva todo o dinheiro do cofre consigo. Este ladrão deve ser punido? “Evidentemente que sim”, qualquer um responderia. Eis, entretanto, a questão: por quê? “Porque matar e roubar são contra a lei”, alguém responderia corretamente. O que muitos não se dão conta, entretanto, é que matar e roubar são ilegais pois existe um fundamento moral preestabelecido que diz que assassinar um semelhante e tomar algo que não lhe pertence são atitudes moralmente erradas. Cabe, portanto, ao Estado fazer valer esta moralidade, punindo a todos que a desobedecem. Simples assim. Negue que as leis são moralidades legisladas e seja honesto suficiente para requerer a anulação do código penal brasileiro!

Aqueles ativistas que usam deste argumento, então, quando querem derrubar instituições milenares, como o casamento, estão derrubando a moral que sustenta toda nossa lei, que, quer queiram quer não, é a moral cristã. Os que querem “criar novas leis”, portanto, estão automaticamente decretanto, não que as leis não provém de moralidade, mas que a substituição da moral cristã por outra, inventada por eles próprios. E por que devemos temer isso? Simples, pois esta outra moralidade não conhece limites de respeito à vida e à santidade do casamento, por exemplo. O mesmo movimento que tenta hoje legalizar casamento e “direitos” gays em muitos casos já fala abertamente sobre descriminalização da pedofilia. O mesmo movimento que quer legalizar aborto já fala, por conclusão inerente à sua lógica, no direito da mãe matar seu filho recém-nascido. Estes são apenas dois pequenos exemplos de toda uma gama de consequências que virão caso a moral e ética estabelecidas por Deus sejam esquecidas.

Historicamente, moralidade elevada tem a ver com a prosperidade de uma nação. Magistrados romanos sabiam disso e alguns tentaram, sem sucesso, evitar a derrocada moral de Roma. Sodoma e Gomorra sucumbiram nas mãos do justo juízo divino por sua imoralidade. E por que não citar o mundo inteiro perecido no dilúvio? A Europa cristã prosperou grandemente. Hoje tem sido entregue à dominação de inimigos milenares: os islâmicos. E não, não por meios militares. Não haverá uma gota de sangue derramada. Gradativamente o islamismo tem estendido seus tentáculos e dominação cultural. E isto pode se agravar com a doutrina de controle de natalidade amplamente divulgada entre os europeus. O século XXI testemunhará mudanças históricas enormes no continente europeu. E por quê? Pois se esqueceram de Deus e de sua Lei. Andaram em seus próprios caminhos. Tentam por si próprios dizer o que é certo e o que é errado. Temo por isso. E espero que isso não aconteça com a nossa nação.

Insto que você, leitor, deixe a apatia intelectual e busque conhecimento. Aprenda a pensar por si mesmo, e não apenas pelo que a grande mídia dita diariamente a você. Isto é hoje uma questão vital de sobrevivência em um mundo que gradativamente está sendo tragado pela ignorância e manipulação de “elites” intelectuais cujo propósito é um só: substituir a ordem vigente por uma outra em busca de um fim glorioso, porém inalcançável. E inalcançável simplesmente porque é antiético. Matar uma vida inocente é antiético. Casamento é definido pela união de amor entre um homem e uma mulher visando a multiplicação do ser humano. Pedofilia é abominável, e infanticídio mais ainda. Simples assim.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

A Origem e Propósito do Estado


Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.
Romanos 11:36

Um versículo por demais comum na mente de todos os cristãos brasileiros é, sem dúvida, Romanos 11:36. Conhecemos, repetimos e nos alegramos em dizer que tudo é dEle e tudo é por Ele, bem como para Ele.
Uma das deficiências do crente moderno é, entretanto, saber manejar as Escrituras de forma a extrair dela virtude e conhecimento. O que temos na boca da maioria dos evangélicos no Brasil são versos soltos, mal entendidos e, quando não, aplicados erradamente. Isto para não dizer aqueles que são conhecidíssimos porém não nos damos o trabalho de extrair as conclusões lógicas do que o autor quiz dizer. Certamente, Romanos 11:36 faz parte deste último grupo.
Paulo em Romanos nos afirma algo fantástico e sobremodo sério, cujo significado, se entendermos corretamente, exige de nós completa mudança de cosmovisão. O apóstolo inspirado afirma que todas as coisas:

  • Vem de Deus – como Criador de tudo e de todos e Soberano Senhor cujos decretos são altos e sublimes, e governam tudo o que aconteceu, acontece e acontecerá, bem como tudo o que existiu, existe e existirá, Deus é, assim, a fonte primaz de tudo o que acontece.
  • Existem por meio de Deus – Ele não só é Criador mas também mantenedor de tudo e de todos. Sem a determinação de Sua vontade, tudo cessaria de existir imediatamente. Deus sustenta a existência de tudo aquilo que Ele mesmo trouxe à existência.
  • Existem para Deus – Por ser soberano, Deus ordena e chama todas as coisas a render glórias não a si mesmo, mas a Deus. Tudo o que existe deve ser usado para Ele. Todos os seres humanos devem levar suas vidas visando a glória de Deus. Isto inclui a sociedade e suas intituições! Glorificar a Deus com algo, note-se, implica usar-se disso conforme os princípios morais perfeitos expressos em Sua Lei.

Conforme foi exposto, o texto de Romanos exige que todos os seres humanos rendam obediência a Cristo e a Deus em tudo que fazem. Da mesma forma que um homem rebelde contra Deus é aquele que recusa-se a viver de acordo com a Sua Lei, de igual modo precisamos, por honestidade intelectual, aplicar esta verdade aos nossos governos e instituições sociais. Nós todos concordamos que um governo, mesmo que iníquo, deve sua autoridade a Deus. Jesus afirmou a Pilatos que nenhuma autoridade ele teria se do céu não lhe fosse dada. E Paulo com isto concorda quando afirma que a “potestade é ministro de Deus”, e, em nosso texto, evidentemente esta potestade está incluída em “todas as coisas”. Muitos diriam que governos rendendo-se a Cristo é algo impossível por que o “mundo jaz no malígno”. Isto é tão cômico quanto irracional. Eu e você que estamos em Cristo, também, um dia, já estivemos no maligno. Todo ser humano rebelde jaz no maligno e, ainda assim, Deus o convoca a render-se a Ele em obediência e a dar-lhe glória. Por que seria diferente com governos e nações? De fato, não é.
Cristo deve ter domínio sobre todas as coisas. Nós, como dispenseiros dEle, e embaixadores do Reino, devemos trabalhar neste mundo com o fim de subjugar tudo a Seu domínio. A isto referiu-se Judas quando explicou “Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre.” (Judas 25). Da mesma forma a Lei e os Profetas nos dizem “Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra. Servi ao SENHOR com temor, e alegrai-vos com tremor.” (Salmo 2:10-11)
Devemos entender que da mesma maneira que um ímpio será julgado, historicamente e eternamente por seus atos e rebeliões, assim também uma nação será julgada historicamente e eternamente por seus atos e rebeliões. Não devemos ser apáticos e inativos na sociedade, conformando-se com governos cada vez mais corruptos. Antes, proclamemos contra os pecados individuais do povo, bem como os pecados coletivos, e os clamemos contra os ídolos em cada esfera da sociedade, seja na cultura, seja nas Leis, seja na educação ou nos magistrados. Tudo é de Cristo. Tudo veio dEle. E tudo, portanto, tem obrigação de se render à Sua Lei.
Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés.
1 Coríntios 15:25

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Ira Sem Motivos



Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco [tolo, ímpio, desgraçado, condenado, maldito], será réu do fogo do inferno. (Mateus 5:21-22)

É de extrema importância entendermos o sentido deste texto. John Gill em seu comentário bíblico nos elucida que nem todo tipo de ira é aqui proibida. Pois diz "existe uma ira que não é pecaminosa, é em Deus, em Cristo, nos santos anjos; e é mesmo desejável entre o povo de Deus, quando se levanta de um verdadeiro zelo pela religião, a glória de Deus, e os interesses de Cristo; e é dirigida ao pecado, seu próprio, ou de outrem, os vícios, falsas doutrinas e falsa adoração: mas é aqui Cristo condena a ira sem causa como quebra da lei 'não matarás'."

A seriedade deste mandamento deve ser considerada por todo aquele que diz professar o nome de Cristo. Cólera, ira, perda de controle NÃO fazem parte do comportamento de um homem ou mulher nascidos de novo. Nos é dito por meio do apóstolo "aparte-se da iniquidade todo aquele que professa o nome de Cristo."

O ensinamento de Cristo aqui basicamente é que o sexto mandamento, "Não matarás" não restringe-se apenas a um indivíduo tirar literalmente a vida de outrem. Gill explica que o significado do texto depende da expressão "sem motivo".

Esta frase qualifica e explica os três casos a seguir:

1) "encolerizar-se"; isto significa irar-se, ficar com raiva, mesmo que por instantes, de alguém sem motivo JUSTO. Isto certamente abrange pecados de falta de domínio próprio e casos onde por pequenas causas transformamos nossos semblantes e formas de agir. Ainda que não façamos ou digamos nada, somente este sentimento nos torna culpados diante do Deus Altíssimo. Mas não para por aí.

2) "Raca"; esta expressão tem conotação de extremo desprezo e manifestação de ódio. Gill afirma que leva o sentido de "cospir em", o que, bem sabemos, indica em grande desprezo pela dignidade alheia. Note que é válido aqui afirmar o que Deus disse a Noé após o dilúvio: "Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem." (Gênesis 9:6). Note que o mandamento "Não matarás" foi justificado pelo fato de que Deus fizera o homem à sua imagem e semelhança. O homem, ímpio ou justo, carrega em si a "imago Dei", isto é, a Imagem de Deus em si. Ofender e desprezar o nosso próximo, seja ele quem for, constitui, portanto, uma ofensa GRAVÍSSIMA ao Deus Eterno. Devemos tremer diante da menor possibilidade de que isso se abata sobre nós!

3) Louco; o termo aqui, prossegue Gill, não necessariamente quer dizer pessoa sem sabedoria ou conhecimento (tolo, como em algumas traduções). O termo é mais abrangente e significa "ímpio", "desgraçado". Novamente, entendemos isso a luz da expressão "sem motivo". Prosseguindo em sua ira interior, e em seu desprezo inicial manifestado, o assassino, segundo Jesus, pode ainda chegar ao extremo de, sem motivo, ou por motivo injusto, desprezar a condição espiritual e a dignidade do próximo. Termos como "desgraçado", "condenado", "tolo", "perdido", "madito" e semelhantes, carregados do qualificador "sem motivo" tornam o homem que os usa contra outrem CONDENÁVEL AO INFERNO.

Os versos seguintes aos versos que lemos ainda afirmam que se alguém for adorar a Deus com ofertas e tiver "algo contra seu irmão", que deixe sua oferta e concilie-se com ele. Sem dúvida, eu afirmo que é caso grave, passível de disciplina eclesiástica severa, um cristão agir como um assassino, colerizando-se sem motivo. Se este é seu caso, não ouve entrar numa igreja sem se arrepender. Santo Ambrósio de Milão proibiu o Imperador de Roma, sim, o IMPERADOR de Roma (!!!), de fazê-lo pois ele havia matado injustamente. Assim, como quem faz o descrito acima é culpado de matar, eu exorto que a mesma pena aplicada por Ambrósio nos deve servir de alerta e ensino.

A Lei de Deus e a Saúde no Brasil


Bem é sabido de todos nós o caos em que se encontra a saúde pública no Brasil. Também é sabido o descaso quase que generalizado do governo em relação a tal situação. Isto porque, evidentemente, os políticos usam-se deste estado deplorável da saúde como motivo para eleger-se na próxima eleição. Antes de entrar numa discussão de teoria política, se o Estado deve ou não fornecer saúde pública, atenhamo-nos ao fato imediato: o estado brasileiro propõe-se a fazê-lo, e, de fato, tem condições de fazê-lo melhor.

Diante do exposto, como um missionário fiel à Palavra da Verdade, devo dizer que o Governo Brasileiro está acumulando Ira sobre si quando trata com descaso a VIDA humana de milhares de seus cidadãos que morrem nos leitos de hospitais diariamente. Eis o que diz o SENHOR: "Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem." (Gênesis 9:6). E ainda "Não matarás", é o sexto mandamento do decálogo. Podemos citar outros que ensinam o valor da vida humana. Se, por exemplo, em uma briga de dois homens um descuidar-se e ferir uma mulher grávida, e o bebê vier a morrer, tal homem é culpado de assassinato! Olho por olho, dente por dente, vida por vida, nos ensina a Lei.

Os nossos políticos precisam saber que quando qualquer deles se omite neste caso ou, pior, quando o perpetua apenas para fim de promover a si mesmo, tal homem e mulher deverão prestar contas diante do Deus Todo-Poderoso. "Deus não terá por inocente o culpado", nos adverte Moisés, e vocês são culpados de ofender a Deus pelo desprezo à vida! Arrependam-se, e produzi fruto de arrependimento, para que o Senhor não derrame sobre nossa nação Ira tamanha que não possamos suportar!